Moradores do Morro da Mariquinha, em Florianópolis, têm futuro incerto

Estudo aprofundado será feito para entender o que houve no terreno

Um laudo emergencial da Defesa Civil de Florianópolis determinou que deve haver um estudo aprofundado no entorno da área onde houve o deslizamento, no Morro da Mariquinha, na semana passada.

— É uma espécie de raio-X. Vamos ver que surpresa há debaixo do morro – explicou o diretor do órgão, Luiz Eduardo Machado.

O trabalho será feito por uma empresa terceirizada e começará em, no máximo, 35 dias. Dependendo do resultado, outras ações devem ser providenciadas para garantir a segurança dos moradores.

Futuro incerto para moradores

O futuro preocupa quem está em residências interditadas na comunidade. Porém, não chega a motivar a saída das casas.

A servente Cecília de Souza, 58 anos, mora na Mariquinha desde que nasceu. Ela estava em casa quando parte do morro veio abaixo, no dia 13, matando uma vizinha.

Na dependência dos vizinhos

O susto foi grande, conta ela, que não pretende sair de casa. A servente dorme nos vizinhos e vai em casa durante o dia:

— Não vou sair. A casa é da nossa família, isso aqui não é uma invasão. Se sair, devo ganhar uns R$ 300 para pagar aluguel em outro lugar. Qualquer quitinete sai por R$ 400. Não tem como – desabafa.

Entenda o caso

O que já foi feito:

::: Desocupação permanente de cinco casas.

::: Desocupação temporária (por 30 dias) de 13 casas.

::: Um pedido para contratação de um estudo geofísico, que deve definir as próximas medidas no morro.

Os próximos passos:

::: Contratação de uma empresa para fazer o estudo geofísico, em caráter emergencial – prazo é de 30 dias.

::: Início do estudo da área – prazo de cinco dias após a contratação da empresa.

::: Demolição das cinco casas com maior risco de desabamento – ainda não há prazo.

Etapas do estudo geofísico:

::: Perfurações: incisões na terra e nas rochas.

::: Topografia: medição geral da área de risco.

::: Geofísica: detectar o tamanho das rochas, para ver se estão fragmentadas.

(Por Bianca Backes, DC, 21/12/2011)