Ingleses pede solução para esgoto

Ingleses pede solução para esgoto

O crescimento demográfico acelerado do bairro Ingleses, no Norte da Ilha, aliado à insuficiência de investimento no setor de saneamento básico, provocou problemas de saúde pública pública que tem interferido no meio ambiente e no turismo do balneário. A questão foi tratada na noite de ontem (20/6) em audiência realizada no Albino Disco Clube, no bairro. A principal preocupação é com o lançamento de esgoto na praia.

Intermediados pelo promotor de Justiça Alexandre Herculano Abreu, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o encontro teve participação da Polícia Militar Ambiental, Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), Vigilância Sanitária, Secretaria Municipal de Habitação e Saneamento Ambiental e Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).

De acordo com a coordenadora do núcleo Norte da Ilha da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Clotildes Campregher, a praia é que impulsiona o comércio na região. “É a galinha dos ovos de ouro de Ingleses. Se ela estiver poluída não haverá turistas. Queremos uma solução e prazo para se adequar às normas”, disse a empresária.

O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária em Santa Catarina (Abes-SC), Paulo Aragão, explicou que o problema em Ingleses está na falta de uma estação de tratamento de esgoto ou de um emissário submarino. Sem eles os dejetos acabam nos ma-nanciais e no mar. “A Abes defende um maciço in-vestimento em saneamento básico para não prejudicar o turismo. A cada ano a balneabilidade das praias de Florianópolis está piorando”, disse.

A assessoria de imprensa da Casan informou que já existe uma rede coletora de esgoto em Ingleses e que o edital para a construção da estação de tratamento, no valor de cerca de R$ 4 milhões, vai ser aberto no dia 23 de junho, às 15 horas. Além disso, a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) está fazendo o Estudo de Impacto Ambiental das correntes marítimas para a construção do emissário submarino.

Outros balneários têm problema semelhante

O problema com poluição gerado pela falta de tratamento de esgoto não está restrito a Ingleses. De acordo com o presidente da presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária em Santa Catarina (Abes-SC), Paulo Aragão, a Lagoa da Conceição e os balneários do Sul da Ilha também não têm tratamento de esgoto adequado. Em Santa Catarina, apenas 12% dos municípios têm destino correto dos dejetos.

A assessoria de imprensa da Casan informou que o problema de poluição é gerado pela falta histórica de investimento. A empresa acredita que é possível elevar o índice de 12% para 70% dos municípios com tratamento adequado de esgoto. Em Florianópolis estão sendo realizadas melhorias na Barra da Lagoa, no Canto da Lagoa, na Costeira do Pirajubaé, no Saco Grande e parte do bairro João Paulo.
(Maurício Frighetto, A Notícia, 21/06/2006)