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Casan, reuso e vassoura

Artigo escrito por Charles Machado, Consultor (DC, 27/02/2009)
A água é seguramente a única commodity mundial cujo controle no mundo pertence aos governos, e por essa razão a maioria absoluta dos cerca de US$ 500 bilhões investidos tem origem direta nos governos, conforme confirma o relatório da World Water Council (WWC).
É inegável a economia de saúde pública que os investimentos na água e no saneamento trazem aos Estados que estão avançados na infraestrutura básica. Porém, de nada adiantarão os investimentos se não investirmos na cultura de valorização desse ativo, protegido até pela nossa Magna Carta, nos artigos 22 e 26. É evidente a necessidade de construções de ETE menores, que produzam como subproduto a água de reuso, além da possibilidade da geração de energia.
É nítido o esforço da Casan em promover a ampliação do seu sistema na valoração desse bem universal, e isso ficou claro em posições firmes tanto no controle do desperdício da água quanto nos novos investimentos.
É evidente também que ela precisa estar acompanhada de uma produção legislativa que torne obrigatória, num calendário exequível, algumas mudanças de comportamento, como a obrigação de coleta de água da chuva nas construções coletivas, e da obrigatoriedade de água de reuso nas indústrias, assim como do uso de águas de reuso nas torneiras de serviço.
Essas medidas valorizam a commodity água, que em muitos lugares do planeta já é vista como o novo petróleo.
É inconcebível assistirmos passivamente à lavação de calçadas e plantas com água potável, tratada com flúor, por meio de máquinas do tipo lava-jato, que aposentaram as velhas e boas vassouras.
Tratar esse bem natural e esgotável com o respeito e a responsabilidade que ele merece é uma obrigação de todos que lutam por um mundo sustentável. Ou se inibe esses desperdícios ou se traz de volta as vassouras.

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