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Aterros sucessivos mudaram perfil da região da Prainha

Da Coluna de Carlos Damião (ND, 25/08/2018)

Embora com aparência de abandono, o prédio que sediou a Procuradoria da República até 2012, na Rua Bulcão Vianna, Prainha, não tem registro de invasão e possui um bom sistema de segurança e proteção, conforme apontou o ND em matéria publicada no dia 20 de agosto. O imóvel é federal, de responsabilidade do SPU (Serviço de Patrimônio da União). Trata-se de uma edificação histórica, construída na década de 1960 para ser a sede do DNOS (Departamento Nacional de Obras de Saneamento), dirigido durante muito tempo pelo engenheiro civil José Bessa, um dos fundadores da ACE (Associação Catarinense de Engenheiros).

O DNOS fez parte de um conjunto de prédios públicos importantes daquela região. Nos fundos, a Celesc construiu na década de 1970 a sua sede central, desativada em 1985, quando o edifício passou a abrigar o gabinete do governador do Estado e algumas secretarias, como a Casa Civil, a Secom e a Casa Militar. A ex-sede da Celesc recebeu a denominação de Palácio Santa Catarina e continuou sendo do governo até o início do primeiro mandato de Luiz Henrique da Silveira (2003/2004), que transferiu o gabinete para o antigo centro administrativo do Besc (Banco do Estado de Santa Catarina), no bairro Saco Grande.

A região do DNOS e, mais adiante, do DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem), hoje DNIT, foi “tomada” do mar por sucessivos aterros que começaram na década de 1940 e culminaram com o Aterro da Baía Sul, entre 1972 e 1975. Com tantos espaços abertos, a área recebeu diversas edificações públicas. Além do DNOS, Celesc e DNER, o Palácio Barriga-Verde (Assembleia Legislativa), o Tribunal de Justiça e o Tribunal de Contas do Estado. Também foi construída na região a primeira sede da ACE, depois demolida para a construção do novo edifício do TCE.

Praça dos Três Poderes

No meio havia a Praça da Bandeira, na verdade um terreno de chão batido, sem qualquer urbanização, e que mais servia para estacionamento de ônibus e realização de feira livre, do que para a convivência humana. Esse panorama só mudaria em 1985/1986, com a construção do Centro Cívico Tancredo Neves, hoje Praça Tancredo Neves. Por concentrar Executivo, Legislativo e Judiciário durante muito tempo o local acabou conhecido popularmente como Praça dos Três Poderes. Luiz Henrique levou o governo para o Saco Grande para agrupar a estrutura oficial num local mais prático, à época de fácil acesso e com amplas áreas de estacionamento.

E o antigo prédio da Celesc tornou-se uma extensão do Fórum, cohecido como Marmitão, construído na década de 1990. Ou seja, mesmo sem a sede do governo, toda a região continua tendo a característica administrativa oficial que começou a se formar há mais de 50 anos.

É necessário lembrar ainda que também o Sesc (Serviço Social do Comércio) está presente à Prainha desde 1959, com estrutura administrativa, centro de atividades culturais e sociais, ginásio e outros equipamentos, também ocupando área de aterro. Ao lado da Assembleia, a escola estadual Celso Ramos, que era a “escola da Prainha” (ou do Morro do Mocotó), foi desativada no governo de Luiz Henrique da Silveira e hoje é uma creche mantida pela prefeitura.

Nome que resiste

A Prainha recebeu esse nome porque a região era banhada pelo mar até a década de 1940, quando o primeiro aterro acabou com a pequena praia que havia no local, mas a denominação permanece até hoje.

O atual Instituto Estadual de Educação ocupou um espaço que era do Exército, o Campo de Manejo, ao lado do antigo DNOS.

Um prédio público prejudicado pelos sucessivos aterros foi o Forte Santa Bárbara, que sediou a Capitania dos Portos até a década de 1970. A Capitania perdeu o sentido por não proporcionar mais o acesso das embarcações da Marinha ao mar. Hoje, o forte é sede do Museu Naval.

O Terminal Cidade de Florianópolis foi construído em outra área de aterro, onde antes se concentravam os clubes náuticos – transferidos para as proximidades do Terminal Rodoviário Rita Maria na década de 1970.

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