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30/01/2012
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30/01/2012

Mutirão pela natureza

Projeto recolheu, ontem, lixo na Guarda do Embaú. Coletas ocorrem no último domingo de cada mês

Em pleno domingo de sol, quando a maioria das pessoas se divertia à beira-mar, um grupo de surfistas trocou as pranchas pelos sacos de lixo mais uma vez. O Projeto Route, liderado por jovens que praticam surfe em Florianópolis, há um ano mobiliza comunidades para recolher lixos nas regiões de restinga e de costão das praias.

Ontem, desde as 10h, moradores e visitantes se envolveram na limpeza dos trechos do balneário, do Costão e das trilhas na Guarda do Embaú, em Palhoça.

A ação começou com um abraço coletivo exaltando a importância de preservar a praia. Houve, ainda, atividades como competição de futebol e aula de ioga, com o apoio da iniciativa pública e privada. O presidente do Instituto Route, que promove o projeto, Pedro de Assis Silvestre, 24 anos, ressalta que o objetivo principal não é apenas retirar o lixo de onde os órgãos responsáveis não chegam:

– O foco é dar uma nova história aos objetos que ficam jogados e fazer com que as pessoas tomem a iniciativa de não deixar mais a sujeira nos locais. A gente quer também que elas tenham uma consciência ambiental.

Nas atividades na Guarda do Embaú, essa conscientização envolveu várias faixas etárias. O estudante Marlon Juvêncio, 18 anos, e morador da Guarda do Embaú, convenceu a namorada, Ana Carolina Patrício, 16 anos, e os três sobrinhos pequenos a acordar cedo para ajudar na limpeza.

– Muita gente vem aqui, usufrui, suja e vai embora. A gente tenta amenizar isso. E é bom porque já ensina as crianças não jogarem lixo nas praias – defende Juvêncio.

Equipados com sacos de lixo, luvas e camisetas do projeto, os argentinos Sofia e Juan Marcon, 12 e seis anos, recolheram cada papel e ponta de cigarro que encontraram pela frente. Foram eles que convenceram os próprios pais a participarem da ação.

– As crianças são apaixonadas por essa praia e, quando ouviram falar que era para limpar, se entusiasmaram em vir ajudar – conta o pai orgulhoso, Atílio Marcon, 48 anos.

Para quem participou, a alegria de ver a praia limpa foi bem maior do que o cansaço pelo peso de fazer a trilha com os sacos de lixo cheios nas costas, sob o sol forte.

– Hoje, a gente poderia estar em uma festa, curtindo uma praia, mas preferimos estar aqui trabalhando, estamos felizes com isso. A gente gosta, antes de tudo, da natureza – destacou a professora de balé Jéssica Portes, 19 anos.

Para o membro da Associação de Barqueiros da Guarda do Embaú, que ajudou a trazer os lixos mais pesados da Costa, Roseval Pereira, o Pinguim, 22 anos, valem todos os esforços, diante do incômodo que pode ser o lixo na praia. Ele fica indignado com as pontas de cigarro que ficam pela areia e até pelos barcos, que transportes visitantes e moradores. Como cansou de apenas reclamar da falta de lixeiras no local, decidiu participar da ação do Projeto Route.

Também ajudaram o Corpo de Bombeiros, o Movimento SOS Rio da Madre, que trabalha pela recuperação do Rio da Guarda do Embaú, e a Associação de Surfe e Proteção da Guarda.

As coletas do Projeto Route costumam acontecer no último domingo de cada mês. O próximo destino da ação deverá ser decidido por enquete nas mídias sociais. Para mais informações sobre o projeto, basta acessar: www.projetoroute.com.br.

(Por Gabrielle Bittelbrun, DC, 30/01/2012)

Lixo que vira brinquedo

A coleta do lixo, feita sempre no último domingo de cada mês em uma praia diferente, é apenas um dos passos do Projeto Route, que não tem fins lucrativos. Em seguida à separação dos materiais, é feito um trabalho para transformar parte do lixo em brinquedo. A produção dura cerca de uma semana e tem o auxílio de um designer de produtos, que integra o projeto.

Depois, os brinquedos são distribuídos em Organizações Não-Governamentais (ONGs) que atendem crianças na Grande Florianópolis.

O presidente do Instituto Route, que promove o projeto, Pedro de Assis Silvestre, explica que cada coleta fornece, em média, 30 barquinhos, bomboquês e etc. Pelo menos 13 pessoas participam de todo o processo que, além da produção e doação de brinquedos, envolve aulas de surfe e de conscientização ambiental. O que não vira material para brincar é encaminhado a órgãos municipais de coleta ou associação de catadores de lixo.

O plano, como explica Silvestre, é estender o projeto para outras cidades do país e até do mundo. Em março, a coleta deverá ser no Rio de Janeiro, em uma parceiria com uma escola de surfe da Rocinha.

(DC, 30/01/2012)

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