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Prefeitura e Consórcio Fênix destacam os avanços do novo sistema de transporte coletivo

A Prefeitura de Florianópolis, concedente do serviço, e o Consórcio Fênix, operador do sistema de transporte coletivo, rebatem as críticas às mudanças recém-adotadas com argumentos que transitam entre melhorias já implantadas e a necessidade de ajustes e adequações. O Consórcio Fênix assumiu o sistema no dia 1 de novembro, antes, em junho, a Prefeitura anunciou a ampliação da Tarifa Social, que atinge cerca de 14 mil pessoas, o Passe Livre, que beneficia cerca de 8.000 estudantes oriundos de famílias carentes da Capital, e a redução da tarifa do ônibus convencional. Estas medidas, somadas à renovação parcial da frota e ampliação do período de integração estão entre as principais melhorias apontadas pela administração municipal.

Questionado sobre o que deu certo nos primeiros dias de operação, o advogado Anderson Nazário, representante do Fênix, composto pelas empresas Transol, Estrela, Emflotur, Insular e Canasvieiras, afirmou que “a principal melhoria foi a entrada em operação da nova frota”. Nazário admite alguns dos problemas apontados pelos usuários, como o relativo às mudanças de horários em linhas de veículos convencionais e executivos, mas garante que as próximas semanas “serão de adequação às dificuldades constatadas”.

Dentre elas, a análise por parte de prefeitura e Fênix sobre o que gerou reclamações em relação aos horários suprimidos, que tiveram esse fim por supostamente não terem uma grande demanda. A intenção, explica Nazário, é “verificar se as mudanças implantadas foram realmente as mais corretas à população”.

Representantes das empresas e da prefeitura terão encontros quinzenais para debater os acertos e erros desse início de operação. “Vamos juntar as reclamações que chegam à ouvidoria aos relatos de técnicos da empresa. A partir disso, verificaremos a viabilidade de algumas das mudanças”, observa Nazário, que considera o grande volume de novos horários “fator que atrapalhou a população”.

Frota ganha 76 novos ônibus com climatizadores e ar-condicionado

O Consórcio Fênix dispõe de uma frota de 524 ônibus – 447 convencionais e 77 executivos. Segundo o advogado Anderson Nazário, 76 veículos são novos, 61 convencionais (com climatizadores) e 15 executivos (com ar-condicionado). Do total da frota, reconhecida pelo Fênix como principal melhoria do sistema, apenas 14,5% dos ônibus são novos. Outros 99 veículos receberam pintura nova e cuidados mecânicos.

Os demais ônibus precisam ser renovados nos próximos anos, buscando atender a idade média de seis anos, segundo prevê o edital de licitação. “Já encontramos problemas para comprar esse ônibus, pois as empresas não têm grandes volumes para pronta-entrega. Mesmo assim, a nova frota foi importante por trazer veículos executivos com ar-condicionado e acessibilidade, e os novos convencionais por contarem com climatizadores e também terem acessibilidade”, diz Nazário.

Motoristas ainda são funcionários das empresas

O diretor de Planejamento da Secretaria de Mobilidade Urbana, Vinícius Cofferri, afirma que a partir de agora todas as cinco empresas de transporte que compõem o Fênix são uma só. Os motoristas, entretanto, seguem cada um respondendo à empresa pela qual foi contratado. “Todos os ônibus pertencem ao consórcio, não se pode mais fazer essa diferenciação, mesmo que muitos ônibus ainda mantenham a pintura original”, explica. Ele espera contar com todos os ônibus da frota na pintura padrão do SIM até meados de 2015.

De acordo com Anderson Nazário, a convenção coletiva em vigor entre patrões e empregados não permite que os funcionários das empresas sejam demitidos. Portanto, somente em uma próxima convenção coletiva os trabalhadores poderão enfim fazer parte do quadro de funcionários do Fênix. Sobre o realocamento de linhas pelo qual tem passado muitos motoristas, Nazário disse não saber ao certo quantos motoristas estão dirigindo por linhas diferentes das que estavam acostumados. “É uma minoria, não sei ao certo quantos, mas são poucos”, diz.

Motoristas que trabalhavam no Centro ou no Sul da Ilha passaram a ter escalas que incluem linhas no Norte da Capital. Para conhecer os trajetos na Costa do Moçambique, Praia Brava, Vargem Grande, Gaivotas e Capivari, Valmir Francisco da Rosa, 51 anos, tem passado as manhãs em ônibus da Canasvieiras. “Trabalho na Transol há 16 anos, não entendi essa exigência. Os passageiros têm de ajudar os motoristas que vieram de outros bairros”, conta.

Motoristas e cobradores podem operar todas as linhas de acordo com as escalas determinadas pelo Consórcio Fênix, mas podem utilizar apenas ônibus das empresas pelas quais foram registrados. Embora muitos estejam pintados na mesma cor, os veículos mantêm a numeração de registro das empresas de origem.

Essa padronização de cores (azul e branco) deixou alguns usuários confusos no início. A pedagoga Maria Ester Nicácio, 43, alertou a filha Raissa, 10, sobre as novas cores dos ônibus. “Fiquei preocupada com ela, para não errar a linha. O padrão de cores deixou o sistema mais confuso”, reclama. (Colaborou Alessandra Oliveira)

Mudanças em linhas e horários

O que mais incomodou os usuários de ônibus nos últimos dias foi a mudança em 65 horários de linhas convencionais e 67 horários em linhas executivas. Vinícius Cofferri e Anderson Nazário têm consciência de que as alterações podem ter feito com que alguns ônibus demorassem mais a passar no ponto. “Através da ouvidoria, daremos um feedback à população do que deu certo e errado. Sabemos que nem todas as mudanças de horários deram certo, mas é a partir desse início de operação que poderemos detectar onde as mudanças foram positivas e onde não foram”, resume Nazário.

Os ônibus da Canasvieiras que estão operando linhas que eram da Transol, por exemplo, são uma das reclamações na qual prefeitura e Fênix concordam em fazer “adequações”. Cofferri reconhece o problema, mas promete mudanças. “Pedimos hoje [ontem] que se respeitasse o fato de que os ônibus ainda não pintados permaneçam fazendo as mesmas linhas de antigamente, enquanto não receberem a pintura oficial do consórcio. Até porque essa mudança pode atrapalhar os usuários, que esperam o ônibus de uma empresa e encontram o de outra”, destaca.

(Notícias do Dia Online, 05/11/2014)

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