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Solução ambiental polêmica em Florianópolis

Ela existe no papel há nove anos, mas pouco aparece nas praias e parques ecológicos da ilha. A passarela ambiental, criada pelo Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) em 2002, ajudaria a preservar áreas frágeis como dunas, mangues e restingas. No entanto, desde lá, somente duas foram construídas pela prefeitura quando a recomendação é de no mínimo uma a cada 500 metros. No Sul da Ilha, a primeira tentativa de implantação gerou polêmica e a passarela foi destruída por um grupo de moradores da praia do Campeche.

O arquiteto do Ipuf responsável pelo projeto da passarela ambiental, Marco Ramos, explica que a estrutura foi pensada para diminuir o número de trilhas em meio às dunas que em decorrência do pisoteamento dos banhistas acaba com as características ambientais da área. Conforme as regras estabelecidas pelo instituto, a passarela deve ser construída em três módulos sendo rampa, passeio e praça com um metro de altura. Marco lembra que não há definição para o comprimento, já que vai depender do local onde ela será erguida. “A passarela pode ser bem extensa, o importante é seguir a altura”, diz.

O projeto está à disposição da prefeitura, mas a definição de quem tem a obrigação de tirá-la do papel ainda é confusa. De acordo com o diretor de fiscalização da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), Bruno Palha, em parques ecológicos, como o do Itacorubi onde há duas passarelas, a construção e manutenção é responsabilidade da fundação. Já nas praias, a execução deveria partir da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente ou da Secretaria de Obras. “Construímos quando há necessidade, mas em muitos casos não temos recursos para isso, a passarela tem um custo alto”, diz o secretário de desenvolvimento José Carlos Rauen.

Uma praia, duas realidades

A primeira passarela construída em Florianópolis está na praia dos Ingleses, Norte da Ilha e saiu do papel com ajuda da iniciativa privada. A passarela está no final da rua das Gaivotas e tem 300 metros de comprimento seguindo o modelo do Ipuf que prevê a construção em três módulos sendo rampa, passeio e praça utilizando apenas madeira de reflorestamento do tipo eucalipto. No local, repleto de dunas, a restinga é preservada, já que os moradores e turistas só chegam até a praia pela passarela, o que evita o pisoteamento da restinga.

No entanto, no outro lado da praia, nas imediações da rua Tico-Tico, a falta de uma passarela semelhante deu espaço a uma trama de trilhas clandestinas. Em uma delas, até mesmo veículos passam pelo local. “No verão tem até congestionamento nas dunas”, diz a moradora Lua Boeira, 25.

Depois dos Ingleses, a praia seguinte a receber a estrutura foi Jurerê Internacional, no Norte da Ilha. O balneário é o único da Capital a ter uma passarela em todos os acessos à praia, três delas dentro de um raio de um quilômetro. Mais uma vez, os recursos e a execução partiram da iniciativa privada. A característica peculiar de estrutura de Jurerê contribuiu para a conquista do selo Bandeira Azul, certificação máxima em serviços, estrutura e qualidade ambiental almejada por praias do mundo inteiro. “Nunca tinha visto nada igual, a estrutura é muito boa”, diz a turista Tânia Mara Pereira.

Passarelas ambientais na ilha

Total: 10

Onde: Jurerê Internacional, Ingleses, Cachoeira do Bom Jesus, Itacorubi, praia Mole

Como são: construídas em três módulos sendo rampa, passeio e praça utilizando apenas madeira de reflorestamento do tipo eucalipto. Deve apresentar um metro de altura e não há tamanho máximo para o comprimento.

Para que serve: oferece o cruzamento adequado de pedestres sobre áreas de preservação em ecossistemas frágeis como dunas mangues restingas e áreas alagadas.

Sua falta acarreta: a destruição da restinga e da característica natural das dunas que ano se recuperam após muitos anos de pisoteamento.

Como a comunidade pode solicitar a estrutura: entrar com pedido no pró-cidadão que será analisado pela Floram e pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente.

Fontes: Ipuf, Floram e professor do departamento de botânica da UFSC, Daniel Falknberger

(Aline Rebequi, ND, 05/10/2011)

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