Aves de rapina e suas ligações perigosas
21/11/2014
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Novas gravações apontam que Cesar Faria e prefeito conversaram em particular após prisão de servidores

As escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF) na Operação Ave de Rapina, divulgadas hoje pelo Jornal do Almoço, da RBS TV, apontaram que o vereador Cesar Faria (PSD) – suspeito de ser uma das lideranças do esquema de fraudes em licitação em Florianópolis – teria conversado em particular com o prefeito da Capital, Cesar Souza Junior (PSD) dentro de um carro, poucos dias depois de servidores municipais serem flagrados ao voltarem de Porto Alegre com R$ 100 mil e um aditivo contratual que beneficiaria a empresa Kopp, acusada de ser contratada por meio de fraude para prestar serviços de fiscalização de trânsito no município.

Em setembro, logo que os servidores – entre eles o ex-diretor operacional do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF) Julio Pereira Machado, conhecido como Julio Caju – foram liberados pela Polícia Rodoviária Federal e voltaram para Florianópolis, Faria telefonou para o gabinete do prefeito e com ele combinou às pressas um encontro pessoal.

– Eu preciso falar contigo pessoalmente – teria dito o vereador ao telefonar para o gabinete do prefeito. Cesar Junior então combinou de se encontrar com o parlamentar dentro de “10 minutos”.

Faria e Cesar Souza então tiveram uma conversa particular dentro de um carro logo após o telefonema. Em outra ligação interceptada, Julio Caju conversa com um funcionário do gabinete do prefeito. Quando indagado sobre o que poderia ser o encontro urgente entre os dois, Julio responde:

– Uma bucha, mano. Uma bucha minha.

De acordo com informações da Prefeitura de Florianópolis, Faria procurou Cesar Junior durante a solenidade de abertura da Fenaostra e, dentro do carro do prefeito, o vereador comunicou sobre o ocorrido. O prefeito então teria participado da solenidade e em seguida ido para o seu gabinete, onde reuniu secretários e pediu a exoneração sumária dos envolvidos dos respectivos cargos em comissão, afastamento das funções na Guarda Municipal e a abertura de Processo Administrativo Disciplinar e sindicância interna para apurar os fatos.

Segundo as acusações da PF, Julio e outro servidor municipal, ambos ainda presos, teriam prestado a visita na sede da Kopp para oferecer um aditivo contratual que beneficiaria a empresa com a instalação de mais 30 radares em Florianópolis e aumento de R$ 48 mil nos repasses mensais. Em contrapartida, teriam recebido R$ 100 mil.

Faria esteve hoje no estúdio do Jornal do Almoço e prestou esclarecimentos. Disse que conversou com Cesar Junior para saber quais medidas a prefeitura poderia adotar sobre os servidores detidos na estrada. O parlamentar conta que propôs a exoneração dos servidores, o que realmente aconteceu. Faria negou qualquer envolvimento com atividades criminosas e voltou a afirmar que renunciou à presidência da Câmara de Vereadores para colaborar com as investigações.

Ainda segundo a reportagem do Jornal do Almoço, a PF não considera que Cesar Junior faça parte do suposto esquema criminoso. O prefeito ainda teria ido prestar esclarecimentos à PF na quarta-feira. Entre as 11h até perto do meio-dia esteve em audiência com o delegado Allan Dias, que preside o inquérito da Operação Ave de Rapina.

O advogado de Julio Caju não foi localizado pela reportagem.

(DC,21/11/2014)

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