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Floripa sem berbigão: pelo menos desde abril de 2016 não há mais extração do molusco

Cascas de berbigão espalhadas pelo mangue, rastelos enferrujados, ranchos fechados e caixas vazias são tudo o que sobrou da extração de berbigão na Tapera, Sul da Ilha. Nas duas principais áreas de cultivo de Florianópolis – Tapera e Costeira do Pirajubaé -, a extração de berbigão, que por muitos anos garantiu a subsistência de dezenas de famílias, tornou-se atividade em extinção. Desde abril de 2016, o departamento de aquicultura da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e o ICMBio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade) monitoram mensalmente a área da Resex (Reserva Extrativista) do Pirajubaé. A esperança era de que o molusco se regenerasse naturalmente, mas o berbigão não voltou e, hoje, não há mais famílias vivendo dessa atividade na Ilha.

Uma grande mortandade da espécie foi registrada no início de 2015, com perda de pelo menos 95% de moluscos adultos em uma área de 17 hectares da baía Sul. Em fevereiro de 2016, o ICMBio chegou a registrar um início de regeneração do estoque de berbigão, mas que acabou não vingando.

O projeto de pesquisa da professora Aimê Rachel Magenta Magalhães, do departamento de aquicultura da UFSC, começou em abril de 2016 e deve ser concluído em setembro deste ano, com o intuito de analisar os estoques naturais de berbigão na Costeira. Mensalmente uma equipe vai até a região e coleta amostras em 24 locais. “Até agora não se viu a recuperação natural de berbigões. Há pouca quantidade e, mesmo assim, estão morrendo”, afirma.

Uma ideia discutida desde 2015 para repovoar as áreas produtivas é a produção de sementes em laboratório a serem plantadas na baía Sul. De acordo com Leci Santin, chefe substituta do ICMBio, como ainda não há a confirmação de dados científicos que atestem o que levou à morte dos berbigões, o plantio de sementes ainda não será feito. “Corremos o risco de fazer um grande investimento e morrer tudo. Biologicamente o replantio tem mortandade bastante grande também. O ideal seria a recuperação natural, mas isso não está acontecendo”, explica.

Causas ainda são investigadas

De acordo com a professora Aimê Magalhães, as causas da mortandade de 2015 e que se arrastam até hoje ainda não estão cientificamente esclarecidas. Entre as hipóteses estão o excesso de chuva naquela época, o acúmulo de sedimentos no fundo lodoso, a poluição, a alta temperatura da água e o excesso de extração do molusco. Um parasita também foi encontrado nos berbigões, mas ainda está sendo identificado se isso foi um agravante para a mortandade. “O substrato do local está diferente, o fundo está diferente, cheio de pedras, e o resultado disso é a ausência de berbigões”, diz.

Leia na íntegra em  Notícias do Dia Florianópolis, 30/01/2017.

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