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Florestas de Santa Catarina sofrem com descaso do poder público e da sociedade

“As florestas de Santa Catarina são como o pulmão de um fumante. Com qualidade lastimável não cumprem mais suas funções”, desabafa o coordenador do inventário florestal terrestre catarinense, realizado pela Furb (Fundação Universidade Regional de Blumenau), Alexander Vibrans. Ele faz parte da equipe que desenvolveu, durante quatro anos, o levantamento socioambiental do inventário florístico florestal de Santa Catarina. Os resultados foram apresentados ontem na sede da Epagri, na Capital, e mostram que Florianópolis se enquadra no cenário estadual.

As conclusões dos especialistas mostram que a situação das florestas catarinenses é crítica e precisa de atenção especial e imediata, com o objetivo de tentar recuperar as plantas nativas da região. Segundo Vibrans, 30% do território do Estado é de florestas, entretanto elas possuem 40% do volume que deveriam ter e guardam apenas 20% de sua diversidade. “Araucárias que antes tinham 35 metros de altura, hoje têm 15 metros. O diâmetro passou de um metro para 25 centímetros”, exemplifica o coordenador do levantamento.

Estudo socieconômico também consta no levantamento

Com apenas 20% da biomassa, as florestas perdem função de proteção do solo, além de não conseguirem absorver a água das chuvas, o que causa enchentes frequentes e secas. “As florestas foram esquecidas nos últimos 50 anos. São necessárias políticas públicas que possam incentivar o plantio e cuidado dessas áreas”, comenta Vibrans.

Segundo Juarez Müller, coordenador do estudo socieconômico desenvolvido pela Epagri, os agricultores têm medo de trabalhar nessa áreas e desconhecem a legislação ambiental. “Entrevistamos 777 famílias e identificamos falta de conscientização, distanciamento das pessoas para a mata, êxodo e quebra na passagem das tradições, principalmente no conhecimento das plantas medicinais”, relata.

Diversidade genética das florestas afetada

Apesar das limitações que a lei traz aos moradores do meio, as florestas precisam ser manipuladas para que se garanta a diversidade genética das plantas. O coordenador do estudo genético das espécies em risco de extinção no Estado, Maurício Sedrez Reis, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), explica que é possível recuperar as perdas com o plantio de sementes de qualidade nas regiões afetadas. “As espécies estão em risco, são poucas populações e elas estão isoladas. A tendência é se tornarem florestas empobrecidas, de baixo valor ecológico”, destaca o estudioso.

A Grande Florianópolis, de acordo com Reis, se enquadra nesse cenário de alto risco, principalmente relacionado ao olandim. Sua madeira de boa qualidade incentivou a exploração, por isso sobraram poucas população da espécie nos dias atuais. “A planícies em que se situam são de interesse imobiliário grande. Temos maneiras de recuperar a espécie, com plantios em outros Estados, mas nada foi feito efetivamente”, complementa.

Espécies em risco de extinção no Estado

– Palmiteiro

– Canela Preta

– Butiá da praia

– Olandim

– Araucária

– Embuia

– Xaxim

– Pinho Bravo

– Butiá da Serra

– Grapia

– Cedro

– Cabreúva

– Canela Sassafrás

(Por Emanuelle Gomes, ND, 23/09/2011)

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