29 jul Falta de licença emperra obras no aeroporto
Uma casa de quatro quartos, com todas as dependências, para usufruto de uma família com dois filhos. Vinte e oito anos depois, a casa continua com quatro quartos, mas a família cresceu e tem sete filhos. Resultado desse crescimento, na linguagem bem familiar do superintendente do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, Valdeci Arcanjo Novaes, é a perda de conforto e queda na qualidade dos serviços oferecidos aos passageiros.
Construído em 1978, o atual saguão tem capacidade para 980 mil passageiros por ano. Dados de 2005, da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), mostram 1,5 milhão de embarques e desembarques, para uma média diária de cem operações (pousos e decolagens).
Nos últimos 15 anos, o crescimento médio anual do número de passageiros tem sido de 1 1,3%, o que já coloca o Hercílio Luz em posição avançada como o 12° aeroporto mais movimentado do Brasil.
Segundo Novaes, o fato de Florianópolis possuir um terminal cujo limite operacional esteja saturado não indica que a cidade e o aeroporto estejam perdendo receita.
– Pelo contrário. Quanto mais passageiros, mais ganhos. Porém, menos conforto – justifica.
Essa queda de qualidade já ameaça a certificação “B” do Hercílio Luz, e que há 10 anos já foi “A”. Para que não chegue à categoria de conforto “C”, o suoerintendente Valdeci Arcanjo Novaes aposta todas as suas fichas na homologação da licença de impacto ambiental do novo terminal, cujo projeto já está pronto e há inclusive dotação orçamentaria para início imediato das obras.
Uma audiência pública, na sede da Fiesc, em Florianópolis, está marcada para as 19h do dia 16 de agosto. Segundo Novaes, todos as correções com relação ao acesso, principal ponto de polémica, já foram cumpridas.
Com 33,6 mil metros quadrados de área construída, novo terminal terá capacidade de atender até 2,7 milhões de passageiros por ano. O pátio de estacionamento das aeronaves será ampliado e poderá receber até 12 aeronaves simultaneamente. Serão investidos R$ 295 milhões na construção, que incluirá, pistas de táxi e de manobras e divisão de incêndio.
Projeto prevê construção até de um shopping
O novo terminal de Florianópolis se encaixará na atual filosofia da Infraero de terminais shopping centers. O projeto prevê 64 pontos comerciais, que oferecerão desde lojas de roupas a cabeleireiros. O aumento das pistas e a instalação ou renovação de equipamentos de auxílio à navegação não serão feitos, porque, segundo Novaes, não há demanda.
Se aprovado, o relatório de impacto ambiental, inicia-se o processo de licitação da obra. A previsão da Infraero é de abertura de 4,4 mil empregos diretos e indiretos.
(Felipe Faria, DC, 29/07/2006)