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Voar em Floripa

(Por Sergio da Costa Ramos, DC, 21/07/2015)

Viajar é sempre bom, “ser outro em outros países”, como poetou Fernando Pessoa.

Voar ainda tinha algum glamour. Mas hoje requer dose de paciência digna de um Jó. Os acordes de “Fly me to the moon”, ou “Come fly with me”, como festejava Frank Sinatra, resumindo a alegria de voar, transformaram-se em Missa de Réquiem depois do 11 de setembro de 2001. Os terminais se tornaram sucursais do hospício, com passageiros tresnoitados, overbooking e hordas de viajantes indignados, entregues à má sorte. As companhias aéreas e os aeroportos simplesmente não conseguiram crescer com a mesma velocidade do “mercado” e naufragaram ao peso da incompatibilidade de custos: terminais mal conservados ou inadequados, companhias aéreas mal administradas.

Veja-se o grave caso do nosso Hercílio Luz. O aeroporto da Capital foi abandonado pela Infraero e pelos poderes do Estado. A chegada simultânea de dois Boeings 737 transforma o terminal em um mafuá, com filas pra tudo, aí incluídos os banheiros.

Aliás, a inércia no sul da Ilha – nem novo terminal, nem novos acessos – já apresenta a sua amarga conta: Floripa acaba de perder investimentos bilionários para ser a sede operacional de um “hub” da Latam (Lan e Tam). Dos dois centros operacionais de escala mundial projetados pela companhia, um vai para Fortaleza. E o outro, mapeado para Floripa, se transferiu para Porto Alegre.

Quase nada mudou no nosso pequeno aeroporto desde os tempos em que Saint-Exupéry aterrissava no Campeche e o governador Celso Ramos deu uma “garibada” na pista e no barracão de zinco de 1962, para que o terminal recebesse um Viscount da RAF, em escala técnica do príncipe Philip.

Hoje está transformado num pequeno formigueiro de seres assustados – os passageiros –, submetidos aos engarrafamentos de trânsito ou de pessoas, nas mais acanhadas instalações de um aeroporto de capital. O único em que, em dia de jogos de futebol, o passageiro talvez tenha que chegar a pé, empurrando a sua mala.

Glamour no aeroporto de Floripa, só se o passageiro brincar de ser um astro hollywoodiano – e desempenhar o papel de hóspede forçado, como Tom Hanks em O Terminal…

Em Floripa, não haveria espaço nem para improvisar uma cama. Tom Hanks teria que se deitar bem no meio da multidão da fila de embarque…

 

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