Do Poção ao Itacorubi
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Projeto, que prevê áreas de lazer no curso de água no Córrego Grande, será lançado amanhã para os moradores do bairro

Partir do manguezal do Itacorubi, em Florianópolis, seguir o córrego e chegar à Cachoeira do Poção, com cinco metros de altura e cercada por paredões de pedra. Primeiro pedalando, depois, andando por uma trilha. Este é um dos possíveis usos para o Parque Linear do Córrego Grande, cuja ideia do projeto será lançada amanhã, para os moradores do bairro.

Segundo explicou César Floriano, professor de Arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e presidente da Associação dos Moradores do Sertão do Córrego Grande (Amosc), não se trata ainda de um projeto, mas de uma ideia a ser discutida junto ao Plano Diretor.

Ao longo do curso do Córrego Grande, preservando suas margens, haveria uma ciclovia. Ela terminaria um quilômetro antes de começar a trilha para a cachoeira. Também seriam instaladas áreas públicas, como escola, creche, quiosques, centro comunitário e outras de lazer. Floriano diz que apenas duas áreas teriam que ser compradas pelo poder público.

– É importante frisar isso. Não teria que remover ninguém de suas casas. É relativamente fácil. Mas seria irresponsabilidade falar em valores para a construção desse parque.

Rosângela Mirela Campos, presidente do Fórum da Bacia do Itacorubi, que reúne 11 entidades comunitárias, é uma entusiasta da ideia.

– É um avanço para a qualidade de vida das populações do entorno. Além do Córrego Grande, os bairros Itacorubi e Santa Mônica, que eram residenciais, estão virando comerciais. É importante manter um corredor verde nesta área.

Prefeitura apoia, mas ainda não há ações concretas

A prefeitura de Florianópolis também apoia a iniciativa. Segundo o vice-prefeito João Batista Nunes, esta é uma forma de buscar conscientização ecológica e preservação do patrimônio ambiental. Só que ainda não há ações concretas para colocar em prática o projeto.

O parque contaria, ainda, com guias mirins como Leonardo Cassão, 10 anos, que acompanhou a equipe do DC, ontem, até a cachoeira.

– Ali tem um pocinho, dá para tomar banho. É bem tranquilo – avisou o garoto, que mora no Córrego Grande e conhece bem a área.

Usando a trilha que hoje existe no local, logo se chega à cachoeira, com suas águas limpas. Bem diferente do restante do córrego, onde a cor já mostra que o rio está poluído.

CÉSAR FLORIANO
Professor da UFSC e presidente da Amosc

“Não teria que remover ninguém de suas casas. É relativamente fácil. Mas seria irresponsabilidade falar em valores para a construção desse parque.”

ROSÂNGELA CAMPOS
Presidente do Fórum da Bacia do Itacorubi

“Além do Córrego Grande, os bairros Itacorubi e Santa Mônica, que eram residenciais, estão virando comerciais. É importante manter um corredor verde nesta área.”

Agenda
PROGRAMAÇÃO PARA AMANHÃ
– 9h – Visita monitorada até a Cachoeira do Poção (saída do Sertão do Córrego, com guias)
– 10h30min – Ecobike (gincana de mobilidade)
– 16h – Atividades de educação ambiental
– 18h – Apresentações culturais
– 19h – Apresentação oficial do projeto no Centro Comunitário
Contato: (48) 9119-4825 (professor César Floriano)
O QUE É UM PARQUE LINEAR
– De acordo com Elom Guimarães, que estuda o tema no mestrado na UFSC, parques lineares são áreas verdes no meio das áreas urbanas que acompanham os cursos d’água. Um dos objetivos é proteger ou recuperar ecossistemas e proteger as cidades de enchentes. São Paulo, que sofre com as enchentes ao longo do Rio Tietê, está construindo o maior parque linear do mundo. Ele terá 75 quilômetros de extensão. A capital paulista já possui o maior parque linear do Brasil: o Parque da Integração Zilda Arns, com 7,5 quilômetros. Outra função do corredor é conectar áreas verdes. No projeto do parque do Córrego Grande, o usuário sairia de uma área de mangue e chegaria à Mata Atlântica, ou vice-versa, num passeio em meio à natureza.
TAMANHO
– Aproximadamente: 5 quilômetros
– Ciclovia: 4 quilômetros
– Trilha: 1 quilômetro

(DC, 25/03/2011)

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