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O Labirinto e o Minotauro

(Por Sérgio da Costa Ramos DC, 26/02/2013)

Com Floripa transformada numa mitológica e engarrafada Creta, a do Labirinto e do Minotauro, resta à Capital talvez um lustro – cinco anos – de boas vendas das montadoras de veículos existentes no país.

Depois de cinco anos de incentivos para vender quatro rodas, a Ilha experimentará um engarrafamento da Ponta do Rapa aos Naufragados, do norte ao sul da terrinha um dia descoberta por Sebastiano Caboto.

Fôssemos uma cidade com planejamento e a tal da vontade política – com administrações capazes nos três níveis do poder federativo –, teríamos um rodoanel para retirar o trânsito expresso (o das BRs) das vias de acesso citadino. Alô, governo federal e ANTT! E corredores urbanos para o BRT, o ônibus rápido, um serviço de transporte marítimo de massa e pelo menos mais duas pontes e uns três túneis. Um ligando o Centro à universidade, “tatuzando” o Morro do Antão. Outro perfurando o Morro do Padre Doutor e ligando o Itacorubi à Lagoa da Conceição. E um terceiro, submarino, ao lado das pontes, como os túneis que ligam Kowloon a Hong Kong e Nova York a Nova Jersey.

Todo mundo quer mais mobilidade. O substantivo é tão necessário quanto aquele outro – a sustentabilidade. Embora um seja a degola do outro. Todo mundo quer mais ciclovias e menos império do automóvel.

Eu também quero. Quanto mais ciclovias, melhor. Mas para os ciclistas não serem tragados pelo trânsito perverso do bicho-automóvel, a praga precisa ser domesticada. Seria preciso criar a cultura da ciclovia, zelar pelo direito dos ciclistas e dar-lhes, nas novas pistas, um lugar seguro – nada a ver com essas taxinhas improvisadas em ruas apertadas, um corredor polonês plantado em meio à selva de um trânsito pesado e desvairado.

Os puristas das duas rodas, contudo, precisam entender que para haver ciclovias é preciso haver vias. Se ainda precisamos conviver com os automóveis, necessitamos de duas coisas: limites e ordenamento na ocupação do solo.

Ao invés da regulação de um plano diretor, o que vimos nos últimos anos foi uma força-tarefa na Câmara Municipal modificando zoneamentos e ampliando gabaritos de edifícios.

Ou seja: chocando o verdadeiro ovo da serpente – que já se traduz num novelo urbano cada vez mais enrolado e caótico.

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