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Retirada de comportas e devolução original do curso do rio Ratones depende de estudos

A retirada das antigas comportas sob as pontes da SC-402 e a reabertura do curso original do rio Ratones, aterrado na construção da rodovia de acesso a Jurerê e Daniela, não estão nos planos do Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura). Segundo a assessoria da presidência do órgão estadual, as propostas discutidas durante encontro sobre a revitalização da maior bacia hidrográfica de Florianópolis, sexta-feira, na sede da associação de pescadores, não foram apresentadas oficialmente. E, se apresentadas, dependem de estudos técnicos, disponibilidade financeira e do relatório de impactos ambientais.

O Deinfra também descartou participação em projeto de dragagem de trechos do rio Ratones, no entorno da estação Ecológica de Carijós. A presidência do órgão desconhece a doação pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade) de draga apreendida na propriedade do coreano James Kahi Yoo, que estava secando área de manguezal, em Jurerê, para construir empreendimento turístico em 15 hectares de APP (Área de Preservação Permanente). A máquina, segundo o oceanógrafo Silvio Souza, chefe de Carijós, poderia ser utilizada no desassoreamento gradativo de trechos do rio.

A dragagem facilitaria a dinâmica das marés também na área de amortecimento da estação, liberada à pesca artesanal, praticamente inviabilizada pelo grande número de trechos inavegáveis e contaminados por esgoto. “Há lugares com 50 metros de uma margem a outra, mas, em momentos de maré baixa, mesmo no canal sobra pouco mais de um metro do leito do rio”, ressalta Souza. O assoreamento forma bancos de areia improdutivos, estéreis. “Fruto da materialização gradual e irreversível dos impactos ambientais das rodovias de acesso ao Norte da Ilha”, adverte.

Rodovias agravam assoreamento

As comportas e a alteração no curso original do rio, em 1955, mais os aterros para a construção das SCs-401 e 402, duas décadas depois, acentuaram os efeitos do assoreamento, segundo o oceanógrafo do ICMBio. Silvio Souza lamentou a ausência do Deinfra na reunião com pescadores, Casan, Ministério Público Federal e Comissão do Meio Ambiente da Câmara.

“Os técnicos poderiam explicar se a retirada do que restou das comportas, aqueles pedaços de lajes de concreto e ferro que vemos em dias de maré baixa, comprometeria a estrutura das pontes”, ponderou Souza.

A reabertura do curso original do rio, no local conhecido como Poço das Pedras, com a construção de outra ponte entre as duas já existentes na SC-402, é apontada por ele como outra obra emergencial para viabilizar a revitalização do rio.

Para Isolde Espíndola, chefe do SPU (Serviço do Patrimônio da União) em Florianópolis, a mudança no curso do Ratones e a construção de comportas nos canais artificiais abertos durante o governo Celso Ramos, em 1965, devem ser revistas. “É absurdo a rodovia interromper o rio. Mas, já que foi feito, pescadores, comunidade e órgãos públicos, sejam municipais, estaduais ou federais, deve esquecer os conflitos em comum e serem parceiros nas soluções”, diz.

(ND, 26/03/2013)

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