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09/04/2010
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09/04/2010

Moradores não querem hotel no canto da Mole

Projeto de um empreendimento está sendo analisado e já teve viabilidade urbanística aprovada

O projeto de construção de um hotel em um terreno que ainda está à venda e conta com uma pousada inacabada, na Praia da Galheta, em Florianópolis, foi o tema da audiência pública realizada ontem à noite na sede da Sociedade Amigos da Lagoa (SAL).

Durante a audiência de ontem ficou decidido que, na semana que vem, representantes dos moradores e do empreendimento irão, juntos, aos órgãos licenciadores para verificar a situação do projeto. Também na próxima semana, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores deve apresentar um projeto de lei de alteração do zoneamento, transformando toda a área da Praia da Galheta em Área de Preservação Permanente (APP).

Apenas o advogado do empreendedor Hans Keeling, Alexandre Araújo, foi à audiência. Segundo ele, o convite foi enviado somente com dois dias de antecedência e, por isso, a equipe com mais de 20 profissionais, que participou da elaboração do projeto, não pôde comparecer.

– Deveríamos ter sido avisados antes – queixou-se o diretor técnico da empresa Ambiens Consultoria e Projetos Ambientais Ltda, Emerilson Gil Emerim, responsável pelos estudos ambientais do projeto.

Emerim diz que o projeto está tramitando nos órgãos licenciadores e já teve a viabilidade urbanística aprovada.

– O empreendimento só é avaliado após a consulta de viabilidade emitida pela prefeitura, e após ter definido o tipo de uso pretendido de acordo com as leis de uso do solo – completou.

O empreendimento será implantado em uma faixa de 50 metros na parte da frente do terreno. O projeto do hotel prevê que cerca de 2% do terreno, de 281,2 mil metros quadrados, será ocupado pela construção. Segundo informações da Ambiens, 98% da área será recuperada ou preservada.

Entre as ações de sustentabilidade que o empreendimento promete adotar estão a consolidação do Parque da Galheta, que hoje está no papel, e a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

De acordo com o vice-presidente da Comissão do Meio Ambiente da Câmara Municipal, os moradores da região não aprovam a ocupação.

– A estrada que leva ao local não permite grandes empreendimentos. Aquela área ainda tem diversos problemas jurídicos – apontou.

Apesar da aparência de abandono, o local funciona como uma pousada desde 1985. Ontem, um hóspede, que não quis se identificar, saiu do estabelecimento com medo:

– Eles não têm recepcionista, nem cozinheiro e o colchão do quarto onde fiquei estava todo mofado.

O dono do imóvel, o médico Régis Nelson Amoretty Souza, afirma que o terreno ainda não foi vendido:

– Eu comprei em 1977 e, por isso, ele é uma propriedade particular.

(Por Nanda Gobbi, DC, 09/04/2010)

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