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Parceria entre UFSC e Centro de Saúde transforma lugar ocioso em espaço de cura

O acesso à Horta Medicinal do Centro de Saúde Prainha, localizada na região central de Florianópolis/SC, parece um portal para um mundo inverso ao encontrado em um posto de saúde. Ao sair da recepção e passar por um pequeno corredor, o visitante chega a um jardim medicinal. São plantas e alimentos cuidadosamente colocados em uma área de 20X30 m².

Este terreno, antes, era ocupado por pedras e restos de obra e, a partir de março de 2016, passou a ser um lugar de cura e cuidados por meio do alimento. Potes plásticos, caixas de leite, galões e até um vaso sanitário são reaproveitados para que as plantas cresçam e se desenvolvam na sua plenitude.

O projeto ‘Vamos plantar saúde’ surge na Prainha através de uma parceria entre os profissionais da unidade, a comunidade local, os residentes multiprofissionais em Saúde da Família recém-formados pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Horto Medicinal do Hospital Universitário (HU).

Segundo Natália Todeschini Tonelo, assistente social formada pela UFSC e residente no Centro de Saúde Prainha, em visitas realizadas aos moradores da localidade foi identificada a prática do consumo de plantas medicinais. Percebendo uma prática local e unindo o interesse dos profissionais sobre o assunto, nasce a horta medicinal. “Os moradores cultivavam nos seus quintais e trouxemos essa realidade para as nossas reuniões. Percebemos que os residentes e os profissionais da unidade também tinham interesse no assunto”.

Moradora da região e colaboradora do Centro de Saúde, Ana Maria de Oliveira da Silva sempre utilizou a Melissa como chá. Agora, com os conhecimentos adquiridos com a Horta Medicinal da Prainha utiliza as plantas para os cuidados com a bronquite do filho e as cólicas menstruais das filhas. “Eu só conhecia a Melissa, mas estou conhecendo outras coisas que posso usar como medicamento, remédio caseiro, tempero e até para comer.

Não imaginava que dava pra usar tudo isso, muita coisa que a gente pensa que é mato não é mato, dá pra ser usada”, diz ela, reafirmando que a prática fez com que a compra de remédios caíssem e o consumo ao que é natural aumentasse em casa.

De um espaço ocioso para um lugar de cura, a horta possui 106 espécies de plantas e alimentos medicinais à disposição dos moradores e dos profissionais de saúde. Daniela Caurio, coordenadora do Centro de Saúde Prainha, diz que o local é de aprendizagem e troca de informações entre a comunidade interna e externa. “A horta favorece um ambiente mais saudável.

A comunidade vem e participa, traz os seus conhecimentos, melhora o vínculo com os profissionais; nós pesquisamos e orientamos sobre a maneira correta e mais eficiente de usar as plantas”.

Em meio à sálvia, à melissa, à pimenta, à rosa verde, à pitaya, ao boldo, ao orégano, ao maracujá, ao manjericão, ao chuchu e tantas outras plantas, Michael Lopes caminha pelos canteiros estreitos da horta. Acadêmico do curso de Farmácia da UFSC e extensionista no Horto do HU, Michael acompanha a horta medicinal desde o início.

O projeto experimental é o de maior sucesso entre os implantados com a ajuda da universidade nos centros de saúde do município. Em decorrência disso, em 2018 serão implantadas três hortas nas localidades de Barra da Lagoa, Rio Vermelho e Ratones. “A experiência na Prainha foi importante porque mostrou como se deu o processo de implantação da horta. Catalogamos 32 plantas que são consideradas as mais seguras e interessantes para o uso da população, elas seão cultivada no Horto Medicinal do HU e a ideia é levar às unidades as plantas e uma cartilha explicativa sobre elas”.

Com essa ação, a comunidade terá as plantas medicinais iniciais e os profissionais um documento que oriente sobre o melhor uso e prescrição. “A cartilha surge como uma ferramenta para o profissional de saúde ter a informação durante o atendimento para uma prescrição adequada da planta”, frisa Lopes.

Horta pedagógica

Envolvendo diversos parceiros, entre eles a Prefeitura Municipal, as hortas medicinais se tornam pedagógicas tanto para a comunidade como para os profissionais. Natália diz que, aos profissionais, o principal aprendizado está no contato com as plantas. “Nós acabamos não tendo esse contato direto na universidade e, por isso, ao se aproximar da temática nos sensibilizamos, buscamos orientações, artigos, e implantamos gradativamente esse tipo de atendimento/prescrição na atenção à saúde”.

No Centro de Saúde, de acordo com Caurio, o espaço se transforma em uma escola em busca da redução do uso de medicamentos e o cultivo de hortas urbanas. “A comunidade traz alternativas para preservar as plantas. Um morador nos ensinou que o uso de cascas de ovos brancos nos canteiros espanta lagartas, o que trouxe benefícios para as plantas, porque elas crescem de uma forma mais saudável”.

A moradora Ana Maria fala com orgulho da receita que faz com o lambari, ou peixinho. “Ele é muito bom, já fiz empanado. Fica bem gostoso, as crianças gostam e faz bem para saúde”.

Importante

Busque orientações sobre o uso correto de plantas e alimentos medicinais no centro de saúde mais próximo a sua casa. Se tiver alguma planta que você usa com frequência, leve para a unidade de saúde. Assim, é possível a troca saudável de informações entre você e os profissionais de saúde.

MAIS

A UFSC oferta três disciplinas nesta área que podem ser frequentadas pela comunidade interna e externa. As disciplinas são as seguintes: Introdução às plantas medicinais; Introdução à fototerapia; Plantas medicinais na atenção básica.

Para isso, basta acompanhar o período de inscrições para ‘alunos especiais’ em disciplina isolada/aluno ouvinte de acordo com o Calendário Acadêmico a ser divulgado no início do ano letivo de 2018.

(UFSC, 10/11/2017)

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