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Florianópolis de olho no Guinness

Capital do Estado supera meta estabelecida pelo livro dos recordes e deve se tornar a cidade que mais recicla óleo de cozinha no mundo
Florianópolis superou a meta estabelecida pelo livro dos recordes e deve se tornar a cidade que mais recicla óleo usado de cozinha do mundo. A campanha Floripa no Guinness, promovida pelo projeto ReÓleo, da Associação Comercial e Industrial (Acif), atingiu 18,1 mil litros de óleo de cozinha em 30 dias. A meta era de 10 mil litros. A equipe da publicação internacional deve anunciar o título oficialmente até novembro.
O coordenador da campanha, Luiz Falcão de Moura, conta que a iniciativa movimentou moradores e proprietários de restaurantes, que deixaram de descartar o óleo usado na pia. O material passou a ser colocado em garrafas ou bombonas e entregue em um dos mais de 200 postos de coleta. O material seguirá para uma fábrica em Curitiba, será transformado em produto de limpeza.
– Tudo é registrado, fotografado e pesado. Nesta segunda-feira, vamos oficializar o resultado em cartório e encaminhar ao Guinness. Lá eles irão avaliar o desempenho, para, aí sim, divulgar o resultado oficial. Até lá, não podemos dizer que já vencemos, apesar de quase ter dobrado a meta.
Mas o grande prêmio da campanha não é apenas o título mundial, mas sim o resultado da coleta no meio ambiente. Segundo o coordenador, desde o surgimento do ReÓleo, há 14 anos, 1,8 milhão de litros de óleo de cozinha deixaram de ser despejados no mar, em especial na Lagoa da Conceição, onde há grande concentração de restaurantes.
– Nossa expectativa agora é de que a ideia se disseminar ainda mais na cidade, que todos se conscientizem da importância de não descartar óleo na pia e que mais cidades entrem na competição – diz.
(DC, 01/10/2012)
“É um processo silencioso”
ENTREVISTA: Marcio Tamanaha, Professor dos cursos de Oceanografia, Engenharia Ambiental e Biologia da Univali
Marcio da Silva Tamanaha, professor nos cursos de Oceanografia, Engenharia Ambiental e Biologia da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), explica por que o fato destes 18,1 mil litros de óleo deixarem de ir para o mar é mais importante do que o próprio recorde.
Diário Catarinense – Que impactos o óleo de cozinha causa quando é jogado ao mar?
Marcio da Silva Tamanaha – Ao não se misturar com a água, o óleo, acompanhado de gordura vegetal e animal, forma uma camada na água que impede a fotossíntese (respiração) das microalgas. Elas, por sua vez, são extremamente importantes para a emissão de oxigênio na água, e sem ele, organismos como peixes, camarões e siris acabam morrendo. Além disso, o óleo prejudica a potabilidade da água que abastece a população, ou seja, polui a água onde vivem os animais marinhos e a água da qual os humanos se utilizam também.
DC – Esta poluição ocorre no mar e nos rios como um todo ou em locais específicos?
Tamanaha – Seus efeitos são ainda piores em baías abrigadas, ou seja, em lagoas como a da Conceição e do Peri, em Florianópolis. Em alto-mar ela também ocorre, mas em proporções bem menores.
DC – Como é possível verificar se a água está sendo poluída?
Tamanaha – Este é um processo silencioso, que ocorre no fundo do mar, e vai resultar lá na pesca e compra do pescado. Ao ir para o mar, o pescador não encontrará mais o tanto que encontrava de camarão, por exemplo. Como consequência, o pouco pescado vai chegar ao consumidor com preço mais alto. Quanto menos as águas forem poluídas, mais os animais marinhos irão se desenvolver e as pescas serão mais fartas.
(DC, 01/10/2012)
Informação que leva à mudança
Há três anos, Claiton Luiz, proprietário de um restaurante em Coqueiros, área continental de Florianópolis, despejava cerca de 30 litros de óleo usado por semana na pia da cozinha. Até então, ele não sabia que apenas um litro pode contaminar 100 mil litros de água potável. Ao conhecer este número lendo um artigo se assustou. No dia seguinte foi atrás de maneiras para reverter a situação.
Foi aí que descobriu o projeto ReÓleo. Além de preservar, Claiton resolver ir além e criou uma cartilha ambiental para chamar conscientizar os funcionários. A intenção é distribuir o material em toda a cidade.
– A primeira não chamou muita atenção, era burocrática e chata de ler. Mas quando mudei e abordei o assunto com situações do dia a dia, utilizando até piadas, tomo mundo gostou.
Na Lagoa da Conceição, onde o projeto nasceu, Luiz Carlos Monteiros e Neiva Goretti Monteiro, donos de um restaurante, foram um dos primeiros a aderir à campanha. Em 12 anos deixaram de despejar na pia da cozinha 34.560 litros de óleo (são 60 litros por semana), isso considerando apenas o que é produzido fora da alta temporada.
– No verão este número triplica. Para nós, a mudança de atitude é fácil. Ao invés do ralo da pia despejamos nas bombonas e a empresa vem buscar, sem custo.
Para comemorar a campanha, moradores e empresários da Lagoa da Conceição participaram, ontem, da segunda edição do projeto Lagoa Limpa. Houve recreação para as crianças, boi de mamão e brincadeiras com o boneco do ReÓleo, símbolo do projeto.
(DC, 01/10/2012)
Florianópolis recolhe 17 mil litros de óleo de cozinha e entra para o Guinness
Recolher, em um mês, 10 mil litros de óleo de cozinha já utilizado. Esse é o objetivo da campanha “Floripa no Guinness”, promovida pelo Programa ReÓleo. A meta, estipulada para o mês de setembro, já foi ultrapassada pela capital catarinense. A iniciativa da campanha surgiu da necessidade de conscientização ambiental.
Um litro de óleo de cozinha pode contaminar 1 milhão de litros de água potável, de acordo com dados da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). Além de prejudicar a fauna e a flora, a destinação incorreta desse produto pode trazer prejuízos financeiros quando jogado no ralo da pia ou no vaso sanitário.
Professora do curso de Engenharia Química e de Alimentos da UFSC, Regina Fátima Moreira, salienta que se não houver um sistema de tratamento de esgoto, o óleo acaba se espalhando na superfície dos rios e represas. “Por ser menos denso que a água, o óleo fica retido na superfície, interferindo na passagem de luz, impedindo a troca de oxigênio, retardando o crescimento vegetal e impedindo a vida nos sistemas”. Moreira ainda alerta para o perigo da deposição do resíduo no solo. “Diminui a permeabilidade, aumentando os riscos de enchentes ou entra em decomposição, causando mau cheiro, além de agravar o efeito estufa”, explica.
Para reverter essa situação e criar uma maior conscientização, a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF), por meio do programa ReÓleo, instituiu a campanha “Floripa no Guinness”, que se encerra no domingo, 30. Até sexta-feira, 28, a capital catarinense já arrecadou 17.300 litros. Dessa forma, Florianópolis já pode se considerar a cidade que mais reciclou óleo de cozinha em um único mês.
O coordenador do Programa ReÓleo, Luiz Antônio Falcão, explica que a cidade arrecadava mensalmente em torno de 4 mil litros por mês. “O Guinness Book pediu para a gente estabelecer um montante que a base seria do ponto de entrega do cidadão. É um desafio pra gente. E eu tinha certeza que a gente não só ia alcançar como ia ultrapassar”, destaca.
Depois de recolhido, o óleo de cozinha é levado pela Comcap para uma fábrica e é transformado em produto de limpeza – sabão detergente e água sanitária. “Uma escola, que seja um ponto de entrega voluntária, ao alcançar num mês 20 litros teria direito a um produto de limpeza. O mesmo vale para um condomínio, restaurante, cozinha industrial ou hotel”. Ao todo, foram instalados 200 pontos de coleta de óleo no município.
Toda a campanha foi pensada e executada a partir do viés educacional. Para atingir a marca dos 10 mil litros de óleo reciclados, o programa ReÓleo apostou no envolvimento de crianças de 6 a 12 anos, que participaram de palestras sobre o assunto e ajudaram na arrecadação. Falcão está como coordenador desde maio de 2011 e neste período já conseguiram atingir mais de 6 mil crianças.
“A construção desse conhecimento não é isolada. Não é uma palestra passiva, a criança participa. Ela é integrante da construção dessa história de refletir sobre o meio ambiente, sobre a importância de não jogar esse óleo de cozinha de qualquer jeito. A criança vai ser disseminadora dessas ideias”, defende Falcão.
Marinely Berger, orientadora Educacional da Escola Estadual Aníbal Nunes Machado, que organizou um grupo de 40 alunos para assistir à palestra do programa ReÓleo, fala sobre a importância da conscientização. “O resultado não é para a minha geração, talvez nem para a geração desses alunos que estão assistindo a palestra, mas para a que vier depois deles. A natureza agradece”.
O coordenador do ReÓleo lembra que o programa ainda não chegou ao ideal, que ainda tem muito pela frente. No entanto, o ReÓleo existe há 14 anos e já arrecadou mais de 1 milhão e 800 mil litros de óleo em Florianópolis.
Recolhimento na UFSC
Alcides José Mendes, responsável pela manutenção e controle dos materiais em estoque do Restaurante Universitário (RU) da UFSC, conta que desde a volta às aulas, em 3 de setembro, já foram recolhidos 320 litros de óleo de cozinha. O resíduo é levado à Associação Empresarial e Cultural de Biguaçu (ACIBIG).
(Cotidiano, 01/10/2012)

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