O desafio dos mergulhadores na etapa de reforma emergencial da ponte Hercílio Luz
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Ponte Hercílio Luz completa 89 anos em meio à expectativa pela reabertura

Novembro de 1922. O irlandês James Joyce publicava, na França, o primeiro volume de Ulisses; nascia a atriz norte-americana Ava Gardner; era descoberta a tumba de Tutankamon no Vale dos Reis, no Egito; e Artur Bernardes tomava posse como presidente da República do Brasil quando a ponte Hercílio Luz começou a ser construída. A primeira ligação terrestre entre Ilha e Continente foi inaugurada no dia 13 de maio de 1926, acabando com a dependência das balsas para os 40 mil habitantes de Florianópolis. Hoje, 89 anos depois da inauguração, o cartão-postal da Capital continua interditada (desde 1982) e em processo de restauração desde 2004.

“Naquele momento de começo do século 20, quando o progresso estava chegando com a era dos automóveis e da comunicação, a intenção era tirar a Ilha do isolamento em que vivia com relação ao resto do Estado. Florianópolis era uma capital insulada”, recorda Jali Meirinho, sócio emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e membro da Academia Catarinense de Letras. De lá para cá, muita água rolou por baixo da ponte e, este ano, a perspectiva é de que ela possa voltar à rotina dos cidadãos nos próximos anos. “Além de ser um patrimônio histórico, a importância desse símbolo é a possibilidade de melhora da qualidade de vida das pessoas, consequente à melhora da mobilidade urbana”, diz Wanderley Agostini, presidente do Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura).

Apesar do otimismo de Agostini, para que a antiga travessia funcione como desafogo das filas nas pontes Colombo Salles e Pedro Ivo, é preciso, antes, concluir a problemática restauração. “A gente percebe algumas dúvidas colocadas pela sociedade. Essa obra não tem chance de ser executada por alguém que nunca fez algo parecido. Muitas pessoas ficam angustiadas, mas essas dúvidas logo sumirão”, afirma Wenceslau Diotallevy, engenheiro fiscal da obra.

Restauração só em novembro

As obras de restauração propriamente ditas só começarão em novembro, depois que for concluída a construção dos quatro pilares de sustentação provisória. Intitulada “ponte segura”, esta etapa está sendo realizada pela Empa Serviços de Engenharia – braço brasileiro do grupo português Teixeira Duarte – desde abril e tem custo orçado em R$ 10,2 milhões.

As ações imediatas da Empa se voltam para a finalização do apoio 2 (o segundo mais perto do Continente) e, em seguida, o apoio 1 (ao todo, são quatro fundações) por meio da técnica de contraventamento – ligação entre os quatro pilares de cada fundação para que eles funcionem como um bloco único. “Quando a equipe de mergulho chegou, foi uma surpresa ver que muitas redes estão presas à estrutura. Eles estão limpando isso para que possam dar segmento ao contraventamento”, explica Wenceslau Diotallevy.

Finalizado o contraventamento e o posterior trabalho dos soldadores na parte de cima dos pilares de sustentação, a Empa deverá entregar a obra, no final de outubro, para a empresa que fará a restauração efetiva da ponte. Em fevereiro, o governador Raimundo Colombo viajou a Pittsburgh (EUA), onde convidou a American Bridge – antiga Byington & Sundstrom, que construiu a ponte Hercílio Luz – para assumir a restauração.

Em abril, técnicos da empresa vistoriaram a ponte e pediram 60 dias para definir o projeto final e os custos. A um mês do prazo, a expectativa é que haja acerto. “Estamos engajados nos estudos e enviamos uma equipe ao Brasil nesta semana. Estamos perto de ter o que precisamos para dar uma oferta completa. Temos grandes expectativas em trabalhar nessa estrutura excepcional”, afirmou Michael Cegalis, vice-presidente da American Bridge, em resposta por e-mail ao ND.

(Notícias do Dia Online, 13/05/2015)

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