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Diversidade cultural e de paisagens marca Bacia dos rios Tijucas, Biguaçu e bacias contíguas

Imagine um turista que acabou de visitar os quinze municípios que fazem parte da bacia dos rios Tijucas, Biguaçu e bacias contíguas. Agora imagine ele contando aos seus amigos e familiares sobre os lugares pelos quais passou (Angelina, Antônio Carlos, Biguaçu, Bombinhas, Canelinha, Governador Celso Ramos, Itapema, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, Porto Belo, Rancho Queimado, São João Batista, São José e Tijucas). Não apenas por suas diferenças geográficas e climáticas, mas também pela diversidade cultural de cada município, não fica difícil acreditar que sua descrição deve ter encantado a todos. Nas fotos, praias de tirar o fôlego, algumas intocadas, como a do Sissial, em Governador Celso Ramos; serras a partir de onde é possível ver o mar de águas azul turquesa; pastagens e campos naturais; santuários como o de Santa Paulina, em Nova Trento; cucas, tortas e apfelstrudel (folhado de maçã), como os encontrados nos cafés coloniais de Rancho Queimado… Esses são apenas alguns exemplos do que poderia vir a fazer parte de seus registros fotográficos.

Apesar de a área total dos municípios que compõem a Bacia corresponder a apenas 3% do total do território catarinense, a região é caracterizada por uma diversidade cultural que salta aos olhos. Resultado de uma colonização mista, em que alemães, italianos, açorianos, poloneses, entre outros, incorporaram à cultura nativa seus hábitos e costumes ao longo do tempo, a população total que vive nos municípios, que atualmente é de 353.691 habitantes, segundo dados do IBGE, se mostra dinâmica e repleta de singularidades.

Por este motivo, que se reflete na gastronomia, na arquitetura, nos modos de produzir e consumir etc, mas também por uma série de outros fatores (econômicos, políticos, sociais etc), a elaboração do Plano de Recursos Hídricos (PRH) das Bacias dos Rios Tijucas, Biguaçu e bacias contíguas necessita de muitas mãos e mentes para que venha a atender as expectativas de todos. Com tantas peculiaridades, é natural que as demandas de cada município sejam diferentes em relação aos usos da água, bem como no que diz respeito à diversidade biológica, ao manejo de recursos naturais, ao desenvolvimento de pesquisas científicas, atividades de ecoturismo, manutenção dos equilíbrios climáticos e ecológicos, povos tradicionais, preservação de belezas cênicas e ambientes históricos, entre outros.

Segundo o jornalista e um dos colaboradores no processo de fundação do Comitê de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas dos Rio Tijucas e Biguaçu, William Wollinger Brenuvida, “Um comitê de bacias passa a fazer parte da gente quando compreendemos a necessidade e importância da água em nossas vidas. Costumo dizer que para tudo que fazemos há um atravessamento. É aquela pessoa que te ensinou a plantar e preservar água; são os modos mais educados que adotamos e que nos permitem dialogar em grupo, no coletivo; é essa teimosia incrível em querer sentir um ambiente melhor para todos, sem exceção.”

De agricultores a empresários, de pescadores a donos de restaurantes, de prefeituras a pequenas associações e sindicatos, de estudantes aos povos tradicionais, etc. – todos podem e devem participar dos processos decisórios do PRH que está sendo elaborado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (SDS), em parceria com o Comitê Tijucas-Biguaçu, por meio da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Ainda de acordo com Brenuvida, “O Comitê Tijucas-Biguaçu está inserido em uma das regiões mais belas e importantes para o Estado de Santa Catarina. Historicamente, há registros de viajantes aqui nos primeiros anos de 1500. Geográfica e economicamente, um dos rios mais importantes do Sul do Brasil. Cada cidadã, cada cidadão de nossa bacia hidrográfica, traz em si uma experiência e uma marca que lembra os 15 municípios que a compõem: Antônio Carlos e as hortaliças; Angelina, fé e nascedouro; Biguaçu, um legado de São Miguel da Terra Firme; Bombinhas, um pequeno diamante; Canelinha e a herança ceramista dos indígenas Itararé; Governador Celso Ramos, a antiga Ganchos, primeira sede do governo da capitania de Santa Catarina; Itapema, trecho do Caminho do Peabiru; Leoberto Leal e as nascentes; Major Gercino e a imponente Cachoeira do Alho; Nova Trento, um pedacinho da Itália no Vale do Tijucas; Porto Belo e a colônia da Ericeira; Rancho Queimado, uma herança tropeira; São João Batista e a primeira colônia italiana do Sul do Brasil; Tijucas, a capital do Vale por onde Caboto passou em 1527… E sem esquecer a parceria e o trabalho árduo da equipe técnica da Associação Caminho das Águas do Tijucas (Acat), da diretoria, do conselho fiscal, da câmara técnica, e das entidades que participam do comitê com a responsabilidade e compromisso que construímos todos juntos para garantir água de melhor qualidade e abundância na torneira da população.”

A fase atual do Plano é a de Prognóstico, a chamada Etapa D do Plano de Trabalho, o que quer dizer que é agora que estão sendo feitas as projeções para as demandas de água atuais e futuras, buscando soluções para que haja uma situação de equilíbrio quali-quantitativo da água, daí a necessidade de se entender que este momento está diretamente ligado às futuras experiências de turistas (imaginários ou não), mas também ao futuro de cada cidadão que tem o privilégio de morar na região. Participe!

(Ufsc, 23/04/2018)

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