Universitários brasileiros apresentam em Florianópolis barcos movidos a energia solar

Cada barco que chega ao Parque de Coqueiros, na área continental de Florianópolis, é recebido com aplausos e comemoração da equipe. Toda vez que chegam em terra, os barcos participantes do Desafio Solar Brasil transformam-se em uma prova concreta que é possível usar energia limpa e totalmente renovável para transporte pelos mares. O rali, que acontece até sábado (24), reúne dez equipes de universitários de todo Brasil que apresentam seus barcos movidos exclusivamente a energia solar.

O acadêmico de engenharia elétrica da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina) do campus de Joinville, Roberto Samistraro, 21 anos, é um dos responsáveis pela elaboração de um catamarã movido a energia solar. Estudantes dos cursos de engenharia mecânica e de produção envolveram-se durante todo ano que passou na construção do barco. “Todas as peças que formam o barco foram produzidas pelos universitários”, assinalou o universitário.

No projeto dos acadêmicos da Udesc foram utilizados seis paineis fotovoltaicos que absorvem a energia vinda do sol. “A energia passa para uma bateria e dela se transforma em energia elétrica que move o motor”, explicou Roberto. No total, os investimentos feitos para a criação do barco giram em torno de R$ 15 mil, sendo que o grande investimento fica com as células fotovoltaicas que custam entre R$ 400 e 500 cada.
O barco elaborado pelos acadêmicos pesa 266 quilos e navega a uma velocidade de cinco nós, algo em torno de 10 km/h. Além disso o catamarã consegue se manter em navegação por três horas, dependendo da incidência de sol. “É perfeitamente possível trazer pesquisas como esta para a realidade. O que precisamos é de mais incentivos para aproveitar ainda a energia do sol, que é 100% limpa”, assegurou o universitário.

Comemoração

O barco mal sai da água e os universitários estão por perto para fazer os ajustes. “Cada competição que passa temos a responsabilidade de deixar o barco ainda melhor”, pontuou o acadêmico do curso de engenharia da mobilidade da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) no campus de Joinville, Luiz Felipe do Prado Geller.

Os estudantes da UFSC também trouxeram um catamarã para a competição. Apesar de só levar o piloto para o mar, Luiz Felipe assegura que o trabalho pode ser ampliado e transferido para barcos de pesca ou de transporte. “Já existe um navio todo movido aenergia solar que está dando a volta ao mundo”, exemplificou o acadêmico. No caso do navio citado por Luiz Felipe, foram utilizados 470 m² de paineis solares.

No projeto dos estudantes da UFSC, o catamarã tem seis placas fotovoltaicas que permitem a participação do barco em provas que podem chegar a quatro horas. “A grande vantagem é que a bateria é carregada apenas com a luz do dia. Não é necessário um sol forte”, explicou Luiz Felipe, lembrando que durante o uso no mar, a bateria também permanece sendo carregada.

A competição

Esta é a primeira etapa do campeonato brasileiro de barcos movidos a energia solar, o Desafio Solar Brasil. A competição acontece até o próximo sábado (24) no parque de Coqueiros. Todos os dias há regatas que durante a semana acontecem das 9h às 17h. A visitação é gratuita.

A exigência dos organizadores é que todas as equipes construam embarcações em que a única forma de energia para sua movimentação é a solar. No total são 10 equipes participantes e os destaques participarão da próxima etapa da competição que acontece no segundo semestre no Rio de Janeiro (RJ).

(Saraga Schiestl, ND, 19/03/2012)