Jardim Botânico de Florianópolis não tem data para ser aberto à população

Um portão trancado com cadeados, casarões fechados e pouca movimentação. Essa é a visão de quem passa em frente ao terreno da Epagri (Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina), no bairro Itacorubi. A área recebe melhorias desde 2014, mas ainda não há previsão de quando o Jardim Botânico de Florianópolis será aberto ao público. A contratação do projeto paisagístico foi assinada nesta semana. Mas não há certeza da execução ainda em 2016.

O sol de outono, tão convidativo aos passeios de bicicleta, caminhadas e prática de exercícios físicos poderia ser ainda melhor aproveitado pela população da Capital caso estivesse aberto o Jardim Botânico, prometido há mais de dez anos pelo poder público. “A abertura desse espaço é o que as construtoras vendem há mais de uma década. Eu sou um dos que acreditaram nessa propaganda”, lamenta o empresário Fábio Feyh, 39 anos. Há dois anos ele acompanhou o início dos trabalhos, de homens e máquinas, na reforma da área que seria aberta até dezembro de 2015.

Pela cerca de tela, na avenida Admar Gonzaga, Feyh percebe a depredação da janela de vidro do casarão reformado recentemente para abrigar o centro de visitantes do Jardim Botânico. O empresário lembra que, além de desperdício do dinheiro dos contribuintes e favorecimento do vandalismo, a demora na finalização das obras tira da população a oportunidade de desfrutar de um espaço de área verde em um dos bairros mais populosos da Capital.

A fisioterapeuta Vanessa Martins, 36, concorda com a opinião de Feyh. A moradora usa a calçada compartilhada para caminhar e pedalar. Ela reclama que o Jardim Botânico é uma obra muito esperada pelos moradores do bairro que, enquanto não têm a opção de lazer perto de casa, vão ao Parque Ecológico do Córrego Grande. “Antes víamos, daqui da rua, operários trabalhando lá nos fundos. Mas já faz algum tempo que não se vê ninguém. Esse abandono aumenta a vulnerabilidade do local e consequentemente a depredação”, diz.

Que a grama do terreno é roçada com frequência, o aposentado Manoel Silveira, 50, concorda. Mas o morador, que tem seu imóvel ao lado do futuro Jardim Botânico, diz que a insegurança aumenta devido ao pequeno número de pessoas circulando pelo terreno. “Usuários de drogas pulam a cerca e o portão para se esconder lá dentro. Talvez por essa razão tenham quebrado uma porta de vidro que agora está com tapume de construção”, conta.

Trabalhos começaram em 2014

No dia 27 de março de 2014, o governador Raimundo Colombo (PSD) assinou a ordem de serviço para o início da construção do Jardim Botânico. A cerimônia foi realizada no salão paroquial da Igreja São Bento, próximo ao terreno da Epagri. Naquele mesmo dia começaram a limpeza do espaço e readequação da área para receber visitantes.

O projeto inicial contava ainda com cafeteria, mirante, trapiche e biblioteca. À época, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável descentralizou R$ 637 mil para a primeira etapa das obras.

Iluminação, portal e projeto paisagístico em andamento

Um galpão de madeira foi derrubado e um casarão foi reconstruído para abrigar o centro de visitantes, desde o dia em que foi assinada a ordem de serviço. A Epagri finaliza atualmente a instalação de uma cerca metálica de 540 metros para separar o Centro de Treinamento e a estação meteorológica dos 190 mil m² de área destinados ao Jardim Botânico.

Leia na íntegra em Notícias do Dia Online, 05/05/2016