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Frente Parlamentar avalia estudos realizados para a implantação do Estaleiro OSX

A Frente Parlamentar de Apoio à Implantação do Estaleiro OSX, no Município de Biguaçu, recebeu na noite de ontem (13), no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright, autoridades, entidades ligadas à questão e sociedade civil para dar continuidade aos trabalhos direcionados à implantação do empreendimento. Presidida pelo deputado Edison Andrino (PMDB), a reunião teve propósito de avaliar junto às comunidades interessadas a pesquisa feita pela Fundação Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi).
De acordo com o superintendente geral da Certi, Carlos Alberto Schneider, a instituição foi contratada pelo empresário Eike Batista, responsável pelo Estaleiro OSX. Durante três meses, foi realizado um estudo com objetivo de identificar os impactos da implantação do empreendimento em relação aos golfinhos que vivem na região. “Nosso trabalho tem objetivo de oferecer um plano de preservação e monitoramento de toda a Baía Norte de Florianópolis, com a mitigação de impactos causados pela falta de esgoto sanitário nas cidades do entorno, poluição causada por pequenas empresas e pesca com equipamentos inadequados. Juntos a especialistas realizamos uma pesquisa minuciosa visando à preservação do meio ambiente e a possibilidade da construção do estaleiro”, ressaltou.
Na oportunidade, o especialista em golfinhos, Thomas Jefferson, PhD em Biologia Marinha que acompanha há 15 anos a vida de golfinhos na Baía de Hong Kong, na China, destacou que a partir do estudo e de medidas de proteção ao meio ambiental é possível instalar o Estaleiro OSX e preservar os golfinhos da região, com a minimização dos impactos durante a implantação do empreendimento.
Thomas lembrou da experiência da Baía de Hong Kong, que sofreu grande impacto ambiental com um aterro para a instalação de um aeroporto, um porto, pontes, além de outras obras de infraestrutura. “O local hoje ocupado pelos empreendimentos era o habitat dos golfinhos, muito parecidos com os da Baía Norte. Com as obras, eles se afastaram, mas depois retornaram para a região, não tínhamos o número exato de golfinhos antes das obras, mas calculávamos em torno de 400, e atualmente temos mais de 2 mil”, informou.
Ao dar continuidade à apresentação dos estudos, o biólogo Leonardo Wedekin ressaltou que o foco é preservar a caracterização ecológica e o cenário de conservação do boto-cinza, espécie que vive na Baía Norte. “Essa espécie vive aproximadamente 30 anos, possui uma reprodução muito lenta e pode ser considerada de extrema importância do ponto socioeconômico para região, pois contribui para atividade turística”, revelou.
O especialista explicou que uma série de impactos como o alto tráfego de embarcações, a pesca proibida, a poluição química e orgânica já estão colocando a espécie em risco. “Com a implantação do estaleiro, novos impactos ocorreram, porém o trabalho será realizado com cautela e principalmente minimizando as chances de colocar a espécie em extinção”, contribuiu.
Ainda na apresentação, o biólogo Marcos Aurélio Da-Ré destacou entre os problemas a o barulho ocasionado pela dragagem, podendo prejudicar os mamíferos. “Uma das soluções é a produção de cortinas de bolhas, que não deixam o som propagar; a outra saída é o monitoramento da localização dos animais através de boias. Assim quando eles chegarem perto, um alarme soará e os trabalhos de construção serão imediatamente paralisados”, explicou. O biólogo afirmou que o desafio é manter a qualidade de vida dos golfinhos. “Há muito tempo ocorrem impactos no local, com o estaleiro pode melhorar a qualidade geral da comunidade, da natureza com algumas obrigações que podem ser impostas; entre elas, o firmamento de um pacto de sustentabilidade da Baía Norte”, propos.
Presentes na reunião, os deputados Reno Caramori (PP) e Silvio Dreveck (PP) defenderam o empreendimento, mas ressalvaram a importância de adotar cautela na implantação. Na condição de representante do Ministério Público, o promotor Rui Arno Richter ressaltou que a licença para o empreendimento está em aberto e o órgão atuará dentro das legalidades ambientais e urbanísticas previstas.
(Tatiani Magalhães, Alesc, 14/07/2010)

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