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O que dizem vereadores de Florianópolis sobre o aumento da verba de gabinete

Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 11/07/2019)

Após aprovação pela Câmara de Vereadores de Florianópolis do projeto nº 17.870, na quarta-feira (10), o ND procurou os parlamentares para comentar a votação. O projeto cria o vale-refeição para os vereadores no valor de R$ 1 mil e aumenta a verba dos gabinetes de R$ 21,6 mil para cerca de R$ 26,7 mil.

Dos 20 supostos votantes, 12 parlamentares não atenderam às ligações da reportagem, quatro não foram localizados e apenas quatro comentaram o assunto.

A vereadora Maria da Graça Dutra (MDB) disse que o aumento na verba já estava previsto e que há anos não havia nenhum reajuste. “O salário dos vereadores não é alto e a maioria gasta no próprio gabinete. Acho que a
gente tem que se valorizar porque trabalhamos das 8h da manhã sem hora para terminar. Então não vejo porque a demonização desse aumento que já estava previsto”, declarou.

Para o parlamentar Lino Peres (PT), o aumento é legítimo pois se destina a corrigir o salário dos assessores que está defasado. “Não há condições de ter uma equipe para os trabalhos sociais que desenvolvemos sem pagar salários adequados. Tem assessores ganhando menos que o salário mínimo; o aumento é para corrigir essas defasagens”, afirmou.

“Se você pegar esses R$ 21 mil e dividir por 10 pessoas, que é o máximo que um gabinete pode empregar, dá um salário de R$ 2,1 mil, fora os descontos. Essa é uma falsa discussão, o salário dos vereadores não sofreu reajuste. Além disso, o vale-alimentação é direito de todos os servidores”, defendeu.

A mesma opinião foi externada por Edinon Manoel da Rosa, o Dinho (MDB).“Hoje o vereador ganha um salário bom, mas quem trabalha com movimentos sociais como eu, sabe que sempre tem alguma creche ou instituição pedindo ajuda. Esse aumento não é para o salário do vereador, não temos reajuste há quatro anos. É para pagar gente capacitada. Eu tenho seis pessoas no meu gabinete e não tenho jornalista porque não tenho como manter”, disse.

Sobre o vale alimentação, Dinho afirmou que todos os funcionários públicos recebem. “Gastando cerca de 30 reais por dia, já chega quase a mil reais. Acordo às 4 h da manhã e vou para meu emprego, depois é que vou para a Câmara. Quem votou em mim, sabe o que estou fazendo. Votei consciente e não me arrependo”, declarou.

O vereador Fabrício Correia (PSB) é contrário ao projeto e disse estar “muito aborrecido” com a forma como o processo foi conduzido. “Foi votado em questão de segundos, aos 45 do segundo tempo. Além disso, a votação foi em bloco e nem tive tempo de me manifestar contra essa verba e o vale-alimentação. Esperava que a votação fosse realizada de forma eletrônica e individual, mas quando vi já tinha sido aprovado”, afirmou. Fabrício disse ainda que abrirá mão dos valores adicionais.

A votação pode ser vista no final do vídeo da sessão da Câmara desta quarta, a partir dos 43 minutos de gravação.

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