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O Dia Mundial sem Carro volta a ser lembrado hoje ainda sem o grau de adesão necessário num país às voltas com o caos no trânsito e suas consequências no caso das grandes metrópoles, mas desta vez com o aval expresso do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e do Ministério das Cidades. Há uma boa intenção no apoio oficial, mas também um pouco de demagogia: como estimular as pessoas a deixarem seus veículos em casa em cidades que não contam com ciclovias nem com transporte público eficiente, muitas das quais não dispõem nem mesmo de metrô? O problema é real, grave e urgente e todos os cidadãos devem se conscientizar disso. Mas, para combatê-lo, não bastam atos simbólicos. O país precisa é de ações efetivas e permanentes em todos os níveis da administração pública.

Nas proporções alcançadas hoje, particularmente nas cidades de médio e grande portes, o colapso no sistema de transporte exige muito mais do que um dia para ser lembrado. A data, porém, tem o mérito de servir para reflexão e como alerta sob o ponto de vista ambiental e do trânsito. O drama enfrentado diariamente por quem circula, hoje, por vias urbanas e rodovias provoca consequências cujo enfrentamento não tem mais como ser adiado. Os efeitos precisam envolver tanto ações governamentais quanto a colaboração efetiva da sociedade, em conjunto e individualmente. Como em qualquer área relacionada às questões ambientais, também nessa a conscientização em relação ao problema e o esforço de cada um são essenciais para assegurar ganhos, por menores que sejam.

Sob o aspecto da qualidade do trânsito, é óbvio que qualquer melhoria depende tanto do menor uso de veículos particulares quanto de investimentos em alternativas eficientes de transporte coletivo. Mas, para assegurar avanços também sob o ponto de vista da qualidade do ar, é preciso haver mais cobrança e mais investimentos em favor de veículos menos poluentes. Embora a principal causa do chamado efeito estufa no país seja o desmatamento, não há como reduzir as emissões de gás carbônico nas proporções necessárias para conter os danos à saúde da população sem uma readequação imediata da política de transportes.

Emergencialmente, é importante pôr em prática ações como as previstas para hoje, como a preferência pelo transporte coletivo, a decisão de deixar o carro em casa ou de exercitar a carona solidária, e a de recorrer a deslocamentos a pé ou de bicicleta. Ainda assim, embora a conscientização sobre o problema venha aumentando, as últimas atividades marcadas para lembrar a data demonstram que o avanço ocorre num ritmo inferior ao necessário. A programação de hoje já terá cumprido seu papel se contribuir para reforçar a compreensão coletiva de que os problemas de trânsito começam a fugir ao controle e precisam ser incluídos logo, efetivamente, como prioridade na agenda do poder público.

(Editorial, DC, 22/09/2009)

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