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Sem o turismo a conta não fecha

Artigo de Vinicius Lummertz – Ministro do Turismo (Jornal Metas, 31/10/2018)

Vem aí um novo governo e com ele os desafios de temas básicos como saúde, educação, segurança e saneamento. Foram apresentados nas campanhas novos modelos de gestão e compromissos de elevar os padrões de qualidade dos serviços entregues à população. Só não se falou muito de quem vai pagar a conta. Com o Brasil produzindo um quarto dos mercados mais eficientes e com um déficit público nominal de R$ 562,8 bilhões, a discussão sobre a fonte que vai custear o estado de bem-estar de direito é fundamental.

Não é possível criar uma democracia social por decreto. A saída passa, necessariamente, pelo aumento da produtividade e busca de novos investimentos com a melhoria do ambiente de negócios. Na captação do empreendedor genuíno, com recursos e know how para começar um negócio do zero, gerando novos empregos, o turismo surge como solução óbvia para impulsionar um novo ciclo de desenvolvimento no país.

O Brasil tem a maior diferença do planeta entre o realizado e o potencial no setor de viagens e turismo. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, estamos em primeiro lugar no mundo num ranking com 136 nações no quesito atrativos naturais, mas recebemos pouco mais de 10 milhões de visitantes nas unidades de conservação enquanto os Estados Unidos recebem mais de 300 milhões de pessoas.

Mais de 1,3 bilhão de pessoas viajaram pelo mundo no último ano, mas menos de 0,5% delas escolheram o Brasil como destino. Enquanto os brasileiros deixaram US$ 19 bilhões nos destinos internacionais em 2017, os estrangeiros injetaram apenas US$ 5,8 bilhões na economia nacional, um déficit de US$ 13,2 bilhões.

Apostar no desenvolvimento econômico de um país pelo turismo é entender o efeito cascata de um setor que impacta 52 atividades. Um setor que compra um carro a cada quatro minutos, 6 milhões de roupas de cama e banho, 120 mil televisões e 140 mil telefones por ano. O mundo nunca esteve tão conectado, mas o Brasil está à margem da comunidade global. Atualmente estamos na 96ª colocação no quesito abertura internacional. No discurso, a defesa do turismo no país é unanimidade. Mas, na prática, a teoria é outra. Estamos na 106ª colocação no quesito priorização do turismo. Em números absolutos, enquanto os EUA investiram US$ 302 bilhões e a China US$ 216 bilhões no setor, o Brasil aportou só US$ 28,5 bi no setor no último ano.

No Brasil o turismo é encarado como vagão, quando, na verdade, é locomotiva. Não há nenhum outro setor no Brasil capaz de gerar 2 milhões de empregos nos próximos quatro anos. Defender a social democracia, saúde, segurança e educação sem mostrar quem arca com os custos é demagogia. E, sem o turismo, a conta não fecha.

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