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Arenas Multiuso: Incentivo ao turismo ou elefantes brancos?

Uma das marcas da gestão Luiz Henrique no governo do Estado, as arenas multiuso e centros de eventos já custaram R$ 130 milhões aos cofres públicos. Administradores e o governo atual avaliam se os espaços estão sendo bem aproveitados.

A rede de arenas multiuso e centros de eventos projetada no governo Luiz Henrique da Silveira (PMDB) já custou quase R$ 130 milhões com a promessa de fomentar turismo, cultura e esporte. Mas os espaços são bem aproveitados?

Uma das marcas da administração de LHS, as arenas foram lançadas com o objetivo de acabar com a sazonalidade do turismo, dependente do litoral durante o verão e da serra nos meses de inverno.

– A avaliação do setor era que tínhamos que investir no turismo de eventos e, para isso, era necessário infraestrutura – conta o deputado estadual Gilmar Knaesel (PSDB), secretário de Turismo nos dois mandatos de Luiz Henrique.

Oito anos depois, o impacto destes empreendimentos na economia do Estado não é uma unanimidade. Knaesel defende o modelo, destacando que Chapecó, por exemplo, se tornou o segundo polo de eventos do Estado depois da inauguração do Centro de Eventos.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-SC), João Eduardo Moritz, concorda que na região Oeste houve incremento, mas diz que, no resto do Estado, os resultados são abaixo do esperado. Para ele, a grande maioria das arenas poderia ser melhor utilizada.

O secretário estadual de Turismo, Cesar Souza Júnior, tem opinião semelhante. Ele diz que a secretaria elabora um estudo sobre as arenas. Para ele, é preciso trabalhar em duas pontas: aproximado as estruturas da população com atividades esportivas, culturais e de lazer, e, ao mesmo tempo, atrair grandes eventos para estimular o turismo.

– São estruturas caras e que precisam ser bem aproveitadas – afirma.

Uma das dificuldades é que, depois de prontas, as arenas têm gestão repassada para o município. Com pouco dinheiro, muitas prefeituras enfrentam problemas para manter estes locais e desenvolver estratégias para captar grandes eventos. Além disso, há quem questione a concepção dos espaços.

– O ideal seria ter centros de eventos para sediar workshops e grandes feiras e, separado, outra estrutura voltada para atividades culturais e esportivas. Ter todas estruturas em um espaço não funcionou – avalia o presidente da Abih-SC.

Outra crítica é que algumas arenas não estariam preparadas para eventos mais expressivos. As estruturas acabaram de passar pela avaliação para sediar o Mundial Feminino de Handebol. Segundo o presidente da comissão organizadora do evento, Ivair de Lucca, todas as arenas precisarão de melhorias para atender ao padrão da competição. Os problemas vão desde a falta de piso adequado, climatização, até reforço das redes de energia para comportar a demanda.

Quatro projetos de arenas multiuso (Tubarão, Florianópolis, São Lourenço do Oeste e Balneário Camboriú) estão em andamento. Segundo o secretário estadual de Turismo, Cesar Souza Júnior, a intenção do governo não é investir mais em construções de centreventos.

A proposta do Executivo é aproveitar melhor a estrutura já pronta e reavaliar todos os projetos em andamento.

(Por Natalia Viana, DC, 26/04/2011)

Projeto da Capital vai ser modificado

Com a promessa de ser uma solução para acabar com o sumiço dos turistas fora do verão no Norte da Ilha, a Arena Multiuso de Florianópolis virou polêmica e um jogo de empurra. Os empresários dizem que batalham por um centro de convenções há 18 anos. O local seria a alternativa para o turismo, reduzindo a dependência do verão.

Segundo lideranças da região, um projeto começou a ser discutido junto com o Sapiens Parque. A ideia era um centro de convenções para grandes eventos e feiras de negócios. Mas, segundo os hoteleiros, o projeto foi alterado, com foco na Arena de Jaraguá do Sul, voltada para eventos esportivos. Os empresários criticam o projeto, destacando que, como foi idealizado, não trará resultados para o setor.

Ex-secretário da Grande Florianópolis, Valter Gallina (PMDB) rebate afirmando que só critica quem não conhece o projeto. Segundo ele, não se trata apenas de um “ginásio de esportes”, mas de uma arena multiuso que vai colocar Florianópolis de vez na rota dos grandes espetáculos.

– O equipamento é bom, o que vai definir se ele vai ser um elefante branco ou não será o gerenciamento dele.

Obra está parada desde outubro por causa da suspensão dos repasses

A questão está com o governador Raimundo Colombo (DEM). Segundo o secretário estadual de Turismo, Cesar Souza Júnior, uma comissão foi formada com representantes da comunidade para rediscutir o projeto. A ideia apresentar as alterações possíveis em em meados de maio.

– Do jeito que está, o projeto não vai para frente – diz.

O desafio é suprir duas demandas históricas. Os empresários querem um local adequado para eventos e o setor esportivo, um espaço para grandes competições.

A construtora Viseu diz que a obra começou no ano passado, com empenho de R$ 7 milhões. Mas que, com a mudança de governo, foram retidos R$ 3 milhões. A obra foi parada em outubro, por falta de recursos.

– A empresa não abandonou a obra. Temos R$ 1 milhão em pré-moldados que não puderam ser instalados porque o repasse foi suspenso. Acreditamos que, a partir de maio, poderemos retomar e o ritmo. Dependerá da liberação do dinheiro – diz Marcos Maia , da Construtora Viseu.

(DC, 26/04/2011)

Falta de dinheiro

A rentabilidade também é um problema para o Centro Multiuso de São José. A coordenadora Glória Medeiros reconhece que o espaço precisa de manutenção, mas há dificuldades orçamentárias. Segundo ela, o centro não gera renda porque a maior parte dos eventos, como treinamentos, é promovida pela própria Prefeitura ou pelo governo.

– Muitas vezes, deixamos de locar o espaço para um evento de fora, porque temos que dar prioridade para servir ao Estado e o município – justifica Glória.

(DC, 26/04/2011)

Divisor de águas

Em Blumenau, a reforma do Parque Vila Germânica é tida como divisor de águas. Antes, na antiga Proeb, os espaços para feiras e eventos eram pequenos e obsoletos.

– Com a Vila, Blumenau voltou ao roteiro de eventos da região – assinala o presidente do Blumenau e Vale Europeu Convention & Visitors Bureau, Emil Chartouni.

O carro-chefe é a Oktoberfest que, em 2010, recebeu 578.870 pessoas. Para Chartouni, o espaço é bem aproveitado, mas ele defende concessão à iniciativa privada.

– Sabemos das dificuldades do poder público. Tudo depende de licitação – exemplifica.

(DC, 26/04/2011)

“A única rede de eventos do país”
ENTREVISTA Luiz Henrique da Silveira, senador (PMDB)

Quando assumiu o governo, em 2003, Luiz Henrique começou a promover a construção dos chamados centreventos. O modelo repetiria o Centreventos Cau Hansen, inaugurado em 1998, quando ele era prefeito de Joinville.

Diário Catarinense – Como o senhor avalia as arenas multiuso?

Luiz Henrique da Silveira – Vivemos uma era na qual os serviços serão o sustentáculo da geração de emprego e renda. Construímos a única rede de eventos do país. E, dentro da descentralização, ao invés do Estado construir as arenas, fizemos convênios com os prefeitos, porque é mais rápido e barato. Além disso, contamos com a parceria das prefeituras, que entraram com recursos. Como usamos esta estratégia, as arenas se multiplicaram rapidamente.

DC – A crítica que se faz é que as arenas são subutilizadas. Há riscos de se tornarem elefantes brancos?

LHS – A utilização depende muito da estrutura. A cidade que tem um convention bureau atuante, que busca eventos, convênios e shows, mantém maior funcionalidade. Pelo que tenho conversado no interior, não vejo ociosidade, pelo contrário. Vamos ter o Mundial de Handebol e Joinville não vai ser uma das sedes porque está lotado.

DC – Qual o desafio na gestão das arenas?

LHS – O futuro será aliar o esforço do governo com grandes empresas privadas especializadas que estão vindo para o Brasil. Acho que cabe em Balneário Camboriú um grande centro para 30 mil pessoas, que poderia ser feito e administrado pela iniciativa privada.

(DC, 26/04/2011)

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