Economia e ecologia

Artigo escrito por Murilo Flores – Presidente da Fatma (DC, 08/02/2012)

A cada dia a ecologia toma espaço na agenda da sociedade. O maior conflito, seguramente, situa-se na relação economia-ecologia. Se ainda há empreendedores muito distantes do tema, existem muitos setores que percebem a necessidade da coerência com as variáveis ambientais, inclusive aproveitando-se delas para a valorização de produtos ou serviços.

Nós que vivemos em Santa Catarina temos muito orgulho de diversos elementos da nossa sociedade. E um deles é a natureza. A diversidade de paisagens é marcante, de uma Mata Atlântica que ainda resiste em nosso território, desde florestas densas até campos de altitude. A associação da flora e fauna com uma topografia que enriquece a paisagem nos proporciona, em termos econômicos, um importantíssimo ativo. Como fazer desse patrimônio uma vantagem econômica?

A beleza natural, na perspectiva econômica, não deve ser preservada apenas para o negócio do turismo. É preciso fazer com que as empresas aqui estabelecidas se diferenciem no mercado pela qualidade de sua inovação aliada a valores ecológicos. Precisamos estabelecer ações públicas e privadas que façam com que, em pouco tempo, consumidores de todo o mundo saibam que, se um produto ou serviço tem como origem Santa Catarina, significa que contribui para o equilíbrio entre economia e ecologia. Isso quer dizer cumprimento da legislação ambiental, busca do equilíbrio entre emissão e sequestro de carbono, ocupações imobiliárias que respeitem as Áreas de Proteção Permanente (APP), apenas como exemplos.

Para termos concretamente essa ambição, um grande acordo na formação de políticas públicas e um amplo entendimento do mundo empresarial, incluindo-se todos os cidadãos, precisam ser estabelecidos com metas e estratégias bem definidas. Vamos começar já este processo.