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08/09/2011

Litoral Catarinense tem três cidades entre as 10 mais verticalizadas do país

Estudo do Ibope revela que Balneário Camboriú aparece em segundo lugar no ranking das cidades mais verticalizadas do país, atrás apenas de Santos (SP). Na lista das top 10, estão mais duas catarinenses: Florianópolis ocupa a sexta posição, e São José, a nona.
Campeã no Estado, Balneário Camboriú também deverá abrigar, a partir de 2016, o segundo maior edifício da América do Sul, um projeto com 63 andares. Hoje, 57% dos imóveis da cidade são apartamentos – em Santos, o índice é de 63%.
Com uma densidade demográfica 54,8% superior à da líder Santos, a cidade catarinense tem no tamanho de seu território o maior limitador para passar à primeira posição no ranking do Ibope. Mas projetos não faltam para elevar o índice. A Empresa Brasileira de Edificações (Embraed) prevê finalizar, até novembro de 2012, o Villa Serena Residence. Com duas torres de 46 andares cada, é o maior empreendimento em construção da cidade.
A FG Empreendimentos, há oito anos no mercado e responsável por ter entregue, neste período, sete prédios em Balneário Camboriú, também está à frente de obras ousadas. É dela a ideia para prédio com 63 andares e quase 200 metros de altura. Segundo Toninho Roncaglio, gerente comercial da FG, o projeto será lançado em dezembro.
Em número de andares e em tamanho, o empreendimento vai ultrapassar o maior edifício brasileiro, o Mirante do Vale, localizado em São Paulo (que tem 51 andares e 170 metros). Também ultrapassará, em andares, o mais alto edifício da América do Sul, o Parque Central Torre Officinas, construído na cidade de Caracas, na Venezuela (que tem 56 andares e 225 metros de altura).
A previsão de Roncaglio é que o edifício de Balneário Camboriú, que será construído em um terreno de 4,5 mil metros quadrados na Barra Norte, leve, pelo menos, quatro anos para ser concluído. As obras estão previstas para começarem em abril de 2012. O prédio terá dois apartamentos por andar. Cada um, com três suítes, deverá custar R$ 1,4 milhão.
A construtora tem seis projetos em obras, incluindo o Alameda Jardins Residence, um prédio de 45 andares e 140 metros de altura na Barra Norte. Lançado no Carnaval e com conclusão para setembro de 2015, o prédio está 70% comercializado.
Edifício com 70 andares em estudo
A FG está estudando, também, a viabilidade de construir um prédio de 70 andares na Barra Sul. De acordo com Roncaglio, o projeto está em fase de definição do perfil do produto, mas a empresa pretende lançá-lo ao público ainda em 2012.
– Pelo espaço territorial limitado, não há crescimento em Balneário Camboriú sem que ele passe pela verticalização – resume Roncaglio.
A construtora faz pesquisas em cidades como Dubai, Miami, Rio de Janeiro e São Paulo para “potencializar ao máximo” os projetos. Com ênfase especial em Balneário Camboriú, a FG diz que comprou terrenos suficientes para os próximos 10 anos.
Mas a verticalização da cidade preocupa o secretário de Planejamento, Auri Pavoni. Ele defende uma revisão do Plano Diretor, que hoje não restringe o número de andares que um prédio pode ter. Na opinião de Pavoni, devem ser colocados limitadores para a verticalização, com os projetos sendo aprovados com responsabilidade para a cidade não perder a capacidade de oferecer qualidade de vida.
(Por Alessandra Ogeda, DC, 08/09/2011)
Turista também escolhe prédios
Referência no turismo, destacada pelas opções de compras e por abrigar cinco centros de ensino superior, Balneário Camboriú está atraindo cada vez mais pessoas que buscam qualidade de vida e proximidade com algumas das principais cidades do Estado. Esta é a explicação para o crescimento registrado nos últimos anos, aponta o presidente do Secovi-SC, Sérgio Luiz dos Santos.
A cidade abriga 1.591 edifícios. A verticalização se explica pelo território restrito, com pouco menos de 46,8 quilômetros quadrados de extensão – nove vezes menor do que a área de Florianópolis.
Segundo o Censo do IBGE feito em 2010, 60% dos pouco mais de 65,5 mil domicílios registrados na cidade abrigavam moradores fixos. Outros 30% dos domicílios eram utilizados ocasionalmente.
Os imóveis em Balneário Camboriú, segundo o Secovi-SC, valorizavam à média de 20% a 25% por ano. Em 2011, essa valorização não foi registrada porque a demanda teria caído “um pouco”, avalia Santos.
Mesmo que os preços não tenham se alterado muito este ano, eles já estão em um patamar elevado. Não é raro encontrar uma unidade nova na orla, segundo o Secovi, pelo preço de R$ 4 milhões.
– A disputa entre as construtoras está fazendo com que apareçam apartamentos de maior qualidade. Antes, tínhamos 300 apartamentos em 30 andares. Agora, está sendo mais frequente um ou dois apartamentos por andar – diz Santos.
Capital e São José em ritmo menor
Em Florianópolis, 38% dos imóveis são apartamentos, o que coloca a Capital no sexto lugar da pesquisa do Ibope, empatada com São Caetano do Sul (SP) e Rio de Janeiro. Em São José, nona colocada, o índice é de 34%. Para a gerente de geonegócios do Ibope Inteligência, Marcia Sola, Florianópolis e São José têm índices expressivos de verticalização, mas estão em um processo menos acelerado do que Balneário Camboriú.
– O índice de verticalização destas duas cidades está crescendo, mas com taxas menores. O plano diretor e os custos dos terrenos certamente têm impacto nisso.
O presidente do Secovi da região de Florianópolis, Fernando Willrich, acredita que a tendência deverá seguir acentuada nos próximos anos.
(DC, 08/09/2011)
Mais sombras nas praias
O secretário de Planejamento de Balneário Camboriú, Auri Pavoni, defende que o plano diretor da cidade seja discutido com a sociedade no início do próximo governo municipal. Ele não acredita que o tema entrará na pauta antes, especialmente porque 2012 é ano de eleições municipais.
– Nosso plano diretor nunca estabeleceu um limite de altura para os prédios, e isso nos preocupa. Não sou contra edifícios altos, mas acho que o assunto tem que ser tratado com responsabilidade – avalia.
Parte da orla da cidade já sofre com a altura dos edifícios, que imprimem uma sombra extensa na praia a partir do meio da tarde.
O secretário Pavoni argumenta que isso só ocorre no “lado Norte” da orla e que há um projeto para alargar a faixa de areia que resolveria o problema. Com custo total entre R$ 80 milhões e R$ 90 milhões, o alargamento está dependendo de licenças ambientais e da elaboração do projeto básico.
(DC, 08/09/2011)
Planejamento para crescer
Na opinião do professor de Direito Ambiental da UFSC, José Rubens Morato Leite, Balneário Camboriú deveria discutir os próximos passos de sua expansão com planejamento e prevenção para que a qualidade de vida não seja perdida no caminho.
O professor diz que a cidade está seguindo o mesmo caminho de Guarujá, município paulista onde “ninguém quer mais ir” porque a “qualidade é péssima”.
– Balneário foi muito verticalizada pela questão da falta de terrenos e também porque a cidade surgiu em uma época em que este fenômeno era visto com bons olhos. Hoje, a questão ambiental está falando mais alto.
A gerente de geonegócios do Ibope Inteligência e responsável pelo estudo imobiliário, Marcia Sola, também cobra planejamento.
– A verticalização da cidade deve continuar porque a exploração imobiliária está muito intensa. Mas espero que haja algum controle, porque, do contrário, a região pode se tornar uma área de difícil convívio.
(DC, 08/09/2011)

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0 Comentários

  1. Alargamento desnecessário
    O prefeito de Balneário Camboriú (SC), Edson Renato Dias, protocolou no Ministério das Cidades o desnecessário projeto, no valor de R$ 150 milhões, para alargamento da Praia Central da Avenida Atlântica.
    Trata-se de uma obra faraônica, desnecessária e que só vai onerar o contribuinte local. É uma extravagância usar o dinheiro público em futilidades, quando deveria ser empregado em infraestrutura básica, como munir de todas as necessidades logísticas hospitalares o recém-inaugurado Hospital Ruth Cardoso, que, pelo que consta, não possui um departamento completo de Pronto Socorro e só atende a baixa complexidade.
    O prefeito municipal, Edson Renato Dias, tem que entender que não é a cidade que tem de se ajustar ao volume cíclico de população turística transitória, mas o poder municipal que tem o dever e a responsabilidade de saber qual é o seu limite de capacidade para poder atender bem toda a população fixa e transitória.
    Expandir a cidade, desnecessariamente, descaracterizando a sua natureza, a sua condição de vida saudável com o meio ambiente, destruindo morros, erguendo uma cidade de concreto armado e ainda mexer na faixa de areia da praia, tudo isso para atender ao apelo irresponsável dos empresários de exploração da construção civil, que querem lucrar em cima de um marketing de praia elitizada, não justifica fazer empréstimo público para endividar o município.
    A faixa de areia da Praia Central passa a maior parte do ano vazia e tem a sua largura compatível com a sua necessidade. E é como está que o turista gosta daqui. Hoje, temos uma praia tranquila, calma, sem ondas violentas e não é perigosa para crianças e idosos. Apenas deveria ser feita uma dragagem ao longo da praia, só isso, para limpeza das impurezas que o mar despeja nas areias. Se alargarem a faixa de areia para o mar, ninguém garantirá como ficará a segurança do banho de mar para todos. A Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, é o exemplo mais negativo de balneabilidade, com ondas violentas e mar agitado. Não há garantia nenhuma de o alargamento dar certo, apenas pelo fato de a empresa americana Coastal Planning & Engineering, que irá operar no engordamento da praia, já ter realizado mais de cem trabalhos nos Estados Unidos, pois as características de nossas praias são diferentes.
    Assim, o Ministério das Cidades deveria refletir sobre obras desnecessárias com emprego de dinheiro público e não deveria destinar verbas para atender ao pedido do prefeito de Balneário Camboriú.

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