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23/06/2010

A Terra está esfriando?

ENTREVISTA: Luiz Carlos Molion, meteorologista

(Por Francine Cadore, DC, 23/06/2010)

Luiz Carlos Molion é daqueles que não temem nadar contra a maré. Paulista, formado em Física pela Universidade de São Paulo e com pós-doutorado em Meteorologia, na Inglaterra, o professor da Universidade Federal de Alagoas expõe ao mundo um argumento bem diferente daquele apresentado pela maioria dos meteorologistas ligados ao Painel Intergovernamen-tal sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Representante da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Molion revela que o planeta está passando por um processo de resfriamento. Com mais de 40 anos de experiência em estudos do clima, o pesquisador afirma que o homem e suas emissões de carbono não causam o aquecimento global, que já serviu de pano de fundo para filmes e documentários. Molion vai além: denuncia que as medições dos níveis de carbono são manipuladas para atender a interesses econômicos. O buraco da camada de ozônio também está na mira do especialista. Para ele, o rombo não passa “de balela”. Ontem à noite, ele palestrou sobre as mudanças climáticas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Florianópolis, e, pela manhã, conversou com a reportagem do Diário Catarinense.

Diário Catarinense – Enquanto o mundo tenta frear as emissões de carbono, o senhor diz que o aquecimento global não existe e que a Terra está esfriando. Por quê?

Luiz Carlos Molion – Ao contrário do que se diz, o homem não é capaz de influenciar o clima global. Por isso, as emissões de carbono não influenciam na temperatura da Terra. O Sol, fonte de energia do sistema climático, causa variações repetitivas. A cada 90 anos, o astro alterna períodos de atividade máxima e mínima. Registros apontam que o Sol esteve em baixa atividade em 1820, no final do século 19 e início do século 20. Desde 2008, entramos nesse pico que deve se estender pelos próximos 22, 24 anos.

DC – Até lá, a temperatura da Terra vai diminuir?

Molion – Sim, a radiação que chega vai diminuir e favorecer a queda da temperatura em até 0,3ºC. O clima global também será afetado pela queda de temperatura da água dos oceanos. Teremos invernos mais rigorosos com muita geada em Santa Catarina. O sistema Argo, 3,2 mil boias espalhadas pelos oceanos para medir a temperatura e salinidade, mostrou a perda de calor. Como os oceanos fazem parte de 71% da superfície terrestre, eles são fundamentais para o clima do planeta. Só o Pacífico ocupa 35% da superfície e está resfriando desde 2000.

DC – O resfriamento do Pacífico contraria a elevação da temperatura média da Terra divulgada pelos relatórios oficiais do IPCC. Como o senhor explica?

Molion – O problema é que os termômetros estão instalados em cidades muito urbanizadas que registram uma diferença de 3ºC do campo. Outro fator é que os dados colhidos são ajustados para mostrar um falso aquecimento. Manipulam para que os invernos fiquem mais amenos e os verões mais quentes. Hackers invadiram o sistema de um dos braços direitos do IPCC e perceberam as modificações feitas de propósito. O aquecimento, a exemplo do buraco da camada de ozônio é balela. Deixaram a ciência de lado para se tornarem um negócio para empresas que querem expandir os lucros.

DC – Qual o interesse em manipular dados sobre a temperatura?

Molion – O aquecimento, agora, é uma plataforma política e econômica. Reduzir as emissões de carbono é reduzir a geração da energia elétrica, base do desenvolvimento de qualquer lugar. Como existem países que têm a sua matriz calcadas nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção. Os países em desenvolvimento, como o Brasil, seriam os mais afetados, como sempre. Os ricos, mesmo não tendo mais recursos naturais disponíveis poderiam reduzir. Mas para não morrer de frio precisariam consumir mais energia e também seriam afetados pelo resfriamento.

DC – A redução de CO2 proposta na Conferência de Copenhague é válida para algo?

Molion – O CO2 é o gás da vida! Não é poluente, como é divulgado. Ele é o gás das plantas e está provado que quando se dobra a produção de CO2, se dobra também a produção das plantas. Melhor para a atmosfera e para nós! A redução poderia beneficiar porque os combustíveis fósseis são poluentes por causa do enxofre e de outros elementos. Quando liberados, eles se combinam com a umidade do ar e viram gotículas de enxofre, que atacam o sistema pulmonar das pessoas.

DC – O senhor contesta qualquer influência do homem na mudança de temperatura da Terra?

Molion – Os fluxos naturais dos oceanos, vulcões e vegetação somam 200 bilhões de emissões por ano. A incerteza que temos desse número é de 40 bilhões para cima ou para baixo. O homem coloca apenas 6 bilhões, portanto a emissões humanas representam 3%. Se os países reduzirem pela metade, não vai mudar absolutamente em nada no clima.

DC – Se não há aquecimento global porque as geleiras estão derretendo?

Molion – Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, as geleiras não estão derretendo. Pedaços de gelo flutuante, que ficam na superfície da água, estão se desprendendo do iceberg, corpo de gelo com mais de 90% submerso. Eles flutuam no mar e não aumentam o nível dele. É mentira dizer que o mar está avançando.

O que é a OMM
– Organização Meteorológica Mundial (OMM), do inglês World Meteorological Organization (WMO). É um organismo das Nações Unidas que acompanha a meteorologia, a hidrologia e ciências geofísicas. Estuda o comportamento da atmosfera terrestre, interação com os oceanos e distribuição dos recursos hídricos no planeta.

O que diz o IPCC

– O IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) é o braço das Nações Unidas para estudar as mudanças climáticas. Criado em 1988 pela OMM e Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), fornece informações científicas sobre as conclusões. É hoje a principal autoridade internacional sobre aquecimento global.
– O consenso dos relatórios do IPCC é de que a ação humana intensifica o ciclo de mudanças climáticas no planeta – o que inclui a tendência de aumento médio na temperatura.
– Os cientistas alinhados com o IPCC explicam que a tendência não é linear. Pode haver uma sequência de anos um pouco mais frios sem que isso contradiga a teoria.
– As consequências do aquecimento global seriam o aumento do nível do mar, seca em regiões úmidas e aumento da intensidade de fenômenos naturais como tempestades e furacões.

(Por Francine Cadore, DC, 23/06/2010)

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3 Comentários

  1. O que os capixabas pensam sobre Mudanças Climáticas?

    De modo a conhecer o perfil de percepção ambiental da sociedade frente à problemática (causas, efeitos, prós e contras) das Mudanças Climáticas, tendo como base a Região da Grande Vitória, ES – municípios de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica – o Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA (grupo sem fins lucrativos), desenvolveu uma pesquisa (35 aspectos abordados) com 960 pessoas (+ – 3% de erro e 95% de intervalo de confiança), com o apoio da Brasitália.

    Metade dos entrevistados foi de pessoas com formação católica e, os demais, evangélica. Apesar de a amostra ter sido constituída dessa forma o objetivo da pesquisa não visa individualizar os resultados da pesquisa para cada segmento religioso em questão.

    Os entrevistados admitem ler regularmente jornais e revistas (48,1%), assistem TV (58,3%), não participam de Audiências Públicas convocadas pelos órgãos normativos de controle ambiental (88,9%), bem como de atividades ligadas ao Meio Ambiente junto às comunidades (não – 43,2% / não, mas gostaria – 39,7%), apresentam um reduzido conhecimento das ONGs ambientalistas (4,9%), não acessam (72,8%) sites ligados à temática ambiental (19,1% não tem acesso a computador), além de indicarem o baixo desempenho das lideranças comunitárias no trato das questões ambientais (29,2% / sendo que 40,0% admitem não conhecer as lideranças de suas comunidades), e admitem interesse por temas ligados à temática ambiental (42,3% / 44,2% apenas às vezes).

    Admitem conhecer termos (não verificada a profundidade do conhecimento assumido) como biodiversidade (63,6%), Metano (51,7%), Efeito Estufa (81,3%), Mudanças Climáticas (84,7%), Crédito de Carbono (26,0%), Chuva Ácida (57,8%), Agenda 21 (16,5%), Gás Carbônico (60,9%), Clorofuorcarbonos (36,6%), Aquecimento Global (85,4%), bicombustíveis (74,1%), Camada de Ozônio (74,3%) e Desenvolvimento Sustentável (69,5%), com 70,0% do grupo relacionando às atividades humanas às Mudanças Climáticas e que a mídia divulga muito pouco os temas relacionados ao meio ambiente (44,2%), apesar da importância do tema.

    A ação do Poder Público em relação ao meio ambiente é considerada fraca (48,2%) ou muito fraca (30,2%), os assuntos ligados à temática ambiental são pouco discutidos no âmbito das famílias (60,1% / 15,5% admitem nunca serem discutidos), enquanto a adoção da prática da Coleta Seletiva só será adotada pela sociedade se for através de uma obrigação legal (34,3%) e que espontaneamente apenas 35,7% adotariam o sistema. Indicam que os mais consumos de água são o “abastecimento público” (30,3%), seguido das “indústrias” (22,9%) e só depois a “agricultura” (10,7%), percepção inversa a realidade.

    Em análises em andamento, os resultados da pesquisa serão correlacionados com variáveis como “idade”, “gênero”, “nível de instrução”, “nível salarial”, “município de origem”, entre outras, contexto que irá enriquecer muito a consolidação final dos resultados, aspectos de grande importância para os gestores públicos e privados que poderão, tendo como base uma pesquisa pioneira no ES, definir ações preventivas e corretivas voltadas ao processo de aprimoramento da conscientização ambiental da sociedade.

    É importante explicitar que, como apoio do NEPA, está pesquisa já está sendo iniciada em outras capitais.

    Roosevelt S. Fernandes, M. Sc.

    Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA

    roosevelt@ebrnet.com.br

  2. Olá,

    Alguns dizem que há interesses por trás desse tal de aquecimento global. Pode até haver alguns que se aproveitam no meio de uma coisa midiática tão grande, mas enquanto o absurdo empirismo dessa gente que comanda e domina essa questão não aplicar as ciências de conhecimento universal e assim continuar cometendo erros tão absurdos e elementares da física básica, podem deixar que se trata apenas de ignorância científica mesmo e, por isso, uma “conspiração” climática mundial não se sustenta. E ja deram muitas provas disso, em seus “modelos” fajutos (os quais são ajustados para darem os resultados desejados, que absurdo!!), em publicações de revistas, em “previsões”, etc. Primeiro eles têm que entender bem e resolver cientificamente a questão, como eu já a resolvi, modestamente, o que o Molion não conseguiu, antes de afirmarem que há conspiração, por uma questão de lógica e bom senso.

    Quem comanda e domina essa questão no mundo é o IPCC e seus meteorologistas, climatologistas, hidrologistas, etc, os quais, para afirmar que existe aquecimento “global”, absurda e ingenuamente relacionaram um aumento de temperatura com um aumento de CO2. Mas, para constatar que há aumento do efeito estufa não basta uma simples e ingênua relação de um parâmetro com outro, pois na atmosfera há muitos outros parametros que precisam ser relacionados entre si para podermos realmente constatar um aumento de aquecimento atmosférico. E tais relações são baseadas na teoria física da questão, o que não se vê os profissionais acima relacionados fazerem, por isso erram tanto e tão absurdamente. E falo isso não apenas em relação às coisas que se vê na mídia, mas em relação às publicações de suas revistas internacionais, cujos artigos deveriam ser um primor de ciência, mas não são, são muitos e enormes absurdos mesmo.

    Além de eles terem relacionado somente um único parâmetro com outro, eles escolheram apenas as partes da história em que há os referidos aumentos, mas há outras partes da história em que há reduções desses parametros que não foram considerados por eles. É nessa hora que entra o Molion, que escolheu para suas afirmações exatamente o lado contrário dos outros, ou seja, quando os referidos parâmetros decrescem, cometendo o mesmo erro, só que do lado contrário. Vale lembrar que o Molion é tambem meteorologista e, como os outros empíricos, só depende de dados experimentais, os quais têm uma variabilidade natural complexa que confunde se as análises não forem ajudadas pela verdadeira teoria científica. Trabalhei e tenho trabalhado teórica e experimentalmente com sistemas de aquecimento atmosferico e posso dizer que quase tudo que tem sido dito sobre o tal do aquecimento “global” está essencialmente errado, inclusive pelo Molion.

    Por incrível que pareça, o ser humano é sim capaz de causar mudanças climáticas, mas não do jeito que dizem. Com poucas palavras, faço qualquer um entender como o ser humano pode sim interferir no clima. Enquanto isso, conheçam mais em sartori-aquecimentoglobal.blogspot.com.

  3. – Professor, a Terra vai aquecer ou esfriar?

    – A única possibilidade para a Terra esfriar de vez é o Sol esfriar de vez, ou seja, o fim do mundo. Não sendo isso, trata-se apenas das variabilidades das temperaturas, as quais dependem de uma série de fatores, incluindo os causados pelos ciclos do Sol.

    O Molion disse que o planeta vai esfriar nos próximos 20 anos para contradizer o tal aquecimento, mas, não é dessa forma que se resolve a questão da influência humana no clima. Além disso, depois de 20 anos, ele dirá que o planeta vai aquecer ou vai esfriar até o fim do mundo? Parece que ele sabe quando e como vai ser o fim do mundo…

    A ciência séria não vive de previsões, nem de adivinhações, nem de alquimia, nem de empirismo, nem de “achismos”, pois ela trata de constatar e descrever com critério e rigor o que existe e isso já é muito difícil de fazer com exatidão, quanto mais profetizar sobre o futuro ou o longínquo passado quando os eventos da natureza são tão complexos e variáveis bem como os distantes dados não são confiáveis e métodos disponíveis não têm a precisão requerida para dar garantias sobre tempos longe do presente. E quem poderá vaticinar sobre mudanças drásticas do comportamento do Sol, sabendo-se que a energia emitida por ele (medida e conferida por satélites) pode ser considerada constante, pois ela varia para mais e para menos em no máximo 0,5 W/m2 (0,04%) aproximadamente a cada 11 anos em torno de uma média de 1.366 W/m2 (e ainda fora da atmosfera, pois esta – principalmente o vapor d’água – atenua essa energia na sua maior parte)?

    Nisso tudo, o que interessa é o Homem ser capaz de saber se e como ele pode influenciar o clima (sobre isso já desenvolvi e esclareci muito), independentemente se com mais ou menos energia recebida, pois naquilo que o Homem não controla não adianta ficar batendo boca se é o Sol ou não é o Sol. Também fico impressionado com a facilidade e “exatidão” que os empíricos têm em “garantir” os longínquos passados e futuros quando na verdade não conseguem sequer conhecer e descrever corretamente o comportamento da atmosfera atual e real.

    O Homem deve ser ciente daquilo em que pode atuar e modificar e, esfriar o planeta o ser humano não pode, a menos que fizesse uma geladeira maior do que a Terra para retirar calor do planeta (logo, esfriar) e jogar esse calor para o espaço e isso é o que postula a segunda lei da termodinâmica para o caso, a qual não pode ser desprovada. Assim, a influência humana em um esfriamento do planeta está descartada.

    Portanto, só resta explicar mais sobre a capacidade humana de aquecer ou interferir no clima, mas, quanto ao chamado aquecimento global isso não é bem assim e vou deixar essa questão para outras ocasiões bem como recomendo novamente o blog http://sartori-aquecimentoglobal.blogspot.com.

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