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Construção civil: a polêmica da eleição

Da coluna de Moacir Pereira (DC, 26/08/2012)
A semana inicial de propaganda eleitoral obrigatória no rádio e na TV já produziu a primeira polêmica política em Florianópolis. No centro do debate, a construção civil. É o principal tema na Capital, mas constitui dilema grave nos maiores municípios de Santa Catarina. Com exceções, a construção de edifícios cresce de forma avassaladora, sem que o poder público tenha um plano racional para evitar a perda da qualidade de vida.
O controvertido tema foi provocado pelo deputado Cesar Souza Junior (PSD), ao criticar de forma contundente o crescimento desordenado de Florianópolis. Prometeu, se eleito prefeito, “só autorizar novos edifícios onde haja suporte no sistema de transporte, saneamento básico e infraestrutura urbana”. Alvejou a atual gestão por ter autorizado a construção de 147 novos prédios só em 2011.
O setor da construção civil acusou o golpe. Reagiu nos bastidores. Fechou a torneira para os candidatos do PSD. Gean Loureiro (PMDB) comprou a briga dos empresários e partiu para o contra-ataque.
Acusou Cesar Souza de “querer acabar com a construção civil e colocar na rua 25 mil trabalhadores”.
A disputa foi parar na Justiça Eleitoral. Cesar Souza obteve liminar para retirada parcial do programa de Gean Loureiro. O PMDB vai recorrer. Outras duas ações tramitam na Justiça.
A rigor, duas posições generalistas e equivocadas. Nem a construção civil é o bode expiatório da imobilidade da cidade e nem seu indispensável planejamento vai culminar com demissão em massa de trabalhadores.
CONTRASTES
A verdade é que Florianópolis está perdendo qualidade de vida por falta de Plano Diretor, por ação e omissão dos órgãos públicos, pela falta de transporte público de qualidade, pela especulação imobiliária e pelo elevado número de veículos.
A construção civil gera mercado de trabalho, sim, para múltiplas profissões.
A qualidade dos empreendimentos, no geral, é enaltecida por todos os usuários. Mas há urgência absoluta em ordenar estas construções. Há projetos modernos, onde o concreto está harmonizado com a preservação de áreas verdes e espaços de lazer. Mas espalham-se pombais de luxo em avenidas milionárias, onde os vizinhos, em prédios diferentes, quase se cumprimentam pela janela. Há acúmulo de edifícios residenciais em distritos onde não há sistema viário, não há saneamento básico e a distribuição de água está comprometida.
A Trompowsky, o rico e belo recanto do Centro, acabou-se. No conflagrado e imobilizado Córrego Grande, uma situação emblemática: na Fazendinha, há um empreendimento em construção que prevê 16 torres de apartamentos. Com mobilidade zero e nenhuma sustentabilidade. E os exemplos se multiplicam.
Injusto generalizar nas críticas. Mas impossível conviver com tanta irracionalidade. E é na campanha política que este debate se impõe como indispensável.

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1 Comentário

  1. Alexandre disse:

    “No conflagrado e imobilizado Córrego Grande, uma situação emblemática: na Fazendinha, há um empreendimento em construção que prevê 16 torres de apartamentos. Com mobilidade zero e nenhuma sustentabilidade.”
    Cabe ressaltar que cada apartamento ali terá de 2 a 3 vagas de garagem. Se fosse 1 vaga já seria o fim do bairro.

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