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Trabalhadores do transporte coletivo decidem fazer greve em Florianópolis

Cerca de 1.100 funcionários votaram a favor da paralisação durante assembleia. Data e horário da greve ainda não foram confirmados
O transporte coletivo da Grande Florianópolis vai parar. Os trabalhadores da categoria decidiram em assembleia nesta terça-feira (10) que não aceitarão a contraproposta feita pelas empresas e farão greve. Até às 21h de terça, a data e o horário da paralisação ainda não haviam sido divulgados. De acordo com o Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo da Grande Florianópolis), a greve será deflagrada 72 horas após o anúncio oficial da paralisação que pode ser feito a qualquer momento nesta quarta-feira.
Segundo o secretário de Comunicação e Imprensa do Sintraturb, Antônio Carlos Martins, só não haverá greve se houver negociação e acordo nas próximas 72 horas. Cerca de 1.100 trabalhadores votaram por unanimidade a favor da paralisação nos três turnos da assembleia, às 9h30, 15h30 e 19h30, realizada na praça das Nações Unidas, no Centro da Capital. “Nossa pauta de reivindicações tem 74 itens e neste ano estamos discutindo questões que nunca foram levantadas. Mais do que o reajuste salarial queremos melhoria das condições para o trabalhador”, afirma Martins.
Entre as principais reivindicações está a diminuição da jornada de trabalho das atuais seis horas e quarenta minutos para seis horas, o que tem causado impasse entre o Sintraturb e o Setuf (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e de Passageiros da Grande Florianópolis). Um item aceito pelos patrões foi o reajuste do vale alimentação para R$ 380 mensais.
Outro item da pauta que provoca impasse é o reajuste salarial. Os trabalhadores exigem 11,5%, 6,5% de inflação mais 5% de ganho real. As empresas oferecem 8%, com o ganho real de 1,5%. Conforme estudos elaborados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) sobre balanço das negociações dos reajustes salariais em 2010, 89% das categorias conseguiram ganho real de até 3% (43% delas foram de 1%). Apenas 11% obtiveram mais de 5% de ganho real, como quer o Sintraturb.
Setuf diz que não há motivo para greve
Em nota à imprensa, o Setuf informou que com o reajuste proposto pelas empresas, o piso do motorista que trabalha seis horas e quarenta minutos passaria para R$ 1.513,37. Já os cobradores teriam a remuneração ajustada para R$ 908,04. “Somando os demais benefícios como triênio, participação nos resultados e vale alimentação, o salário total para o motorista ultrapassaria R$ 2.000. Seria o melhor piso do Estado e um dos melhores do país”, afirma a nota.
O sindicato afirma, no entanto, que caso o conjunto de propostas não seja integralmente aceito pelos trabalhadores todos os itens serão invalidados. “Diante do pacote proposto, não vemos motivos para os trabalhadores entrarem em greve, o que traria novamente incalculáveis prejuízos para toda a população da Grande Florianópolis”, reitera o Setuf.
Prefeitura acredita na conciliação
O vice-prefeito e secretário de Transportes, Mobilidade e Terminais da Capital, João Batista Nunes, garantiu que a prefeitura está concentrando todos os esforços para evitar qualquer tipo de paralisação da categoria. “Estou muito otimista com a possibilidade de entendimento. Ninguém ganha com a paralisação e, principalmente, quem perde é o povo”, declarou.
Segundo João Batista, reuniões semanais são realizadas há quase dois meses, com a participação da OAB e da Câmara de Vereadores, e é visível o amadurecimento dos dois sindicatos – o Sintraturb e o Setuf. “Eles sabem que a relação patrão-empregado é inferior ao bem comum. A coletividade não pode ser prejudicada”, ressaltou. “Se por acaso houver paralisação, o município comunicará o Ministério Público do Trabalho e solicitará providências sobre a legalidade da greve e a garantia de frota mínima operante”, completou.
O que propõe o Sintraturb (trabalhadores)
Reajuste salarial de 11,5% (6,5% de inflação mais 5% de ganho real)
Redução da jornada de trabalho de seis horas e quarenta minutos para seis horas
O que propõe o Setuf (patrões)
Reajuste salarial de 8% (6,5% de inflação mais 1,5% de ganho real)
Não aceita redução da jornada de trabalho
Itens em concordância entre as duas partes
– Aumento de 11,8% no vale alimentação, que passaria a R$ 380.
– A cada jornada de três horas, as empresas se comprometeriam a escalar uma jornada de seis horas com uma hora de intervalo, podendo realizar horas extras;
– O trabalhador da jornada de três horas passaria a ter o direito a 30 dias de férias;
– Triênio após três anos de serviço de 3% sobre a base;
– Garantia de 24 meses de emprego para os trabalhadores aposentáveis, com mais de anos na empresa;
– Participação nos lucros de 30% semestral sobre a base (5% ao mês);
– Promoção conjunta de programas de saúde aos trabalhadores;
– Manutenção de adicional noturno em 30% (valor 50% acima do que prevê a legislação, que é de 20%);
– Limitaria o valor do desconto de, no máximo, até um salário do motorista que se envolver em acidente de trânsito, sendo que a parcela não excederia 10% do salário base.
(Por Maiara Gonçalves, ND, 11/05/2011)

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