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Tecnologia e inovação para Florianópolis crescer

Artigo de Guilherme Bernard, engenheiro eletricista, Diretor-presidente da Reason Tecnologia e presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE)  (DC, 01/07/2013)

Quando as primeiras empresas de tecnologia começaram a surgir em Florianópolis, na virada da década de 1980 para 1990, o país vivia um momento turbulento na economia e, em termos de competitividade, andava na contramão, refém da lei de reserva de mercado que tornava nossa infraestrutura tecnológica obsoleta. À época, como imaginar que a Capital de Santa Catarina, impulsionada economicamente pelo serviço público e um incipiente potencial turístico, teria em apenas duas décadas uma nova e bilionária indústria de tecnologia e inovação?

O fato é que o setor de tecnologia em todo o país cresce em um ritmo à frente da inflação e o de Santa Catarina tem crescido entre 20% e 30%. Florianópolis conta atualmente com 600 empresas, sendo que a cada ano surgem de 30 a 40 novos negócios, e emprega mais de 6 mil pessoas neste segmento, o qual faturou R$ 1 bilhão em 2012 e é o segundo maior gerador de tributos aos cofres municipais. Isso se deve ao fato de cada vez mais a tecnologia estar permeada pelos mais diversos segmentos da economia – é ela que torna o agronegócio mais produtivo, o segmento têxtil mais competitivo, reduz desperdício no setor elétrico, ajuda os governos a serem mais efetivos, a educação mais universal, a saúde mais ágil e precisa e assim por diante. Todos os segmentos demandam tecnologia e isso faz com que nosso setor cresça acima da expectativa, ano após ano.

Esta indústria requer talentos, que sempre vão buscar melhores condições de trabalho em cidades mais atrativas e, sem dúvida, com maior diversidade cultural. O lugar que escolhemos para morar é uma decisão pessoal muito importante, pois tem um impacto profundo não só na nossa trajetória profissional, mas também nas nossas redes sociais, na família e no estilo de vida. A satisfação em todas essas esferas não está relacionada, necessariamente, a morar em uma metrópole. Em médias cidades pode haver ótimas oportunidades de trabalho, mesmo que não com o mesmo padrão salarial.

É por isso que Florianópolis tem no setor de tecnologia e inovação um dos principais impulsos para seu desenvolvimento. É uma indústria limpa, que não põe em risco suas belezas naturais, algo fundamental para manter sua atratividade e qualidade de vida. Temos os chamados “três Ts” que o escritor e professor Richard Florida, da Universidade de Toronto, determina como fatores de sucesso para a indústria criativa: tecnologia, talento e tolerância. Em Florianópolis, a tecnologia está representada por universidades como UFSC e UDESC, que são centros de excelência e grandes responsáveis por uma legião de empreendedores que instalaram aqui seus negócios e conseguem manter um elevado capital intelectual.

Além da tecnologia e do talento (dos milhares de profissionais envolvidos, de acadêmicos e da comunidade em geral), Florianópolis também é um território de tolerância e diversidade, seja artística, boêmia ou sexual. Não por acaso, outras cidades com estas características, como São Francisco (EUA) e Barcelona (Espanha), se tornaram referência seja pelas liberdades individuais e a criatividade de seus habitantes quanto por seus polos de tecnologia e inovação. Como afirma o professor Florida em seu livro A Ascensão da Classe Criativa, cada uma destas condições é necessária, mas sozinha é insuficiente, pois para atrair indivíduos criativos, gerar inovação e estimular o crescimento econômico, um lugar precisa reunir as três.

Com um contexto econômico favorável – juros baixos que atraem investidores, polos regionais e incubadoras que favoreçam o surgimento de novas empresas – estas cidades que reúnem tecnologias, talentos e pessoas criativas tendem também a qualificar seus mercados tradicionais, o que, no caso de Florianópolis, pode significar um turismo mais inovador, lucrativo e sustentável. O horizonte nos é favorável, mas é preciso também que a cidade, tanto a administração pública quanto seus moradores, seja indutora destes princípios de inovação, talento e tolerância.

Temos os chamados “três Ts” que determinam como fatores de sucesso para a indústria criativa a tecnologia, o talento e a tolerância. Florianópolis também é um território de tolerância e diversidade, seja artística, boêmia ou sexual. Não por acaso, outras cidades com estas características se tornaram referência, como São Francisco (EUA) e Barcelona (Espanha).

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