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Maricultores de Florianópolis começam a demitir, 22 dias depois da interdição da maré vermelha

Fora do cardápio há 22 dias, ostras, mexilhões, vieiras e berbigões – também em falta nos restaurantes sofisticados de frutos do mar de São Paulo, Rio de Janeiro e capitais nordestinas -, nas rotas gastronômicas de Florianópolis são substituídos por camarão e peixes, principalmente tainha – a vedete do inverno. A queda no movimento e no faturamento no setor tem sido em média de 20%, de acordo com os cálculos do proprietário do Rancho Açoriano, Bruno Dias Gonçalves, 28 anos, que administra um dos restaurantes da família.

Com base em dados de 2014 da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina), entre os produtores a estimativa é de que pelo menos 900 toneladas deixem de ser comercializadas em 15 dias. Em dinheiro, representa cerca de R$ 2,9 milhões, apesar de que os moluscos contaminados se autodepuram e voltam à cadeia produtiva depois da descontaminação.

“Muita gente procura os moluscos, nossos principais pratos. Mas, tentamos oferecer outra coisa ao cliente”, diz Gonçalves, que nesta semana serviu as últimas unidades de ostras gratinadas do estoque. O pai dele, Dario Hudson, 55, pioneiro da maricultura no Ribeirão da Ilha, retira do mar 2,2 milhões de unidades por ano e, mesmo com a linha de produção parada desde 24 de maio, mantém três funcionários na manutenção das lanternas nas áreas de cultivo.

Assim como a extração, a venda e o consumo de moluscos bivalves foram interditados em todo o Estado desde que análises da qualidade da água e dos animais detectaram a presença de microalgas contaminadas pela toxina diarreica DST. Trata-se do mais longo e abrangente período de maré vermelha no litoral catarinense, entressafra forçada que para os produtores traz dívidas e incertezas.

Nelson Silveira Júnior, 55, um dos sócios da fazenda marinha Atlântico Sul, fala até em “falência” e “colapso”. Em crise, a empresa começa a demitir ou, em alguns casos, reduzir a jornada de trabalhos de quem fica. “Estou preocupado até com a próxima conta de luz”, admite Silveira, que considera ultrapassado o método de análise e a proibição do consumo de ostra. “Apenas o mexilhão está contaminado”, garante.

Produtores reivindicam seguro ou defeso

A adoção de seguro para cobrir perdas por fatores climáticos, como ocorre na agricultura, ou defeso para o período de entressafra da maré vermelha, são propostas que a Cooperativa dos Maricultores de Florianópolis deve levar às secretarias municipal e estadual de Agricultura e Pesca. Segundo o presidente David Carridone, 33 anos, é incalculável a perda no setor nestes 22 dias de interdição.

Leia na íntegra em  Notícias do Dia Online, 15/06/2016.

mm
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