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Debate aponta problemas e saídas para o trânsito em Florianópolis

Os congestionamentos enfrentados por turistas e moradores em Florianópolis durante o verão, o excesso de veículos, a pouca oferta de ônibus nos fins de semana e nas madrugadas e a insuficiência de acessibilidade no transporte público foram temas debatidos nesta terça-feira (16) em um balanço sobre a temporada.
O debate “De olho no Verão” reuniu na sede da RBS TV em Florianópolis o diretor de Planejamento da Secretaria de Mobilidade Urbana de Florianópolis, Diuzon Manoel da Costa Filho, e o presidente do Sindicato dos Transportadores Escolares de Florianópolis e o operador do transporte seletivo Farofinha durante o verão, Umberto Ouriques Neto.
Também participaram o especialista em mobilidade urbana e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Werner Kraus, além de Denise Siqueira, da organização Floripa Acessível.
Placas estrangeiras
O grande volume de carros de turistas nas ruas da cidade foi apontado como uma das principais causas dos congestionamentos. “Tivemos uma grande quantidade de argentinos de automóvel. A grande predominância foi daqueles que vieram com veículo próprio. A gente viu grandes congestionamentos, placas argentinas, uruguaias, chilenas, paraguaias”, disse Ouriques.
Sobre uma maior utilização do transporte coletivo por turistas, a avaliação do professor Kraus é de que eles “aceitam” ir de ônibus a determinados locais da ilha. “A gente vê a disposição do banhista que quer frequentar a Praia Mole, a Joaquina, que não são praias de residência como Jurerê e Canasvieiras”, disse.
“Para ter acessos a essas praias [do Leste], como se fosse um presente, um evento, o turista aceita ir de transporte coletivo, desde que haja uma oferta de serviço”, ponderou o professor. Costa Filho, da prefeitura, lembrou que a ilha tem desclocamentos que chegam a 85 km. “É o caso do Rio Vermelho [no Norte] à Caieira da Barra do Sul”.
“A gente tem se esmerado no sentido de produzir um transporte de massa. As críticas ao nosso serviço foram bem positivas”, completou Ouriques, sobre o transporte seletivo.
Pouca oferta nos fins de semana
A pouca oferta de transporte coletivo não só no verão, mas nos demais meses do ano foi um dos problemas apontados por Denise Siqueira. “A gente continua andando como uma lata de sardinha. Duas coisas são pontuais para que as pessoas troquem o transporte individual pelo transporte coletivo: o custo-benefício – se essa equação não fechar não adianta fazer o modal exclusivo – e também a oferta”, disse Denise.
“Em Florianópolis, a função do transporte coletivo é especificamente levar o trabalhador da casa para o trabalho e do transporte para casa ou estudante. Lazer pode esquecer. No fim de semana desaparecem os ônibus. A mesma coisa à noite e na madrugada”, criticou.
Acessibilidade
Cadeirante, Denise também questionou a falta de informações sobre os horários de ônibus adaptados a pessoas com deficiência. “Eu uso constantemente o transporte coletivo. A prática da rua não é a planilha da Fênix, eles passam uma informação e a realidade na rua é outra. Nem todos os ônibus estão adequados. A lei com relação à acessibilidade foi prorrogada e já venceu no dia 3 de dezembro do ano passado”, afirmou Denise.
“Embora os ônibus sejam 100% acessíveis, nem toda plataforma é elevatória, só 60%”, respondeu o diretor da prefeitura, que a afirmou que a expectativa é de que isso ocorra em 6 anos.
Ele ressaltou que a secretaria de Mobilidade tem um horário oficial. “O site da prefeitura tem todos os horários que são obrigatórios com ônibus com plataforma elevatória”, disse Costa Filho. “Isso desde 3 de dezembro já deveria estar superado”, reafirmou Denise.
Calor nos coletivos
A falta de ar-condicionado no transporte comum também foi um dos pontos debatidos. “A gente já teve essa experiência, já usou em linhas trocais. A gente teve muita reclamação em relação ao ar-condicionado, de pessoas idosas e com problemas respiratórios. Trata-se de uma questão de adequação”, disse o diretor da prefeitura, lembrando que o ar-condicionado também encarece os custos de operação.
Kraus afirmou que muitos passageiros reclamam também do excesso de calor dentro dos veículos. “O renovador de ar, que é obrigatório, baixa a temperatura em 4°C a 5°C. Dependendo da temperatura ainda não é suficiente”, reconheceu Costa Filho.
Volta às aulas
Nesta semana, a volta às aulas em boa parte das escolas também tem complicado o trânsito na central da capital. “A partir do início das aulas, que ocorreu logo após o carnaval, a gente percebeu um acréscimo grande nas nossas vias em todas as localizações de Florianópolis”, disse Umberto Ouriques Neto.
“Há em Florianópolis 140 empresas operando no sistema de transporte escolar, isso proporciona 220 veículos, com capacidade de 15 até 28 lugares. Cada aluno que está no carro escolar provavelmente está tirando um carro das ruas”, disse Ouriques. Ele lembrou que hoje o transporte escolar custa cerca de um décimo da mensalidade de um colégio.
Pontos de ônibus
A gente tem 2.200 pontos de ônibus, dos quais 1.200 possuem abrigo. Provavelmente as reclamações são por manutenção desses abrigos, mas há muita depredação, especialmente nas linhas mais longas. Mas estamos fazendo uma licitação para mais 200 abrigos e um sistema com informação [sobre as linhas de ônibus]”, disse o diretor da prefeitura.
O professor Kraus também apontou a necessidade de mudanças que vão além da instalação de um corredor exclusivo de ônibus no entorno do Maciço do Antão, na região Central.
“Nada vai melhorar se tivermos corredores e as mesmas linhas circulando por eles. Precisamos de novas linhas, mais interligações do sistema. O morador de São José não pode pagar R$ 7,50 para chegar à Bacia do Itacorubi. Detectamos que cerca de 25 mil viagens se originam na região continental à Bacia do Itacorubi. Dessas 9 mil são por transporte coletivo”, disse o professor Kraus.
A expectativa da prefeitura é de que o corredor de ônibus fique pronto em até quatro anos, disse o diretor de Planejamento da Secretaria de Mobilidade.
(G1, 16/02/2016)

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