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A rainha das orquídeas do Brasil

Na imagem uma mulher de pele branca com cabelos pretos

Artigo de Lélia Pereira Nunes
Escritora e membro da ACL (Academia Catarinense de Letras)

A enorme procissão percorria as ruas de Florianópolis. Era 25 de novembro, dia da Festa de Santa Catarina, a Padroeira do Estado. Junto aos fiéis destacava-se o andor com a bela imagem de Santa Catarina envolta em mar de orquídeas da espécie Laelia purpurata uma das mais nobres orquídeas brasileiras. O fato digno de registro aconteceu em 1942 e o autor de tão bonita e sublime ornamentação foi o saudoso orquidófilo Campolino José Alves. Nasci sabendo que a Laelia purpurata é a “Rainha das Orquídeas do Brasil”. Seu nome popular é “Lélia”. Nome que recebi na pia batismal, por sugestão do padre Raulino Reitz, ao meu pai, Joaquim Pereira da Silva.

Hoje, quero saudar o centenário de nascimento do ilustre botânico catarinense de Antônio Carlos, Cônego Dr Raulino Reitz, nascido a 19 de setembro de 1919. Reverenciar a sua grandiosa obra e a relevante contribuição para a Botânica, descobrindo aproximadamente 350 espécies novas e oferecendo a descrição de oito novos gêneros de plantas. Durante a campanha da malária catalogou as Bromélias na região de Brusque e identificou os focos do mosquito transmissor da doença. O que lhe valeu a alcunha de “padre dos gravatás”. Poucos catarinenses sabem que coube ao Padre Dr. Raulino Reitz a iniciativa de promover a Laelia purpurata flor símbolo de Santa Catarina, a 21 de julho de 1983, Florianópolis, vinte cinco anos depois, instituiu a Laelia Purpurata como a flor símbolo do município em 16 de maio de 2006. Conhecida pelos ilhéus e moradores do litoral catarinense, a sua descoberta para a ciência ocorreu em 1846 pelo belga François Devos na então Província Imperial de Santa Catarina. Na aurora do século XX, o estado é considerado o maior exportador de orquídeas do Brasil Sul, colocando em risco a sua sobrevivência. Recordo as imagens dos “vendedores de orquídeas” sentados ao longo da BR-101. O artista tubaronense Willy Zumblick pintou diversas telas deste comércio devastador, como o “Vendedores de Orquídeas,” 1986.

O recente livro “Orquídeas Nativas de Florianópolis” do geógrafo Marcelo Vieira Nascimento, uma das maiores autoridades do Brasil e de Santa Catarina no conhecimento técnico e científico da Orchidaceae. Um livro de conteúdo técnico e científico valioso, de um excelente ensaio literário e de uma obra de arte inestimável. No olhar apaixonado e “orquidolatrado” de Marcelo Vieira Nascimento, no coração da nossa gente, no pincel do saudoso mestre Willy Zumblick e na consagrada da pintura contemporânea de Juarez Machado, Rodrigo de Haro e Vera Sabino, a Laelia Purpurata está protegida para todo sempre. Afinal, é a nossa “Rainha das Orquídeas do Brasil” e flor símbolo da nossa terra.

(ND, 19/09/2019)

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