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“Isso nos coloca em igualdade ao RJ”, avalia Pavan após Florianópolis ter sido autorizada a receber escala de cruzeiro

Depois de quase uma década sem receber turistas por meio do mar, Florianópolis dá o primeiro passo para voltar a fazer parte da rota de navios cruzeiros. A notícia de que a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) autorizou uma escala teste na cidade até fim de março foi recebida nesta semana pela prefeitura. O documento é válido por 30 dias e, como foi assinado no dia 24 de fevereiro, é válido até 24 de março, data em que o Preziosa, da MSC, maior navio em operação na Amércia do Sul, vai aportar no trapiche de Canasvieiras, no Norte da Ilha de SC. O Preziosa tem capacidade para até 4,3 mil passageiros e outros 1,3 mil tripulantes e a rota, que passará pela Capital catarinense, ainda não foi divulgada.

O superintendente de Turismo de Florianópolis, Vinicius De Lucca Filho, explica que além do pedido emergencial, que é válido apenas para a escala teste, a prefeitura protocolou outras duas solicitações para implantar as chamadas Instalações Portuárias de Turismo (IPT ou IPTur) nos trapiches de Canasvieiras e no de Canajurê. Essas duas, diferentemente da autorização de emergência, tramitam com mais lentidão e caso sejam aprovadas, serão vitalícias.

— O que a gente pediu emergencialmente é para que fosse avaliado mais rapidamente justamente para ter condições de receber a escala teste. Outros destinos fizeram esse pedido também, como Balneário Camboriú, mas demorou muitos anos para conseguir. São coisas que correm de forma paralela — explica.

Ainda conforme o superintendente, foi a própria empresa MSC que bateu o martelo sobre onde iria aportar após receber os estudos de batimetria, que é como uma fotografia que mostra o relevo do fundo do mar, de Canasvieiras e de Canajurê. Outros pontos, como no Sul da Ilha, o mar aberto e mexido impossibilita a permanência do navio, que precisa navegar em uma profundidade mínima de 11 metros. Lucca Filho explica que o cruzeiro ficará aportado por cerca de 12 horas em uma distância de 2,4 milhas náuticas (que equivalei a cerca de 4,4 quilômetros) do trapiche. Para chegar na faixa de areia, os passageiros navegam em embarcações menores, chamadas tenders, por 20 minutos.

A exemplo de Balneário Camboriú que fez a primeira escala teste em abril de 2017 e nesta temporada recebeu, segundo Lucca Filho, outras 20 escalas, a expectativa da prefeitura é alcançar este patamar já na temporada 2018/2019.

— A ideia agora é fazer uma chamada pública nessa semana ainda buscando quem quer operar alguma coisa ali. Ainda estamos definindo isso, mas deve ter um espaço institucional da prefeitura para os turistas com mapas, um espaço cultural com artesanato e espaço comercial de comidas, bebidas e também com venda de passeios — projeta.

SC se iguala ao RJ em pontos de aporte

O sucesso na emissão da autorização, que tramitou em caráter especial e de emergência e, por isso, teve mais celeridade no processo _ entre a entrada do ofício da prefeitura e a assinatura do documento foram dois meses _, foi considerado pelo o secretário de Estado do Turismo, Cultura e Esporte, Leonel Pavan, como uma grande conquista para o Estado. Conforme Pavan, agora SC se equipara ao Rio de Janeiro em número de pontos que estão aptos para receber cruzeiros.

— Temos agora Florianópolis, Porto Belo, Balneário Camboriú e Itajaí. Isso nos coloca em igualdade ao Rio, mesmo que nós tenhamos 100 quilômetros de costa a menos que eles. O ponto fundamental disso não é só o turismo do cruzeiro que vem com o cruzeiro, é o turismo que gosta e volta por terra ou pelo ar — avalia.

Por fim, o secretário estadual ainda ressalta que, além das cidades que já recebem os cruzeiros, outros municípios litorâneos como São Francisco do Sul, Penha e até Governador Celso Ramos também possuem estrutura e as características necessárias para conseguir entrar na rota dos gigantes do mar.

Entrevista: Superintendente de Turismo de Florianópolis, Vinicius De Lucca Filho

Por que não receber o cruzeiro na Beira-Mar Norte?

Quando nós tivermos condições de fazer um mapeamento hidrográfico, que é uma batimetria maior, de uma área maior e com mais tecnologia, poderemos verificar a possibilidade de parar na Beira-Mar Norte. No momento foi (feita) a batimetria do ponto na região norte, onde vai ficar fundeado o navio, que é onde, até 2009 o navio já ficava parado. Já existe um histórico nesse sentido. Tem uma diferença interessante da última vez que o pessoal parou aqui para agora que é a tecnologia dos motores dos navios, que mudou. Não é mais necessário a tal da poita (âncora). Hoje em dia não se precisa mais da poita para fundeio, o navio fica com o motor ligado e consegue ficar parado.

Foi preciso fazer alguma adequação no local para receber o evento teste?

A única coisa de diferente que vai ter ali é a colocação de um flutuante acoplado ao trapiche de Canasvieiras para aumentar a área de embarque e desembarque. Já existem guarda corpo, que são coisas que Antaq pede em qualquer trapiche que ela tenha operação. Vai haver uma pintura no trapiche e a colocação de uma esteira na área de areia do trapiche para facilitar, caso eventualmente tenha algum cadeirante, por questão de acessibilidade. Vamos criar uma estrutura receptiva tanto na praça quanto na área da praia.

Qual a expectativa para receber os turistas? Já se sabe quantos são, quanto tempo ficarão?

O navio deve permanecer aproximadamente 12h, das 6h da manhã as 18h. Não temos ainda essa informação oficial, mas essa é a tendência. Ficarão só no dia 24 e são até 4,3 mil passageiros e 1,3 tripulantes, um total de até 5,6 pessoas. Como Florianópolis está há algum tempo fora das rotas isso varia muito de cidade para cidade, o percentual de pessoas que descem. Mas como a cidade está voltando agora a fazer parte da rota, acredita-se que 70% das pessoas desçam do navio, mas é uma estimativa de histórico de outras cidades. A média histórica é de 50%. Então falamos em torno de 4 mil pessoas que devem desembarcar.

E qual a tendencia desse turista? Devem permanecer na região? Qual a média de gasto?

O ticket médio histórico no Brasil é de R$ 460 por pessoa/ dia. Com relação aos passeios ainda não sabemos apontar. O que se sabe é que certamente terá oferta para ir ao Costão do Santinho, em alguns beach clubs, oferta de city tour, passeios pelo Centro Histórico e Lagoa da Conceição. Pode ter oferta para o Campeche, na escuna pela região norte, escuna até Beira-Mar Norte. Teremos uma oferta bastante grande, não só na região norte da ilha, mas em outros pontos também, podendo até sair de Florianópolis. Como ir nas Águas Termais, passar o dia lá. Pode até ter gente que queira ir ao Beto Carrero, acho mais complicado, mas pode ter. Também acho mais complexo, mas pode ter quem queira ir no out let de Porto Belo. Quem vai dizer isso é a operadora que vai ser contratada pela MSC, que oferta isso dentro do navio e as agências que vão ofertar os serviços a partir da chamada pública que a prefeitura vai lançar.

(DC, 26/02/2018)

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