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O fim da ocupação do Papaquara na Capital catarinense

Famílias receberão aluguel social, e casas em área de preservação permanente atingidas pela chuva devem ser demolidas

Com as chuvas ocorridas na semana passada, a comunidade do Papaquara se retirou de suas casas, não podendo retornar para o local de origem em razão de residirem em área de risco e de preservação permanente. A Defesa Civil interditou as casas e as famílias estão alojadas em um colégio próximo ao Terminal de Canasvieiras. Todos os moradores serão indenizados e receberão o aluguel social (que será negociado com Secretaria de Habitação). Segundo o Secretario da Secretaria de Habitação, Átila Rocha dos Santos, a avaliação das habitações já está sendo feita e deve ser concluída em três dias.

O mutirão de limpeza que estava previsto para acontecer essa quarta (25), organizado pela Floram, COMCAP e Secretaria de Obras, na comunidade do Papaquara foi cancelado. A Prefeitura Municipal resolveu tomar outras providências, devido às fortes chuvas que atingiram o local.

A Prefeitura Municipal de Florianópolis autorizou o desassoreamento do Rio Papaquara e segundo o Superintendente da FLORAM, Gerson Basso, assim que acabarem as negociações e a saída das famílias, a FLORAM ficará responsável pela demolição das casas.

Entenda o caso

O prefeito da Capital, Dário Berger, anunciou na terça (24), o fim da ocupação irregular das margens do Rio Papaquara, no Norte da Ilha. As cerca de 45 famílias que moram no local estão abrigadas provisoriamente no ginásio da escola Jacó Anderle, ao lado do terminal de ônibus de Canasvieiras, desde sábado (22), quando a chuva alagou todas as moradias.

“Essas 171 pessoas desabrigadas não vão retornar as suas casas. A Defesa Civil lacrou as moradias e as impediu de voltar. Se for necessário, temos o poder de polícia, mas o que queremos é entendimento. Não existe nenhuma condição dessas pessoas voltarem neste momento”, disse o prefeito. Conforme Dário Berger, a região será desocupada e recuperada. “Já determinei a Floram e Secretaria de Obras que as construções sejam demolidas. A recuperação da área será feita com plantação de mata nativa e ciliar para a proteção do rio”, destacou.

Moradora do Papaquara há seis anos, Sueli Ribeiro está no abrigo com o marido e mais quatro filhos. “No ano passado foi a mesma coisa. Desta vez, perdemos tudo. Não deu pra salvar nada”, disse. Outra moradora, Luciana de Lima, foi para o abrigo com o marido e as duas filhas apenas com a roupa do corpo e mais R$ 1.000 na bolsa, valor que foi furtado dentro do ginásio. “Era um dinheiro que juntei com muito suor. Não tenho outro lugar para onde ir. Na rua também não posso ficar”, contou. (Maiara Gonçalves/ND)

Famílias poderão receber aluguel social

Dário Berger informou que fará tudo o que for “legal e possível” para encontrar uma solução. “Pode ser um aluguel social de seis a 12 meses, indenização das benfeitorias e outros procedimentos para que essas famílias possam ser abrigadas em outro local e não retornem ao Papaquara. Nós sabemos que, se chover 30, 40 ou 50 milímetros, teremos que desabrigá-las novamente”.

A recicladora Eva Pereira está no abrigo com mais 20 pessoas da família. Mesmo com a enchente, ela afirmou que gostaria de voltar ao Papaquara. “Se alugar outra casa, não terá espaço para colocar o material da coleta”, argumentou. No entanto, Eva aguarda pelo aluguel social e por indenização para construir uma casa em outro lugar. “Não sei para onde vou, mas sei que quero bem longe de rio”. Além do caso Papaquara, Dário Berger falou ao Notícias do Dia sobre o temporal que atingiu a Capital no fim de semana.

Saiba mais

Providências

Conforme o prefeito, um relatório com todos os estragos será encaminhado à Defesa Civil para que o município avalie se decreta ou não situação de emergência. “Vamos manter alerta permanente com a comissão de desastre, composta pela Defesa Civil, secretarias de Saúde, Obras e Assistência Social, Comcap e Guarda Municipal, em razão das chuvas previstas pelo setor de meteorologia”.

Recuperação

“Vamos fazer a recuperação da cidade sem aguardar por recursos do Estado ou da União. A gente sabe que é uma situação difícil, demorada, e Florianópolis precisa ser recuperada imediatamente”, destacou Dário Berger. Segundo ele, cerca de 300 pessoas trabalham na rua. “São seis equipes só de ‘tapa-buraco’, que estão recuperando ruas, desobstruindo bocas de lobo”, afirmou.

Defesa Civil

A Defesa Civil de Florianópolis hoje tem apenas quatro funcionários fixos, mas o prefeito acredita que o setor é um dos mais bem estruturados do Estado. “Ela atua em momentos de desastre e nas operações de detecção das áreas de risco. Ela também coordena a comissão de desastre que agrega o contingente da Comcap, Guarda Municipal, Obras, Saúde, Assistência Social. Nós colocamos todo o maquinário, atendimento social e de saúde à disposição dela”.

Vítimas

“Florianópolis hoje tem 400 mil pessoas e eu diria que cerca de 200 mil foram atingidas de alguma forma pelas chuvas, elas tiveram algum tipo de transtorno. Tivemos infelizmente três óbitos, dois deles, na minha opinião, por imprudência (referindo-se ao menino de oito anos e à turista italiana). Pedimos às pessoas que tenham paciência, calma, que não coloquem sua vida em perigo. Os prejuízos materiais de alguma forma a gente consegue resolver”, ressaltou.

(Maiara Gonçalves, ND, 26/01/2011)

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