A polícia e a UFSC
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Lições do confronto

( Por Eugênio Moretzsohn*, DC, 28/03/2014)

A melhor maneira de se chegar aos traficantes é por meio das operações de inteligência, que compreendem o emprego de ações especializadas, planejadas e sigilosas para a captura de dados e informações. Treinados no emprego das técnicas de engenharia social, agentes disfarçados de forma verossímil com o meio deveriam ter se aproximado amistosamente dos acadêmicos e com eles estabelecer um relacionamento inicial, frágil, porém promissor, e que seria aprofundado com a devida habilidade até começar a produzir um fluxo de informações a respeito do contato que lhes fornece a droga.

Os agentes precisariam usar uma estória-cobertura (EC) para criar uma justificativa para estarem ali, onde sua presença “fardada” seria inadmissível. Com a EC, seria possível permanecer e relacionar-se com seus alvos, até mesmo se houvesse necessidade de detê-los, o que deveria ser feito num ambiente menos hostil, para onde seriam conduzidos dentro do enredo da estória. É a melhor opção quando a abordagem clássica não é segura.

A reação da comunidade acadêmica deveria ser prevista e até esperada. Não que tenha sido correta – não foi –, mas o Estado não pode se deixar surpreender dessa forma. E essa aberração que na UFSC não pode entrar polícia é balela. Não há metro quadrado no território do Brasil onde a lei não alcance, e a polícia é seu braço mais visível e sua fiadora.

Às polícias brasileiras faltam capacitação e habilidade para conduzir operações em ambientes historicamente hostis à presença delas, em especial onde ainda há cicatrizes que teimam em doer de ferimentos de décadas passadas. O meio acadêmico é rico em oportunidades e um manancial de informações, mas traiçoeiro na sua aparente fragilidade.

Às polícias brasileiras faltam capacitação e habilidade para conduzir operações em ambientes historicamente hostis à presença delas.

EUGÊNIO MORETZSOHN ESPECIALISTA EM INTELIGÊNCIA E SEGURANÇA. MORADOR DE FLORIANÓPOLIS

 

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