Obstáculo para a mobilidade

Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 04 e 05/09/2010)

O Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) não está distante das soluções para a mobilidade urbana. Um exemplo: o órgão da prefeitura tenta há tempos criar uma alternativa para desafogar o trânsito na região da UFSC. Mas a própria universidade resiste à proposta, porque teria que ceder uma faixa de terreno – atualmente sem uso – no trecho que começa no trevo Dona Benta e vai até o trevo da Eletrosul. Em tempo: o reitor Álvaro Prata é simpático à ideia. Os entraves estão na burocracia interna.

O terreno da UFSC
Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 07/09/2010)

Na semana passada (nota acima), relatamos aqui a dificuldade que a prefeitura da Capital vem encontrando em relação à cessão de uma área de terras da UFSC – sem uso – que serviria para alargamento da Rua Antônio Edu Vieira, entre o trevo da Dona Benta e o trevo da Eletrosul. O colunista recebeu uma mensagem esclarecedora sobre o assunto. Não apenas esclarecedora, mas preocupante. Quando a UFSC recebeu, por doação do Governo do Estado, a antiga Fazenda Assis Brasil, já havia previsão de que a faixa do terreno seria utilizada para melhorias urbanas na região. “O Plano Metropolitano do Professor Luiz Felipe Gama D’Eça, contemplava essa duplicação e isso explica o fato dessa faixa de terreno ainda estar sem uso”, explica a fonte da coluna.

“Agora, o mais incrível ainda é que no Termo de Acordo de Cooperação Nº 003/2010/0001, que o Governo do Estado celebrou com a Infraero em maio deste ano, há, no item 3.1.6, a obrigação do Estado de ‘adquirir a área da UFSC necessária para a construção do novo acesso viário ao aeroporto’ (R$ 3,2 milhões) e no item 3.1.7, de ‘adquirir a área da UFSC necessária para a expansão do Aeroporto e transferi-la ao patrimônio da União, sob jurisdição do Comando da Aeronáutica e administração da Infraero’ (R$ 8 milhões)”.

A conta

Finaliza a fonte da coluna: “Ou seja, pelo acordo, o Governo do Estado vai pagar R$ 11,2 milhões para reaver parte da área que doou para a UFSC em 1982, para depois doar para o Comando da Aeronáutica! Vale lembrar que essa área foi doada em 1982 (Decreto nº 16.853) com a finalidade específica de ali ser instalado o Centro de Ciências Agrárias, o que nunca ocorreu, pois acabou sendo instalado no Itacorubi, em outra área doada pelo Estado!”