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Falta de integração entre órgãos de fiscalização abre caminho para crimes ambientais na Capital

Conhecido pela boa cachaça que produz quase escondido em um dos vales do Barreiro do Ribeirão, no Sertão do Peri, o agricultor José dos Santos, 56, aprendeu ainda menino a respeitar a natureza e sobreviver com o que a terra dá. Sabe onde está cada nascente que abastece a lagoa lá embaixo, identifica árvores e arbustos pelo poder de cura e evita, mas não mata, as jararacas que encontra a caminho das roças de cana “cada vez mais minguadas”, cortadas pela estrada Francisco Thomaz dos Santos, o Chico do Alambique.

Aprendeu também a conviver com outros perigos da mata. “Hoje em dia, antes de me aventurar por estes morros peço proteção a Deus, rezo para não encontrar ninguém pelo caminho. ” O medo de Zeca faz sentido. Estão cada vez mais próximas das trilhas usadas pelos moradores do Sertão as marcas deixadas pelos palmiteiros, que devastam com rapidez impressionante as últimas reservas da palmeira juçara, espécie nativa em risco de extinção na floresta nativa da Ilha. Mesmo em áreas legalmente protegidas, como o Parque Municipal da Lagoa do Peri, em fase de implantação desde 1982, no Sul da Ilha.

“Eles andam armados de espingardas e facões, e trabalham rápido. Agem principalmente nos dias de chuva e no inverno. É tudo gente de fora, homens mal-encarados”, diz Zeca, um dos representantes dos moradores no conselho consultivo e de gestão do parque, que vê cair a cada ano a qualidade da cana que planta, por causa do esgotamento do solo da mesma área utilizada pelos pais e avós há pelo menos 150 anos. Mas respeita a determinação de não abrir novas roças, pastagens e “comprar lenha fora” para tocar o alambique.

Homem prático que compensa o pouco estudo com a sabedoria da natureza, Exemplo de sobrevivência sustentável naquele pedaço da Ilha, Zeca pouco sabe do que acontece no resto da cidade. Mas começa a entender a burocracia e a falta de integração da fiscalização ambiental, seja municipal, do Estado ou federal. Cada um tem uma missão própria, eu acho. Mas na prática, pouca coisa funciona de verdade. É como na educação e na saúde, o que é público é de ninguém”, diz.

Palmito é exemplo nas matas da Ilha

A presença recorrente de cortadores de palmitos no Sul da Ilha, inclusive na área do Parque do Peri, é confirmada pelo fiscal e chefe da divisão de unidades de conservação da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis), Mauro Manoel da Costa, 49, que a cada incursão à mata descobre vestígios recentes de desmatamento da palmeira juçara. Os palmiteiros, segundo denúncia ao Ministério Público Estadual e à Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde, são mateiros recrutados por empresas clandestinas de envasamento de palmito em conserva localizadas no Vale do Itajaí e Norte do Estado.

Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 05/06/2016)

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