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“Temos um projeto de ciclovias para Florianópolis.”

Responsável pela universidade explica que a instituição deve tratar com a prefeitura, na próxima semana, medidas para facilitar a mobilidade e aumentar a segurança dos estudantes que se locomovem até o campus.
Diário Catarinense – O que a UFSC tem feito para evitar acidentes com ciclistas no entorno da universidade?
Reitora Roselane Neckel – A questão da mobilidade urbana é um fenômeno da cidade, não é uma questão direta com a UFSC, é uma questão de via pública. É lamentável o ocorrido (o acidente com a estudante no acesso à universidade na última segunda-feira). São questões que nos preocupam há muito tempo. Temos um projeto de ciclovias que foi concluído no final do ano passado. Já havíamos apresentado a proposta para a prefeitura de Florianópolis e na próxima semana apresentaremos esse projeto para apressar o processo de implementação.
DC – O que prevê esse projeto?
Roselane – O projeto é feito com o apoio do Banco do Brasil e envolve recursos que não tínhamos antes. Uma das nossas proposições é a aproximação com a prefeitura para buscar uma solução para a implantação da ligação da UFSC com o campus da Udesc e com o Córrego Grande.
DC – Já há previsão de quando será feita essa aproximação?
Roselane – Na próxima semana, na terça-feira, já vamos conversar para ver como será essa parceria financeiramente. Isso já estava sendo dialogado antes do acidente.
DC – E por que os planos de ciclovia no entorno da UFSC não foram implantados antes?
Roselane – Isso envolve muito recurso e não tínhamos isso. Pretendemos ver com o Ministério das Cidades, gerar recurso, mas isso leva tempo. Para fazermos uma intervenção dessa, precisamos de apoio da prefeitura, não podemos interferir em vias públicas, até as ruas internas da UFSC são de responsabilidade da prefeitura.
(DC, 04/07/2013)
 
Ciclovias em Florianópolis esbarram na falta de verba
O acidente com uma estudante que ia de bicicleta para a UFSC na última segunda-feira evidenciou um problema sentido por quem adota o veículo de duas rodas para se locomover por Florianópolis: a falta de ciclovias. Apesar das boas intenções manifestadas pela prefeitura e pela universidade, a necessidade de recursos, projetos e um imbróglio judicial caminham na contramão de quem utiliza as bikes.
A região da Bacia do Córrego Grande está entre as prioridades da prefeitura de Florianópolis na implantação de vias para bicicletas por contemplar uma área plana e de movimentação intensa para as universidades. A ligação entre a UFSC e a Udesc vai integrar o projeto geral de ciclovias e humanização da cidade, previstas no Plano Diretor.
O superintendente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Dalmo Vieira Filho, explica que o entorno das universidades atrai uma jovens, disposta a pedalar, o que complementa o cenário favorável e justifica essa preferência inicial na adoção das ciclovias. O que falta são os recursos e os projetos técnicos. Enquanto as propostas deverão ser concluídas em até três meses, a verba deve vir do Ministério das Cidades. A prefeitura pretende organizar a viagem para Brasília ainda nesta semana.
Na semana que vem, a prefeitura se reunirá com representantes da UFSC. Segundo o chefe de gabinete da reitoria, Carlos Vieira, a universidade vai colocar em prática um plano de R$ 2,1 milhões para a execução de ciclovias no interior do campus da Trindade.
Construção de ciclovia é debatida na Justiça
A construção de uma ciclovia no Bairro Santa Mônica também envolve uma ação civil pública do Ministério Público Federal de 2006, que prevê a realização da obra por empresas do Shopping Iguatemi, como compensação pelo empreendimento. Houve uma audiência ontem. Para o advogado das empresas, Alexandre Araujo, o trajeto apresentado pela prefeitura não condiz com o pactuado no acordo inicial. A ação continua tramitando.
(DC, 04/07/2013)
 
O direito dos ciclistas à cidade
Artigo de Paula Scheidt Manoel, jornalista e mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da cidade, moradora de Florianópolis (DC, 04/07/2013)
Todos falam em cidades melhores para se viver: tranquilas, seguras, saudáveis e sem trânsito. Moro há mais de 20 anos nos arredores da UFSC e em um raio de dois quilômetros dos locais para onde diariamente preciso me locomover. Portanto, nada mais óbvio do que usar a bicicleta como meio de transporte.
Mas as muitas situações de risco que enfrento me levam muitas vezes a deixar a bicicleta estacionada e tirar meu automóvel da garagem. Ciclistas não deveriam disputar espaço com quem é muito maior e veloz: carros, ônibus e caminhões.
Na última terça-feira, a estudante Lylyan Karlinski Gomes, de 20 anos, morreu em um acidente com um ônibus enquanto pedalava no caminho para a universidade. Menos de um ano atrás, não muito distante desse local, o ciclista José Lentz Neto morreu na Avenida Madre Benvenuta, depois de seu último dia de trabalho antes da aposentadoria.
São mortes que justificam a indignação da população, que tem ido às ruas protestar por uma cidade mais humana e por melhores políticas de mobilidade urbana.
Então me pergunto: como podemos falar em melhorar a mobilidade da cidade se nem ao menos colocamos a bicicleta como uma opção viável de transporte? Como falar em melhorar a mobilidade se ciclistas continuam morrendo nas vias públicas por falta de um espaço adequado e exclusivo a eles?
Não podemos aceitar mais mortes como essas. Se todos queremos uma cidade melhor, devemos exigir ciclovias e segurança para ciclistas. É uma lógica que não há como refutar: quanto mais bicicletas, menos carros e trânsito.
Não gostaria de parar de usar a bicicleta como veículo por medo de morrer atropelada. Queria poder é trabalhar todos os dias com minha magrela e sentir meus direitos como cidadã sendo respeitados.

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