Crescimento sustentável

Cristiano De Angelis, Doutor em Estratégia e Gestão de Projetos
Em Florianópolis, os fatores econômico-políticos fazem enorme pressão sobre os ecológicos e, até hoje, não se encontrou solução para desenvolver um Plano de Governança Compartilhada, com participação social entre órgãos municipais, estaduais e federais, para crescimento econômico com respeito ao ambiente.
Há uma dificuldade muito grande de internalização dos instrumentos do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro e integração dos instrumentos de ordenamento territorial. Florianópolis, com uma população 15 vezes menor do que a do Rio de Janeiro, tem toda orla marítima da Avenida Beira-Mar completamente poluída, e o número de esgotos nas praias aumenta espantosamente de um ano para o outro.
No primeiro relatório de 2014, a Fatma apontou que, em menos de cinco anos, pelo menos um terço das praias estará imprópria para banho. Além da poluição, na maioria das praias de Floripa não há espaço para caminhar, devido ao desrespeito dos exploradores.
Existem leis que dão suporte e indicam caminhos para os governos e a sociedade civil trabalharem a questão, mas não há estratégia e plano integrado para controlar o crescimento desordenado. Não há interesse do governo em enfrentar os grandes empresários, ficando a administração pública sem suporte para usar seu conhecimento (inteligência).
Sugiro selecionar propostas com alto grau de impacto na recuperação ambiental e discuti-las com os órgãos públicos envolvidos e com a sociedade civil, para aumentar a legitimidade e a efetividade das ações. Em paralelo, é emergencial melhorar a estrutura dos órgãos federais que cumprem a função de administração da orla, em especial a Secretaria do Patrimônio da União. A SPU-SC pede socorro para mudar de sede e receber apoio de outros órgãos para executar as funções de fiscalização, desocupação e, em alguns casos, demolição de ocupações irregulares que são um entrave para o crescimento econômico-sustentável da ilha.
(DC, 14/11/14)