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Dirigentes sindicais pedem rejeição do projeto que amplia terceirização

Dezenas de dirigentes sindicais de Santa Catarina e de outros estados defenderam a rejeição ou arquivamento do projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional que amplia a terceirização da mão de obra. Acompanhados de parlamentares, de representantes da Justiça e do Ministério Público do Trabalho (MPT), eles participaram da audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa, em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal, na tarde desta segunda-feira (8), na sede do Parlamento catarinense. O Auditório Antonieta de Barros, local da audiência, ficou lotado.

A audiência pública foi solicitada pela deputada Ana Paula Lima (PT), por meio da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, e contou com a presença do senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal.  O evento faz parte de um ciclo de debates em todos os estados, promovidos pelo senador, que é contrário à proposta de ampliação da terceirização.

“Havia um pedido das lideranças sindicais do estado para que nós fizéssemos para o debate sobre a terceirização, em conjunto com o senador Paulo Paim”, afirmou Ana Paula. “É o momento da classe trabalhadora se unir debater para essa questão e dizer que Santa Catarina é contra a terceirização e a Assembleia Legislativa abre suas portas para essa discussão.”

Ana Paula classificou o projeto de terceirização como “absurdo” e “esdrúxulo”. A deputada afirmou que a proposta “agride a história de luta de todos os trabalhadores brasileiros”. “Terceirizados trabalham três horas a mais por semana e ganham 35% a menos. Em alguns setores, como nos bancos, essa perda chega a 70%”, comentou a parlamentar.

Paulo Paim afirmou que o ciclo de debates pretende mostrar aos senadores que a classe trabalhadora e as entidades sindicais estão mobilizadas contra o projeto, aprovado na Câmara dos Deputados e que segue para votação no Senado Federal, na forma do Projeto de Lei Complementar (PLC) 30/2015. “Nós conseguimos unir todo o movimento sindical contra esse projeto”, disse Paim. “Tenho autorização de todos os senadores para ouvir a classe trabalhadora em todo o país e mostrar o quanto a terceirização é prejudicial para o Brasil.”

Durante a audiência, entidades, como a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), e instituições, como o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SC), manifestaram preocupação com o projeto da terceirização. Luiz Carlos Ferreira, representante do Ministério Público do Trabalho (MPT) e delegado da ANPT, afirmou que o PLC é maléfico para o país ao reduzir direitos sociais importantes. “A ANPT já divulgou nota repudiando esse projeto que vai, entre outras coisas, diminuir os empregos diretos”, disse.

Já o desembargador do TRT-SC Amarildo Carlos de Lima afirmou que o PLC da terceirização, se aprovado da forma como está, vai precarizar as condições de trabalho. Para ele, os empresários também podem ser prejudicados com a medida. “Não se constitui uma boa prática você passar para um terceiro aquilo que é o filão do seu desenvolvimento empresarial. Essa é uma medida que pode se voltar contra o empresário”, considerou.

Os deputados federais Décio Lima (PT) e Geovânia de Sá (PSDB) e os estaduais Dirceu Dresch (PT) e Neodi Saretta (PT) também participaram da audiência, que teve representantes das centrais sindicais CUT, NCST e UGT.

(Agência ALESC , 08/06/2015)

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