Mobilidade na Capital: “Mudar paradigma”
21/11/2011
Grupo RBS apresenta em Florianópolis ranking inédito sobre mobilidade urbana em Santa Catarina
21/11/2011

(Sérgio da Costa Ramos, DC, 21/11/2011)
A RBS abre as cortinas de uma bem lançada campanha de valorização de Floripa, de sua gente, sua alma, suas belezas. A cidade ganha, com a iniciativa, um providencial fórum de debates para lenir suas feridas, enxergar seus espaços, planejar melhor a ocupação de seu solo, providenciar suas próteses urbanas – as pontes, tão necessárias – enfim, sintonizar sua legislação com o bem estar dos ilhéus, ultimamente tão ignorados pelos que têm o “munus” de governar.
Nada foi fácil para a Ilha de Santa Catarina e sua vila-capital, ao longo de uma saga de vitórias e reveses – e de muita gente torcendo “contra”.
O primeiro “empresário” a fincar os pés na Ilha foi o bandeirante Dias Velho, que apostou no Paraíso insular, voltando suas costas para os “tropeiros”, que passavam por Lages a caminho do Rio Grande. O vicentino tinha guardado “um capital” para começar uma colônia e decidiu empregá-lo aqui, cativado por tanta beleza.
Inebriou-se, conta a lenda, pelos seus ocasos sangrantes, que espalhavam cintilações sobre as duas baías e iluminavam, em mechas de vários tons, a cabeleira da serra do mar.
Em 1678 tudo o que havia era uma cruz e uma capela, marcando o centro do povoado de Nossa Senhora do Desterro. Nada seria fácil para o desenvolvimento da vida desterrense.
Bucaneiros ingleses assassinaram o fundador em 1679, o que atrasou o povoado em pelo menos meio século. Foram cinqüenta anos de indiferença da matriz portuguesa até 1738, quando razões estratégicas – a Ilha ficava exatamente no meio do caminho entre o Rio e o rio da Prata – fizeram Portugal anunciar a criação da Capitania de Santa Catarina e o “mais sofisticado sistema de defesa do litoral sul do Brasil”.
Desterro era, até então uma cidade-fantasma, onde viviam menos do que 200 almas. Foi preciso que um padre – frei Agostinho da Trindade – sentindo a falta do “rebanho”, viajasse até Lisboa com a intenção de “recrutar” fiéis. Conseguiu, a muito custo, atrair 461 retirantes açorianos, vivendo o inferno de terras vulcânicas e instáveis, suscetíveis a terremotos, com os longos surtos de peste e de fome. Em 1746 eles começaram a chegar, com o estímulo da Coroa. Os casais imigrantes recebiam “ajuda de custo”, ferramentas, armas, animais e terras para cultivar na Colônia.
Em 1759 eles eram 4.929 novos catarinenses, espalhados pela Ilha e pelo Continente – no Ribeirão, Lagoa, Santo Antônio, Canasvieiras, São Miguel, São José, Enseada do Brito, Garopaba e Laguna.
Como sede da Capitania e da Província, a Ilha sempre foi contestada. Em meados do mesmo século 18, o governador Manuel Escudero já pretendera levar a capital para o lado do Estreito – iniciando um processo de “interiorização”.
Mais de cem anos depois, Hercílio Luz, em seu primeiro mandato (1894), chegou a estudar o projeto de transferência da Capital para Lages, às margens do rio Canoas. Mas foi Hercílio quem acabou consolidando a Ilha-Capital. Além da ponte, deixou a [Avenida do Saneamento], depois rebatizada com o seu nome, interligando as baías com a primeira via de duas pistas da cidade – e canalizou a água potável, inaugurando a primeira adutora de Floripa, em 1917. Instalou a luz elétrica e até planejou um bonde à eletricidade – um “tramway” que ligaria a Capital aos seus distritos.
Menos de um século depois, a Ilha se transformou na Terra Prometida que seduz o Brasil central e meridional. Todo brasileiro de bom gosto quer um dia vir morar em Floripa. Esse afã, que não se pode impedir ou sopitar, requer uma vigília e uma grande determinação dos que aqui moram e aqui almejam encerrar os seus dias.
A Ilha precisa de uma UTI urbana, uma unidade think-tank que assessore os seus governantes e que projete um futuro digno, tão racional e planejado quanto possível, que nos permita “perseguir a felicidade na terra”.

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