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Primeiro parque urbano de Biguaçu está na etapa final da revitalização

Quase todos os dias o autônomo Pedro Hoffmann, de 61 anos, tem uma rotina parecida. Quando não está viajando como caminhoneiro, ele está caminhando, fiscalizando e dando pitacos certeiros na reforma do primeiro parque urbano de Biguaçu: o Parque da Lagoa do Amilton, na Praia João Rosa, em Biguaçu.

Pedro mora exatamente em frente à área do parque e, hoje, pode comemorar: depois tantos de pedidos, brigas e até abaixo-assinados, a área, que um dia foi privada, virou pública e está se transformando num espaço adequado para o lazer dos moradores. A expectativa é que até o fim do ano, Biguaçu tenha uma área verde e de lazer à disposição de todos.

Na semana passada, quando o prefeito Ramon Wollinger esteve visitando as obras, Pedro estava lá, avisando o gestor que tinha notado que algumas pedras estavam soltas no trajeto que está sendo construído.

— Acho que toda a comunidade deveria fazer isso com seus espaços públicos. Eu gosto de avisar se vejo algo, pedir conserto, e quando vejo muita sujeira no chão ou até na beira da lagoa, não é nenhum custo para mim pegar um saco de lixo e limpar — sugere o morador.

Pedro tem um apreço grande pelo espaço na Praia João Rosa. Morador há 40 anos do bairro, ele lembra da época em que a lagoa ainda pertencia ao verdadeiro Amilton Elias Adriano.

— Na época, ele fez este espaço para a família. Mas depois que ele vendeu, ficou muito mal cuidado, infelizmente. Vinha um cheiro muito forte de esgoto de uma abertura que foi feita para a lagoa, sem contar a sujeira do terreno — contou Pedro.

O desejo da vizinhança era que o espaço se tornasse um parque aberto ao público, já que o bairro não contava com uma área de lazer. Para isso, foi preciso muita paciência e dezenas de reclamações. Em 2011, o pedido foi acatado. De acordo com o prefeito Ramon, a área foi comprada pela prefeitura com apoio na lei das outorgas onerosas. Mas foi somente em 2015 que a primeira etapa do então Parque Lagoa do Amilton — nome escolhido pela própria comunidade — foi entregue. Na época, foram colocados bancos, o terreno foi limpo, e até um sistema de tratamento natural para a água da lagoa foi instalado: um jardim fitoquímico. Mas ainda não era o suficiente.

Passados dois anos, a segunda etapa da obra foi aprovada com investimentos de R$ 147.014,69, com apoio do Governo do Estado. As obras iniciaram no fim de julho — os trabalhadores atuam na construção da pista de caminhada neste momento — com previsão de término em 16 de novembro deste ano. A área, com aproximadamente 24,5 mil metros quadrados, terá uma área de lazer de 5.965 metros quadrados, com uma pista de caminhada de 1.050,75 metros quadrados, parque infantil, academia ao ar livre, área para jogos e novas instalações de mesas e bancos.

De acordo com o prefeito, novas mudas de árvores devem ser plantadas mais para frente, para deixar a área ainda mais verde. Há também o desejo de construir um quiosque, mas esta obra ainda não é garantida, informou Ramon.

Lagoa iluminada

O vigilante Maciel Antônio, 45, mora há 20 anos do ladinho da Lagoa do Amilton e lembra da luta da vizinhança para um parque no bairro. E mesmo com a primeira parte da revitalização, ainda há muito que fazer, principalmente no que diz respeito à segurança do local.

— Pessoas ainda descartam lixo no canto do terreno e muitos usuários de drogas usam o local à noite, e até durante o dia. A obra está ficando um brinco. Mas acho que a iluminação deve ser maior e a fiscalização também — opina.

Pedro Hoffmann concorda. Ele, que já leva sua netinha todos os finais de semana para passear no parque, fica incomodado com o cheiro de droga no local.

— Cada um sabe o que faz, mas famílias com crianças vão começar a vir aqui, e é preciso pensar em como evitar este tipo de atividade no local — complementa.

Para inibir o uso de drogas, o prefeito já avisou que toda a pista de caminhada será bem iluminada e que tem pretensão, de mais adiante, instalar uma câmera de monitoramento no parque. O videomonitoramento será de responsabilidade da Polícia Militar, assim como já é feito em outras regiões da cidade.

— Outra iniciativa que já está funcionando bem é o Vizinho Solidário aqui na região da Maria Cecília Sodré, a rua do parque. Os moradores, sempre que veem algo suspeito, já estão comunicando a polícia através do grupo do Whatsapp. É um apelo que a gente faz até: tem muitas praças, que recém inauguramos, e que três meses depois, já estão com redes de basquete rasgadas, equipamentos estragados. Pedimos mais sensibilidade por parte da comunidade para cuidar do que é seu, e denunciar quando ver alguma anormalidade — avisa Ramon.

Primeiro parque natural

A cidade também acaba de ganhar seu primeiro parque natural, que por lei, deverá ser permanentemente preservado. O projeto de lei, enviado pelo Executivo, foi aprovado pela Câmara de Vereadores também no final de julho.

O parque ficará localizado em área rural dos bairros Saudade, Prado, São Miguel e Tijuquinhas, com área total de 1.226.319,04 hectares e perímetro de 24.624,53 metros. O parque foi criado para garantir a preservação e recuperação da Mata Atlântica local, de ecossistemas naturais e dos recursos hídricos — a região tem várias cachoeiras, por exemplo. O parque será administrado pela Fundação Municipal do Meio Ambiente de Biguaçu (Famabi).

Segundo a lei, o espaço terá uma zona de amortecimento, que é uma área que fica ao redor do parque, usada para ¿filtrar¿ impactos negativos que ocorrem fora da área de preservação, como, por exemplo, poluição e moradias irregulares. De acordo com o prefeito, ainda não estão previstas desapropriações na região.

A fundação ainda deve criar um Plano de Manejo e poderá firmar convênios com empresas privadas para a conservação do local. O prazo para a aprovação deste plano é de cinco anos.Segundo o prefeito, ainda é cedo para falar dos futuros planos para o parque, mas o principal objetivo, com a aprovação da lei, é preservar e garantir o espaço verde na cidade.

(Hora de Santa Catarina, 10/08/2017)

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