Isso lá é tempo?
03/09/2007
Região busca alternativa de crescimento
03/09/2007

Todo final de ano, a história se repete nos balneários do País. A proximidade das principais festas – Natal e Revèillon – superlotam as estradas brasileiras e provocam um caos no sistema viário nacional. Congestionamentos, acidentes e mortes são as ocorrências mais comuns nesta época.

Por Santa Catarina ser um dos roteiros mais tradicionais do País, a atenção dos motoristas nas estradas nesta época deve ser redobrada. Neste semestre, tanto o Departamento de Infra-estrutura (Deinfra) quanto o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) prometem concluir obras em andamento que ajudarão a desafogar o trânsito, oferecendo comodidade e segurança aos moradores e turistas.

Na Capital, a inauguração do elevado do Itacorubi, no Norte da Ilha, em setembro, promete ajudar no deslocamento das pessoas naquela região, principalmente na avenida da Saudade, no entrocamento com a rodovia Admar Gonzaga – principal acesso ao bairro e Lagoa da Conceição. A obra do elevado em Capoeiras, deve ficar pronta até o fim deste ano.

Quando as obras no Itacorubi forem concluídas, o elevado permitirá o escoamento do trânsito de quem vem da Lagoa da Conceição e do bairro Itacorubi por cima da avenida da Saudade em direção ao Centro. Para quem vem do Norte da Ilha para o Centro, deverá passar sob o viaduto.

Em Capoeiras, após a finalização do elevado, a previsão da Prefeitura é de que ele facilite o fluxo de veículos no sentido Centro-Capoeiras, Centro-Via Expressa e vice-versa. Na Secretaria de Obras, a expectativa é de que os dois elevados ajudem nos problemas de congestionamentos. Em Capoeiras, o fluxo hoje é de cerca de 50 mil veículos por dia. Juntos, os dois projetos totalizam mais de R$ 10 milhões, com recursos municipais, empréstimos e vinculados.

Férias de julho deixam um alerta

Somente em julho deste ano, Santa Catarina registrou 1.303 acidentes contra 1.050 em julho do ano passado. O Estado só ficou atrás de Minas Gerais. Em 2006, neste mesmo período, foram 58 mortes nas estradas catarinenses contra 52 neste ano.

O País teve um crescimento de 17, 46 % nos acidentes nas férias de julho em relação ao mesmo período do ano passado. A crise aérea e o aumento anual da frota de veículos no Estado foram apontados pela Polícia Rodoviária Estadual como motivos para justificar os números negativos.
De 29 de junho a 31 de julho foram registrados mais de 11 mil acidentes nas estradas brasileiras. De acordo com o balanço da Polícia Rodoviária Federal houve também crescimento no número de mortes (15, 49%) e de feridos (13, 66 %).

Dados da PRF apontam que, todos os anos, Santa Catarina tem um crescimento anual de 9 % na frota de veículos – o que representa 250 mil novos veículos em circulação. A frota atual é de 2, 6 milhões.

O trecho sul da BR-101, que liga Palhoça (Santa Catarina) à cidade de Osório, na divisa com o Rio Grande do Sul tem sido elogiado pelos motoristas no Estado. A duplicação dessa rodovia que foi iniciada em 2005 já se estende por dois anos e deve ser concluída somente em 2010.

A velocidade média que geralmente era de 80 quilômetros por hora caiu para 50 km. Os trechos mais perigosos no Estado em gravidade de acidentes continuam sendo os que ligam as cidades da Grande Florianópolis à Capital, como o das rodovias BR-470 e BR-101.

DNIT faz obras em estradas

O superintendente do Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes de Santa Catarina (DNIT), João José dos Santos, informou que o departamento está fazendo o que pode para resolver os problemas nas estradas catarinenses. Somente neste ano foram investidos R$ 61, 5 milhões em restaurações, manutenções e conservações das estradas do Estado.

Além disso, através de uma parceria firmada no final do ano passado com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), quatro escolas municipais do Estado, nas cidades de Palhoça, Blumenau, Santa Cecília e Jaraguá do Sul, que são cortadas por rodovias federais, estão recebendo desde novembro do ano passado projetos educativos de conscientização no trânsito.
A idéia é ampliá-lo também para outros 123 municípios que têm rodovias federais próximas. O projeto ficou conhecido como Núcleo de Estudos sobre Acidentes de Tráfego em Rodovias (NEA).


Monatran pede campanha nacional educativa

Para o presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito (Monatran), Roberto Alvarez Bentes de Sá, o alto índice de acidentes nas estradas brasileiras é reflexo da falta de campanhas nacionais educativas. Ele frisa que a atenção dos motoristas no final do ano, com o crescimento do número de turistas devem ser redobradas.

No Brasil, hoje, existem mais de 1, 2 milhões de veículos em circulação nas estradas. Sá diz que o sistema viário nacional não acompanha esse crescimento e que, em todo País, falta sinalização e reparos nas rodovias. Além disso, ele aponta que os motoristas continuam sendo mal formados nos cursos de capacitação.

O exemplo do ex-piloto de Fórmula 1, Nelson Piquet que foi obrigado no mês passado pelo Detran (Departamento de Trânsito) a fazer cursos de reciclagem por ultrapassar cem pontos na carteira de habilitação – o máximo permitido são apenas 20 pontos – foi um exemplos positivos apontados por ele de modelos que deveriam ser seguidos.

Somente em Santa Catarina hoje existem 5 mil motoristas que ultrapassaram os 20 pontos na carteira, mas que continuam dirigindo em estradas.

Pistas são alargadas no balneário de Ingleses

Outra modificação que deve trazer bons resultados será a entrega das obras de revitalização do acesso ao balneário Ingleses, prevista para o dia 31 de outubro deste ano. No local, houve alargamento das pistas, implantação de jardinamento, de canteiros e de ciclovias. Schwabe diz que quem for visitar o balneário neste ano o encontrará totalmente remodelado e moderno.
Segundo o engenheiro do Departamento Estadual de Infra-estrutura (Deinfra), Romualdo França Filho, o maior problema de infra-estrutura enfrentado no verão nos balneários é a falta de água e segurança. Ele aponta que entre as principais reclamações, os congestionamentos aparecem em apenas 2% dos casos. “A crítica pelos congestionamentos é mais forte pelos próprios moradores da Capital e é gerada pelo movimento da sazonalidade.”

Para o próximo mês, o Deinfra concluirá os trabalhos de revitalização do pavimento das SC-404, SC-405 e SC-406. Não há previsão de novas obras para a temporada de verão 2007/2008. Ele explicou que não se pode falar em continuidade de duplicação da SC-401 enquanto permanecer as pendências do contrato de concessão com a empresa Linha Azul. “As rodovias estaduais durante a temporada de verão ficam saturadas aos moldes do que ocorre com todo o sistema viário municipal, pois as limitações ambientais não permitem muitas alternativas para abertura de novas vias.”

(André Luís Cia, A Notícia, 01/09/2007)

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1 Comentário

  1. arestides tagliano disse:

    Nosso trânsito é um caos total, imaginem quando chove, quando tem feriadão, quando vem temporada.
    A questão é o excesso de sinaleiras, para, muitas vezes, facilitar um retorno rápido, favorecendo a princípio algum amigo, parente, político etc.
    Tem-se que pensar na cidade, no todo, melhorando o fluxo dos usuários.
    Em outras cidades como Blumenau e Joinville, utiliza-se retornos, fazendo um percurso maior, mas desafogando o fluxo, diminuindo os tradicionais engarrafamentos.
    A Av Mauro Ramos deverá virar via de escoamento, sem a intertefência de tanto sinaleiros, temos a AV Beira Mar, também decorada de tantos sinaleiros e pardais, uma verdadeira via crucis.
    Isto nos horários normais, imaginem no pico.
    Na saidas de colégios, o fluxo intesnso de estudantes, tumultua o trânsito. Porque não providenciar passarelas, túneis?
    Enfim, temos organismos responsáveis para cada área, e não se tem soluções, nem projetos, nem estudos, nem debates com a população.
    Nota-se que o poder público age de forma autoritária, achando-se dona do dinheiro público, das idéias, das decisões, muitas vezes por interesses políticos, por vaidades. Ai saem pelo fim do mandato, e as conseqüências vão surgindo e a população sofre.

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