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Rio do Braz volta a respirar

Da Coluna de Rafael Martini (DC, 18/11/2017)

A imagem de turistas com máscaras para suportar o mau cheiro na Foz do Rio do Braz, em janeiro de 2015, correu o mundo. Aquela espécie de língua de água preta e fétida desembocando diretamente no mar, em Canasvieiras, no Norte da Ilha de SC, foi um dos maiores casos de poluição registrados em plena temporada. Passados um ano e 10 meses, até hoje há quem questione se o local foi recuperado.

Mas após uma intervenção de emergência da Casan e quase R$ 10 milhões de investimento, os resultados positivos começam a aparecer nos indicadores coletados regularmente pela companhia. Na comparação da temporada 2015/16 com a de 2016/17 foi constatada a redução do nitrogênio amoniacal em 50% (decorrente da urina). Já os famosos coliformes fecais tiveram retração de 90% nas medições feitas recentemente.

Mas a notícia mais celebrada internamente pela Casan foi a elevação dos níveis de oxigênio dissolvido na água. No auge da crise, estavam próximo de zero. Quando o indicador é negativo, o rio é declarado morto, pois nenhuma forma de vida consegue se manter nestas condições. Agora, já estão próximos de 4 mg por litro, o que já dá outra condição para que os animais sobrevivam naquele ambiente e gerem uma diversidade maior. Então, os peixes e crustáceos aparecem e conseguem se estabelecer.

— Sem dúvida chegamos melhor nessa temporada do que na passada. As ações foram consolidadas e agora é acompanhar de perto a evolução da qualidade do local. Mas sempre vamos necessitar do apoio da população, porque esse processo de despoluição deve ser encarado como um caminho longo e que está sendo percorrido—, diz Alexandre Trevisan, engenheiro químico da Gerência de Meio Ambiente da Casan.

A causa para tamanho excesso de poluição no rio, segundo a Casan, é o excesso de ligações clandestinas ao longo do leito, que despejam esgoto sanitário praticamente in natura no Braz a cada chuva mais forte.

Mesmo não sendo diretamente sua responsabilidade atuar na despoluição, o presidente da Casan, Valter Galina, assumiu o compromisso, reuniu o corpo técnico e partiu para a execução das medidas de emergência.

Principal obra do pacote, a nova ETE de Canasvieiras foi licenciada, licitada e construída em menos de 10 meses ao custo de R$ 8 milhões. Ela tem capacidade para tratar até 100 litros por segundo de esgoto e se soma à antiga ETE da região (construída em 1996), que trata 185 litros por segundo. A nova estação foi construída para dar conta da grande demanda da população na cidade, especialmente durante a temporada de verão, e também quando há grandes volumes de chuvas – já que muitas ligações estão irregularmente conectadas à rede pluvial.

A outra estrutura construída pela Casan foi a Unidade de Recuperação Ambiental (URA), que custou R$ 550 mil e tem capacidade de tratar 690 mil litros por dia de água do rio do Braz. Uma bomba no rio leva a água para a URA, instalada no Sapiens Park, onde é feito o processo de clarificação e purificação da água.

— A URA capta parte da a água do rio e a devolve purificada — explica Trevisan.

Este processo, aliás, é o mesmo que a Casan e prefeitura pretendem implantar na Beira-Mar Norte.

Da vergonha ao Oscar
O trabalho de recuperação, intitulado da Vergonha ao Oscar, o Caso do Rio do Braz, foi o vencedor na categoria serviço do Top de Marketing ADVB 2017. A premiação será entregue na próxima quarta-feira. O trabalho foi escrito com base em duas colunas publicadas pelo jornalista Moacir Pereira no Diário Catarinense. No auge da crise, em janeiro de 2016, ele chamou de Rio da Vergonha, criticando a poluição. Após todas as intervenções, já temporada deste ano, ele publicou outra coluna dizendo que o Oscar deveria ser concedido aos funcionários da Casan, pela recuperação do Braz.

Choro é livre
Valter Galina, presidente da Casan, não esconde o descontentamento diante da falta de reconhecimento ao trabalho feito pela companhia não somente no saneamento, mas também no abastecimento de água. “Um dos problemas crônicos a cada temporada em Florianópolis era a falta de água nas torneiras. Estamos há 30 meses sem nenhuma interrupção e ninguém fala”, diz.

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