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Muro que relembra história de Florianópolis fica visível no Largo da Alfândega

Descoberto há algumas semanas, durante as obras de revitalização do Largo da Alfândega, o muro que demarcava o limite entre a terra firme e o mar no coração de Florianópolis ficará visível para que manezinhos, moradores e turistas relembrem um pouco como era a Capital antes da construção do aterro da Baía Sul, que mudou a região central da cidade na década de 1970. Não se sabe a data exata em que o muro da alfândega foi construído, mas estima-se que tenha sido entre 1876 e 1912.

Três trechos da estrutura, que totalizam cerca de 60 metros, estarão expostos em uma altura de cerca de 50 centímetros dentro de um espelho d’água para simular o mar batendo na divisória, como ocorria antes do aterro. A previsão é de que o largo revitalizado e o muro histórico aparente sejam inaugurados em agosto deste ano, em uma obra de R$ 8 milhões com parceria da prefeitura de Florianópolis e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Atualmente, 160 metros do muro estão expostos entre os tapumes que circundam a obra que começou em agosto de 2018. Ainda não se sabe exatamente como ficará todo o largo renovado. Porém, só será possível ter uma ideia nas próximas semanas, pois alguns trabalhos subterrâneos já estão sendo executados.

Para a escritora e historiadora Norma Bruno, que cresceu na Capital ainda sem o aterro, a grande lástima na região foi a perda do “contato com o mar”, algo que ela avalia ter mexido com o senso “de ser ilhéu” de parte da população. Por isso, apesar das críticas que faz à construção do aterro em si, elogia a intenção de expor a estrutura para que as novas gerações conheçam melhor o passado da Capital.

— Acho que manter esse muro, agora que ressurgiu, é como um monumento ao mar, uma homenagem à cultura ilhéu, ao ser ilhéu. É importantíssimo para manter viva a memória de uma cidade que não existe mais, porque o que fizeram com a Baía Sul após o aterro é uma vergonha – reclama Norma, referindo-se aos projetos e planos que nunca saíram do papel para aquela área, exemplos da passarela-jardim e as palmeiras e o petit-pavé de Burle Marx (renomado arquiteto paisagista paulista que elaborou um projeto para a área em 1978).

Projeto ainda será detalhado

Frederico Amorim Dacoregio é o engenheiro da prefeitura responsável pela fiscalização da obra de revitalização do Largo da Alfândega. Ele explica que, para não atrasar os trabalhos e entregar o espaço renovado até o fim de agosto, o projeto de como ficará o muro histórico será detalhado mais ao longo dos próximos meses.

Enquanto isso, o restante da obra será tocado em paralelo, para concluir a infraestrutura e outros detalhes da revitalização do largo. Uma coisa certa, diz Dacoregio, é que haverá espelho d’água para lembrar do tempo em que a água do mar batia no muro da Alfândega.

— O muro vai ficar rebaixado cerca de um metro e aparecer cerca de 50 centímetros de altura, mas o projeto como um todo ainda está sendo desenvolvido. Vamos tocando o restante da praça em paralelo, porque a indefinição de como seria tratado o muro nos impediu de passar algumas estruturas de um lado ao outro da praça. Então, vamos tocar a obra de revitalização, e pensar melhor com exatidão como ficará o muro — diz Dacoregio.

(NSC, 09/04/2019)

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