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Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, passa por situação de emergência

Referência estadual no tratamento de crianças com até 14 anos em mais de 15 especialidades médicas de alta complexidade, o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, precisa de ajuda.

Por falta de funcionários, uma ala recém inaugurada está fechada e as cirurgias eletivas – aquelas necessárias, mas não urgentes – na área de ortopedia estão comprometidas. Além disso, obras de reforma no centro cirúrgico, UTI e emergência devem fechar metade dos consultórios pelos próximos quatro meses.

Os problemas enfrentados na área da saúde em Florianópolis serão discutidos nesta quarta-feira pelos integrantes do movimento Floripa Te Quero Bem. Cerca de 30 pessoas deverão levantar também quais os projetos que podem ser desenvolvidos para solucioná-los.

Exemplo

O hospital infantil é um exemplo. Ele ocupa uma área de 22 mil metros quadrados – equivalente a três campos de futebol – no bairro Agronômica, região central da Capital, e é o berço para tratamento simples ou complexo das crianças catarinenses.

É lá, que mesmo com plano de saúde, se dirigem os pais quando se deparam com uma situação de emergência como quedas, queimaduras e acidentes domésticos. Mesmo diante dos problemas com recursos humanos, o Joana de Gusmão atende em média sete casos de emergência por hora além de 170 consultas e 15 cirurgias por dia.

Ação civil investiga problemas

A falta de funcionários e de equipamentos vem sendo investigada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC) desde 2008 quando uma ação civil foi ajuizada e tramita na Vara da Fazenda Pública da Capital.

Na última visita do promotor da infância e da Juventude Marcílio Novaes da Costa foram encontrados equipamentos quebrados e ultrapassados, cirurgias canceladas, irregularidades sanitárias e um grande déficit de funcionários em todas as unidades.

Hoje, há pelo menos dois inquéritos em andamento no Ministério Público envolvendo o hospital infantil. O promotor prefere não falar sobre eles enquanto tramitam. A Secretaria Estadual de Saúde não informou quanto dos 160 médicos e 640 funcionários do hospital estão efetivamente trabalhando, já que, destes há aqueles que estão em férias, afastados ou com entrada para aposentadoria.

Concurso público

No último domingo o governo estadual realizou concurso público para a saúde. De 300 vagas, apenas 36 serão direcionadas ao Joana de Gusmão.

— Chamaremos tão logo o processo se encerre, no entanto, mais concursados poderão serem chamados dentro da validade do concurso — explica o superintende dos hospitais públicos do Estado, Walter Gomes.

A situação mais grave que demonstrou na prática a necessidade de contratação de médicos e enfermeiros ocorreu na semana passada, quando a Associação dos Voluntários do Hospital (Avos) inaugurou as novas instalações da unidade C com recursos próprios de R$ 750 mil e desde o primeiro dia ela segue desativada até que a secretaria providencie os funcionários para trabalhar no local.

Além da reforma foram adquiridos mobiliário e aparelhos de ar-condicionado. O número de leitos continua o mesmo, 20 para atendimento nas áreas de cardiologia, nutrologia, gastroenterologia e pacientes crônicos.

O superintendente dos hospitais públicos do Estado informou que não há prazo definido para a abertura. A campanha Floripa Te Quero Bem abraça ideias e esforços para transformar Florianópolis em um lugar ainda melhor para viver.

Demora no atendimento

Apesar da falta de funcionários, quem é atendido no Hospital Infantil Joana de Gusmão reclama da demora, mas elogia a forma de atendimento dos médicos. Para quem vem de longe, a espera é longa.

A média é um mês para marcar uma consulta, até um ano para conseguir um exame e cerca de seis horas até entrar no consultório. Dorotéia Pinto, 50 , saiu de Mafra, no Planalto Norte, a uma hora da madrugada dessa terça-feira em direção à Florianópolis com o filho Bruno Pinto, 7.

O menino tinha uma consulta marcada com cardiologista às 8h, mas só foi atendido às 14h30min e a volta para casa só ocorreu às 18h com o transporte de pacientes da prefeitura municipal de Mafra.

— É uma jornada de 24 horas, cansativa, mas vale a pena. Lá na nossa cidade os médicos não sabiam dizer o que ele tinha. Ele ficava roxo e sentia dores no peito. Aqui descobrimos tudo, ele fez muitos exames e a médica é um doce, não tem pressa para atender e tira todas as nossas dúvidas — conta.

Lucia Gonçalves também veio de Mafra com o filho Gustavo Gonçalves, 4. Os dois vivenciam a mesma jornada de Dorotéia desde que ele nasceu. Sem especialistas na cidade natal, o Joana Gusmão foi a esperança para o tratamento feito até hoje com gastroenterologista.

Ela chega a fazer a viagem a cada 15 dias. Gustavo passa mal em todas elas, não consegue comer e sente fortes náuseas, por outro lado, volta com todos os exames debaixo do braço.

— A única coisa que falta no hospital é gente. A estrutura é boa e os médicos que atendem são muito competentes. Se tivesse mais não esperaríamos tanto por uma consulta ou exame. Além disso, com funcionário seriamos atendidos na hora marcada — ressalta.

(Aline Rebequi, DC, 03/04/2012)

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